As ruas caóticas do Rio de Janeiro são feitas de muito mais além de funk, cerveja e barzinhos.
Em meio à desafiadora passagem da adolescência para a vida adulta, Naruto e Sasuke encontram-se em uma encruzilhada. Enquanto lutam por seus ideais e busc...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Três anos depois.
Sasuke Uchiha
A escola é sufocante, com janelas que mal conseguiam conter a luz do sol escaldante que entra. A sala de aula abafada com pouca circulação de ar torna o calor ainda mais insuportável, piorando radicalmente o humor de Sasuke. O calor opressivo parece envolvê-lo como em uma prisão, deixando-o suado e desconfortável em seu assento. Cada minuto parece uma eternidade, e o conteúdo maçante do professor só faz o tempo passar mais devagar.
Enquanto sua mente tenta lutar contra a raiva e a exasperação, Sasuke não consegue deixar de notar Naruto sentado na carteira ao seu lado. O idiota, como sempre, parece incapaz de ficar quieto. Ele está mordiscando a ponta da caneta, brincando com ela entre seus lábios, movendo-os contra o objeto.
O rosto de Sasuke começa a esquentar levemente, as bochechas assumindo uma coloração avermelhada, e ele se sente atordoado e confuso. Ele não entende por que esse simples gesto de Naruto o afeta de uma maneira tão estranha e intensa.
No auge de seus 16 anos, Sasuke sentia o coração descompassar subitamente. A sensação é parecida com o que sentia três anos antes, mas ainda mais intensa pela puberdade. Não era possível que estivesse morrendo por um ataque cardíaco, era? Mas lá estava ele, com o coração acelerado e batendo forte no peito. Por algum motivo, ele não consegue desviar seu olhar da boca de Naruto. Está fascinado e, ao mesmo tempo, incomodado por aquela presença irritante.
Quando Naruto brinca, ele põe a caneta entre os dentes, mordiscando-a levemente; às vezes, desliza de um lado para o outro, seus lábios entreabertos revelando a ponta da língua. Cada gesto aparentemente casual e inocente parece aumentar o calor no ambiente, prendendo a atenção de Sasuke como se fosse um maldito ímã.
Suas mãos ficam suadas, a ansiedade se misturando com a raiva e o tédio. Cada movimento dos lábios de Naruto contra a caneta parece uma provocação, mexendo com suas emoções.
Incomodado, Sasuke leva a mão trêmula até a testa, afastando alguns fios negros que estão grudados na sua pele suada. Quase involuntariamente, enquanto luta contra o turbilhão de pensamentos e sentimentos, ele solta um chiado frustrado. O som atrai a atenção de Naruto, que desliza discretamente o olhar em sua direção.
Os olhos azuis encontram o olhar intenso do Uchiha e, por um breve instante, ambos são capturados por um jogo de olhares que não sabem como jogar.
A reação de Sasuke é instintiva. Ele abaixa os olhos imediatamente, buscando abrigo em sua postura evasiva. Ele não quer que Naruto saiba o quanto o afeta. Ele puxa a caneta e rabisca qualquer coisa no caderno, apenas para fingir estar ocupado.
De repente, Sasuke vê um pequeno papel amassado voando em sua direção e, por curiosidade e irritação, decide abri-lo. Ao reconhecer a caligrafia horrorosa e inconfundível de Naruto, seu coração acelera ainda mais.
