Soraya...
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A notícia chegou na fazenda e deixou Esmeralda completamente arrasada, mas era como uma mãe ficaria ao descobrir que sua filha havia sumido, sem mais nem menos, senti pena da senhora, tão boa, não merecia passar por tanto sofrimento.
_Sol?_ escuto o chamado de Simone.
_No escritório_ digo um pouco alto pra que ela escute.
Quem vejo entrar primeiro no ambiente é Betinha, vindo direto em minha direção, a peguei no colo, e logo Simone entra, seu semblante demonstra o cansaço, a chamo para perto.
_O que houve?_ pergunto.
_Nada de mais_ diz.
A morena que eu amo se joga no sofá, deixa suas pernas um pouco afastada uma da outra como costuma fazer, tira seu chapéu, joga a cabeça para trás e solta uma lufada de ar, e fecha os olhos.
_Simone?_ chamo.
_Hum?_ seus olhos permanecem fechados.
_Que foi que aconteceu?_ ela leva a mão até o seu colar.
_Hoje completa mais um ano sem meus pais_ diz.
Com cuidado tiro Betinha do colo, a mesma já sai correndo do escritório, levanto e ando até o pequeno sofá, sento ao lado dela e puxo sua cabeça para deitar em meu peito.
_Quer chorar?_ pergunto.
Ela nega, logo se abraça a minha cintura com certa força, como faz sempre, carinho sua costa, subo para sua nuca e depois deixo em seu cabelo, fazendo cafuné.
_Vou ver meus filhos_ se afasta.
Até hoje Simone ainda me deixa surpresa com essas mudanças, chega e sai de repente, me deixando sozinha sem entender nada.
_Que coisa_ digo.
Chego até a sair do escritório, paro no meio do corredor e ouço sua voz no quarto das crianças, resolvo deixá-la lá, com eles, não quero atrapalhar, volto e dou continuidade nos estudos de hoje.
_Haja folha para anotar_ comento.
Entro em uma nova página da pesquisa, dou uma lida bem extensa na mesma, faço anotações, leio algumas partes do novo livro que Simone havia me dado essa semana.
_É tanta coisa meu Deus_ tomo um gole de água.
Fecho o caderno que estou usando para anotações um tempo depois de estudos, me encosto na cadeira, levo a mão aos seios, estão doloridos, fecho meus olhos, e continuo a pequena massagem.
_Tá preparando eles para mim?_ olho para a porta, Simone tá ali.
_É só uma massagem_ ela sorri.
_Doídos novamente?_ pergunta.
_Sim, novamente_ digo.
_Quer conversar com a médica?_ logo nego.
_Não é preciso_ falo.
_Sol, seria melhor ver isso_ diz.
_Tá tudo bem_ fecho os olhos de novo.
O escritório fica em silêncio, mas sei que ela tá aqui, e logo sinto sua mão em meu braço, logo recebo alguns beijos dela em meu pescoço, que descem para meu ombro, vou deixando me levar por suas carícias.
_Tô com muita saudade_ ela sussurra em meu ouvido.
_Eu também estou_ não nego também.
