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Soraya...


A manhã de domingo chegou e com ela veio o meu nervosismo, Simone havia combinado comigo no nosso último encontro que viria aqui me buscar para passar o dia em sua fazenda e me apresentar mais de suas plantações, fiquei animada, eu tava gostando da companhia dela, por isso não foi difícil aceitar.

_Eu vou levar você comigo tá bom?_ olho para deusdete.

Não ia deixar ela aqui sozinha, sinto vergonha de estar dando trabalho para as meninas com a minha pequena, embora Gleisi goste muito dela, não sei, penso que posso estar exagerando de sua bondade.

_O que você acha desse vestido?_ mostro para a minha peludinha.

É um vestido de cor rosa e florido, ele fica colado ao meu corpo, e assim, valoriza bem cada curva, e deixa meu bumbum bem marcado, nunca o usei, apenas o experimentei, não havia lugar para eu sair com o mesmo.

_E essa botinha aqui? combina né?_ deusdete apenas me olha com sua língua de fora.

A bota é da cor marrom, com o cano um pouco curto, e um salto não tão alto, deixei a mesma sobre o tapete e o vestido na cama, ela marcou às dez, são nove e quinze, não quero me atrasar.

_Sua mãe vai tomar um banho, já volto_ logo saio do quarto.

Sei que é feio fazer essas coisas, mas sou tomada pela curiosidade e me aproximo de um dos quartos das meninas, ali ouço burburinhos, e o que me faz ficar é quando meu nome é pronunciado por Luciana, reconheço sua voz.

_Ela é muito tola, está iludida com essa Simone, ela só quer levar a pobre pra cama_ ela diz.

Imediatamente meus olhos enchem de lágrimas, me contenho, mas o que elas continuam falando me machuca, não quero acreditar que a morena seja essa má pessoa, e eu não sou nenhuma interesseira, como outra delas disse.

_E aposto que ela nem vai vir aqui buscar ela, só enganou ela_ dessa vez quem fala é Gleisi.

Me forço a sair dali depressa, e entro no banheiro, debaixo do chuveiro eu começo a chorar, em silêncio, o peso daquelas palavras doem em mim, e não consigo esquecer, será que elas me odeiam?

_Soraya? você quem está tomando banho?_ escuto a voz de Janja.

_S-sim, logo s-saio_ minha voz sai um pouco falhada.

_Está tudo bem? por quê está chorando aí?_ ela pergunta.

_N-não estou chorando dona Janja, tá tudo bem_ minto.

_Quer enganar quem menina sol?_ então percebo a porta ser aberta.

_Dona Janja, estou nua aqui_ puxo depressa minha toalha.

_Deixe de bobagem menina, tudo o que você tem eu tenho também_ forço um sorriso.

_Eu já iria sair_ digo.

_Me conte porque estava chorando_ ela continua de pé.

_Saudades dos meus pais_ outra vez eu minto.

_Sei que não é só isso, você não sabe mentir_ a vejo dar uma risada.

_Não estou mentindo dona Janja_ abraço o meu próprio corpo.

_Te espero em seu quarto, quero ter uma conversa com você_ ela diz e em seguida sai.

Algo me diz que não vem coisa boa por aí, eu sinto isso, termino o meu banho e saio do banheiro alguns minutos depois, encontro Janja brincando com deusdete, encosto a porta e fico ali parada.

Nosso DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora