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Simone...


_Bom dia amor de mãe_ pego com cuidado Nicolas no colo.

Ajeito a fralda de pano em meu ombro, o seguro com mais cuidado ainda, Soraya está no outro quarto, no nosso, ainda dormindo, são quatro e quarenta da manhã e eu já estava acordada, não tenho conseguido dormir totalmente bem esses dias.

_Sua mãe está dormindo, você queria mamar?_ converso baixinho com ele.

Impressionante, Soraya carrega nove meses no ventre e eles vem a minha cara, que coisa não? sorrio com esse pensamento, balanço meu filho no colo até seu chorinho ir parando.

Seus olhos se voltam para cima, pro teto, depois ele olha para mim, agora nosso terceiro filho está com seu primeiro mês, é branquinho como eu, saio do quarto com ele.

_Vamos dar uma voltinha_ passeio pelo corredor.

Lá fora tá um escuro completo que nem dar para enxergar direito minha plantação lá na frente, ando até outro quarto, o qual é o nosso escritório, quando me aproximo de uma das janelas dali, dá para ver a casa mais ao longe de Esmeralda.

As luzes da pequena varanda estão acesas, mas lá não há ninguém, nem ela e nem seu Joaquim, continuam até agora na casa da irmã, por conta do acontecimento com Luna, algo trágico, acho que o que não me faz dormir é o que fiquei sabendo na tarde de ontem.

_Sua mãe quis ser a heroína da vez_ sussurro para Nicolas.

Olhando em meus olhos, com lágrimas molhando seu lindo rosto, Soraya me confessou o que fez, mas não demonstrou nenhum tipo de arrependimento enquanto confessava para mim.

_Você foi tão corajosa_ comento comigo.

Ela fez tudo muito rápido que eu nem percebi nada, a não ser sua fala naquele momento que disse sobre Luna nem ter tempo de tirar a blusa, ela já havia planejado tudo, mas com quem? isso ela não quis me dizer, bom, ela não queria dizer ainda naquele momento, eu compreendi.

_Simone?_ escuto sua voz sonolenta.

_Ele estava chorando, vim andar um pouco com ele_ digo.

_A fralda tava suja?_ pergunta, coçando os olhos e bocejando.

_Nem reparei_ dou um sorriso.

_Você tá bem?_ ela me olha com carinho.

_Tranquila_ falo.

_Como está essa cabecinha aí?_ lhe olho.

_Razoável_ ando até ela.

_Quer conversar?_ nego.

_Acho que não tem nada mais pra ser dito_ seu olhar foge do meu.

Será que para Soraya eu tô sendo muito fria com as palavras? eu mesma percebi que mudei meu comportamento depois que ela contou o que fez, agora que estou lhe olhando nos olhos com mais firmeza.

_Simone..._ ela trás sua mão até meu ombro.

_Vou colocá-lo pra dormir_ passo por ela.

Nem havia percebido que ele já tinha dormido de novo, ando até o quartinho deles, seu berço é do lado de seus irmãos também, o coloco com cuidado ali, embrulho e baixo o mosqueteiro.

Escuto um soluço, saio e encosto a porta, novamente ouço mais um soluço, que se segue para vários outros repetidamente, eu tô sendo fria com Soraya, com a mulher que amo, ela está sofrendo e eu tô fazendo ela sofrer mais ainda com meu comportamento.

Nosso DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora