As ruas caóticas do Rio de Janeiro são feitas de muito mais além de funk, cerveja e barzinhos.
Em meio à desafiadora passagem da adolescência para a vida adulta, Naruto e Sasuke encontram-se em uma encruzilhada. Enquanto lutam por seus ideais e busc...
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Shisui Uchiha
O sol se escondia atrás das nuvens pesadas de uma manhã úmida e abafada, típica do Rio de Janeiro. O cemitério ficava em uma colina, oferecendo uma vista bonita da cidade mas, naquele dia, a paisagem parecia tão sombria quanto o humor de Shisui. Ele caminhava lentamente pelo caminho de pedras que levava ao local do velório, sentindo como se as pedras estivessem grudadas em seus pés.
Após vinte e quatro horas, Sai foi declarado como desaparecido. Não demorou muito para encontrarem seus vestígios, e Shisui tinha certeza que o policial não havia morrido de causas naturais.
Tu sabe como nossa profissão é perigosa, Sai lhe disse, quando tentou zombá-lo pelo desaparecimento de Itachi.
Antes desaparecido do que morto. Sai agora era apenas um corpo que mal conseguiam identificar, provavelmente tão mutilado ou destruído que optaram por manter o caixão fechado.
E Shisui não pensava nada além de um grande foda-se.
O velório estava cheio de colegas da delegacia. Políticos e alguns membros da elite da cidade estavam ali, talvez em respeito ao prestígio que Sai mantinha em vida. Mas Shisui sabia a verdade. Ele sabia que por trás daquela máscara de policial exemplar, Sai era um porco corrupto, profundamente envolvido com a facção ANBU, liderada por Danzou.
Quando Shisui se aproximou do grupo, ele sentiu os olhares pesados sobre si. O ambiente ficou tenso. Conversas que antes fluíam livremente cessaram assim que perceberam sua presença. Os sussurros começaram, as palavras se tornando ofensas e provocações direcionadas a ele.
Mesmo sem ouvir o que diziam, Shisui sabia o conteúdo. Ele era o perjuro, o louco, o ex-policial que havia traído os colegas ao brigar com Sai. Agora, ele morreu. Não seria muito surpreendente imaginar que alguns deles estavam bolando teorias mirabolantes envolvendo Shisui como o assassino.
"Olha quem decidiu aparecer", murmurou um dos policiais, de pé ao lado de uma das árvores, o tom carregado de sarcasmo.
"Surpreso que ele teve coragem de vir," respondeu outro, a voz cheia de veneno. "Depois do que ele fez, eu não teria a cara de pau."
Shisui fingiu não ouvir, mas por dentro, cada comentário era uma facada. Ele sabia que para a maioria ali, ele era o vilão da história.
Com o maxilar travado, ele manteve o olhar fixo à frente, se recusando a demonstrar qualquer sinal de fraqueza. Ele sabia que a maioria daqueles homens e mulheres que agora o olhavam com desprezo estavam cientes, em algum nível, da verdadeira face de Sai, mas preferiam ignorar. Aceitar a milícia havia se tornado uma norma, um pacto silencioso para manter as coisas funcionando do jeito "certo".
Yugito estava de pé, mais afastada, próxima ao caixão. Seus olhos se encontraram com os de Shisui por um breve momento, e ele viu compreensão neles. Ela sabia o que ele estava sentindo. Também sabia que aquela era uma situação injusta, mas o sistema era assim, cruel e implacável. Ela ofereceu um leve aceno de cabeça enquanto se aproximava com passos firmes.