Sobrou meia palavra, meia garrafa e meio-fio

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Sasuke Uchiha

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Sasuke Uchiha

Sasuke acordou quando os primeiros e envergonhados raios de sol invadiram a sala pela janela mal fechada. A luz suave do amanhecer ainda não dominava o ambiente, mas o suficiente para que pudesse ver os móveis e detalhes da casa de campo de Orochimaru. Ele piscou algumas vezes, tentando dissipar o torpor do sono.

O ambiente ao redor dele tinha perdido todo o calor aconchegante da lareira e agora estava frio, perfeitamente alinhado com o escuro dos móveis de madeira e quadros antigos pendurados na parede. As cortinas da janela balançavam suavemente, movidas por uma brisa fraca.

Ele levantou devagar, sentindo o corpo tenso e dolorido não apenas pela viagem, mas pelas experiências que vivenciou. Como se o corpo ainda estivesse digerindo todas as informações recentes.

Sasuke estava aflito, sentindo que não conseguiria dormir mais, mas caminhar por dentro da casa de campo de Orochimaru, uma das figuras mais perigosas do Rio, não era bem uma opção. Ele sabia que qualquer passo em falso ali dentro poderia resultar em um desastre total.

Por isso, decidiu sair. Embrulhou-se na manta oferecida por Gaara na noite anterior e passou pelo corredor, seus passos ecoando suavemente contra o piso de madeira, e finalmente encontrou a porta que levava ao exterior. O ar fresco da manhã poderia ajudar a clarear seus pensamentos. Pelo menos, tinha esperança que o fizesse.

Lá fora, a fazenda se revelava vasta e isolada, com árvores cercando a propriedade. O sol nascendo coloria o céu em tons de laranja e rosa, enquanto o orvalho ainda cobria a grama, denunciando o frio externo.

Sasuke caminhou sem rumo, segurando com força a manta ao redor do corpo como se ela fosse a âncora que o segurava à Terra. A morte de Deidara ainda pesava fortemente em seu peito, o choque e a tristeza misturando-se com a sensação de impotência. Deveria ter feito mais. Deveria ter protegido ele, como tantas outras vezes Deidara o protegeu. O estômago revirou com o pensamento.

A imagem da expressão de Sasori passou por sua mente como um borrão e ele soltou um tsc frustrado, torcendo o lábio.

E não é só isso. A verdade sobre Itachi também mordia seus pensamentos. Como poderia ter matado o próprio pai, e o pai de Naruto? Sasuke podia contar isso à Naruto? Ele deveria? Talvez a verdade tivesse que ser dita, mas estava com medo.

Enquanto sua mente vagava em memórias dolorosas, seus pés o levaram para uma área mais afastada da fazenda. O vento frio balançava seus cabelos e trouxe o cheiro forte de cigarro. Atraído pelo aroma, Sasuke ergueu o olhar e encontrou Gaara parado próximo ao que parecia ser um celeiro. Estava em pé, curvado ligeiramente para frente, com uma expressão desgastada e perturbada, segurando um cigarro entre os dedos. A fumaça subia lentamente no ar, misturando-se com a brisa e sumindo no céu colorido.

Sasuke ficou em dúvida se deveria ou não se aproximar, mas resolveu que sim. Com passos lentos, iniciou uma caminhada em sua direção, e a cada passo que dava, percebia o quão melancólica a cena parecia. Gaara tinha olheiras profundas marcando o rosto e os cabelos estavam desgrenhados para um dos lados. Ao lado dele, no chão, haviam pelo menos vinte bitucas de cigarro, um pedaço quebrado de vidro e um cartão de crédito, com resquícios de pó espalhados.

(Arco 1) Vício Carioca: RaízesOnde histórias criam vida. Descubra agora