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Soraya...


Pela terceira vez na madrugada eu acordo mais uma vez, meus filhos estão chorando novamente, nas duas outras vezes era fome, acho que agora pode ser a fralda suja.

_Simone?_ a chamo.

Do jeito que ela está agora deitada, de bruços, assim ela continua, lhe dou sossego, na primeira vez dessa madrugada ela me ajudou com eles, preciso deixá-la descansar, seu dia de trabalho é puxado.

_Oi pequenos_ digo baixinho ao chegar até o berço de ambos.

A chegada deles foi tão incrível em minha vida, não só na minha, mas como na de Simone também, vi e vejo todo o seu amor desde o nascimento deles, confesso que senti o maior medo que eu poderia sentir naquele dia, um mês atrás.

_Vamos ver o que faz vocês chorarem agora_ falo.

Intuição de mãe nunca está errada, a fralda dos dois estão sujas, como faço agora? já faz um mês mas ainda me sinto confusa nesses momentos, mas eu darei conta, como tenho dado desde que eles vieram ao mundo.

_Colaborem com a mamãe, tá bom?_ olho pra cada um.

O choro de Miguel vai passando aos poucos, o mais alto e contínuo é de Maria Fernanda, tiro sua roupinha e logo tiro a fralda, lhe limpo e a troco, pego uma outra roupinha dela e começo a vesti-la.

_Tudo bem aqui?_ sinto Simone tocar meu ombro.

_Sim amor, a fralda deles estavam sujas_ digo.

_Eu troco a dele_ ela fala.

Depois que coloco a roupinha em Maria Fernanda, seu chorinho volta, Miguel está quietinho aos cuidados da mãe Simone, olho para eles com todo o meu amor, balanço fefê em meus braços, para acalma-la.

_Tá bem?_ pergunta ela ao me olhar.

_Estou amor_ me sento na poltrona.

Sinto uma certa dorzinha incômoda no quadril, por isso preciso me sentar, sofri com essa dor desde a gestação, e ainda continua, mas costumo senti-la agora ao ficar um determinado tempo em pé.

_Fome mais uma vez_ digo.

_Cuido dele_ ela diz.

A vejo começar a andar de um lado e para o outro, tentando fazê-lo dormir, começo a dar de mamar para nossa filha, que ataca meu peito com toda vontade.

_Quanta fome filha_ Simone fala.

Sorrio para ela, meus olhos pesam um pouquinho, fecho por um minuto, desperto com o tapa que Maria Fernanda dá em meu outro peito.

_Não machuque a mamãe amor_ peço carinhosa.

_Ele dormiu_ diz sisa.

Ela o coloca no berço, e fica um pouco debruçada no mesmo, embora não usasse toda sua força ali, ficou assim apenas para admirá-lo, vejo daqui o brilho em seu olhar.

_Estamos dando conta, não é mesmo?_ ela fala ao vir até mim.

_Sim, estamos_ Simone senta em um banquinho.

Fefê continua a mamar, Simone encosta sua cabeça em meu ombro, fica com sua mão em minha coxa e começa a carinhá-la, um tempinho depois ela para, imagino que ela esteja cochilando.

_Amor? vá dormir amor_ digo baixinho.

_Hum? quem vai sair?_ sorrio do que ela pergunta.

_Tô dizendo pra você ir dormir, já está cochilando_ digo.

_Não tô não, só fechei os olhos_ seu carinho volta em minha coxa.

Nosso DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora