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Soraya...


_Tudo bem,só por alguns dias_ repito o que ela me disse antes.

_Logo ela vai embora, tá bom?_ assinto.

_Tá bom_ levo as mãos para seu ombro.

É difícil lhe dar com situações desse tipo, ter próximo de você alguém que é apaixonado pela pessoa que você ama, e eu nem tenho vontade nenhuma de fazer algo para isso parar, eu não posso cuidar dos sentimentos dos outros, mas para mim é chato, ainda mais de alguém como a Luna.

E mais uma vez ela está novamente aqui na fazenda, Esmeralda ficou doente, e o seu marido precisaria fazer uma viagem, então Luna tinha que vir para ficar com a mãe, até ela melhorar ou o seu Joaquim chegar logo, para que não possamos ter dores de cabeça com ela, mais uma vez.

_Vou lá, não irei demorar_ ela diz.

_Claro, eu vou fazer nosso almoço_ lhe digo.

_Não demoro_ fala.

_Espero você_ recebo seu selinho.

Antes que ela saia, recebo seu beijo em minha barriga, ela ainda brinca e pede para que nossos filhos chutem, mas não obteve respostas, talvez isso aconteça em breve com a chegada dos sete meses.

_Ficaremos bem_ lhe digo.

Simone sai logo em seguida, levando seu tereré na mão, fico perto da porta da cozinha, a vejo passar pela varanda e descer a escada, pega Valente e monta no mesmo, depois segue para suas plantações.

_Muito bem, seremos apenas nós agora_ falo quando as meninas chegam na cozinha.

Sigo para a geladeira, aprendi com Esmeralda a galinhada que ela faz, a qual Simone adora, então resolvi fazer para o almoço de hoje, e é isso que eu fico fazendo, passo uma boa parte da manhã na cozinha.

_Ei pequenos, quando vão chutar?_ pergunto ao alisar minha barriga.

Me sento para descansar um pouco, agora a comida está quase pronta, as duas meninas brincam na varanda, deixo o fogo baixo e vou até a despensa, lembrei da roupa que eu coloquei na máquina.

_As duas, nada disso_ chamo a atenção delas.

Ambas queriam disputar para ver quem ficava com um pedaço de pano, e quando olho melhor para o mesmo, era um lenço da Simone, que ela usa vez em quando.

_Simone vai matar nós três, me dêem isso_ pego antes que elas corram.

Ficou um pequeno estragozinho, lavo separado e estendo, espero que ela não fique brava, dá para ver as marquinhas dos dentes das meninas.

_Não pode, mãe Simone briga_ digo para elas.

As duas ficam uma do ladinho da outra, como se percebessem que fizeram besteira, começo a estender as outras roupas nossas, a maioria é de Simone, e falar nela, já sinto sua falta.

_Dona Soraya_ ouço me chamarem.

_Aqui na despensa_ eu falo alto para quem me chama, ouvir.

Não ouço mais me chamarem, eu também não vou ver quem é, mas de repente um medo toma conta de mim, e resolvo ir até lá na frente, e logo me deparo com Luciano, sinto alívio.

_Diga Luciano_ enxugo as mãos no pano.

_Dona Simone pediu para a senhora preparar um tereré pra ela, que vai demorar mais um pouco_ assinto.

Volto para dentro de casa e preparo, por me sentir sozinha, resolvo ir com ele, deixo as meninas em casa, e vou, quando ela me vê, já percebo pelo seu olhar que não achou muito bom eu vir.

Nosso DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora