~CAPÍTULO TRÊS: CAROUSEL

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BILLIE DESPERTAR
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Los Angeles, Califórnia
04 de setembro
22h45min

Lá estava eu, jogando novamente contra a minha própria vontade. Minha vida parece um grande carrossel, girando em seu mesmo eixo sem parar, e eu estou acorrentada a ele, sem a capacidade de me mover ou fugir.

Meu olhar estava inquieto, percorrendo pelas pessoas presentes naquele ambiente.

—Você está bem, Florzinha? — Nia perguntou, trazendo meus pensamentos que já estavam longes de volta.

—Estou...Estou sim. — Respondi encarando o olhar doce que ela transmitia.

—Tudo bem então, qualquer coisa me chama. — Ela se virou e voltou para seu grupo de amigos.

—Você realmente não parece estar bem, Billie. — Anna ressaltou algo que eu já estava ciente.

—Eu sei. — Virei o líquido transparente rapidamente em minha boca, sentindo minha garganta arder.

Raiva, angústia e tristeza consumiam-me, transparecendo facilmente em minhas ações.

—Agora que a Billie explode. — Liana exclamou, "escondendo-se" atrás de seu copo.

Franzi o cenho ao me deparar com Bryan e sua tropa de elite. Só de encará-los, a vontade de arrancar o pescoço de cada um e alimentar-me de seus sangues por toda a eternidade surgia em meu ser.

Umedeci meus lábios e me retirei, encostando-me na parede mais afastada que encontrei.

—Você precisa relaxar um pouco. — Encarei a garota desconhecida assim que ela se pronunciou — Sinto sua tensão daqui. — Uma fumaça com aroma de cereja escapou de sua boca.

Virei-me sem responder; eu não estava com cabeça para respondê-la.

Ao observá-la novamente, percebi que não me era estranha. Cabelos longos, pele pálida, olhar intenso, era a garota que dormira com Keyla antes de sua morte.

—O que foi? — Nossos olhares se encontraram.

Uma conexão inexplicável instalou-se. A brisa fresca que bagunçava nossos cabelos tornava a situação confortável, eu tinha a sensação de como se nós fossemos conhecidas, como se já tivéssemos tido uma história.

—Nada. — Encarei a multidão à minha frente novamente.

Ela deu de ombros, virando-se. Às vezes, ainda a observava disfarçadamente; sua beleza era surreal.

☆☆☆
00h04min

—Você já vai, Bill? — Nia lamentou.

—Infelizmente, Nia, estou cansada. Problemas pessoais, entende? — Ela concordou com um sorriso reconfortante em seus lábios.

—Tudo bem, Billie. A gente se vê na escola? — Concordei com a cabeça — Obrigada pela presença. — Ela abraçou-me repentinamente, me deixando um pouco surpresa.

Após as despedidas, escapei finalmente daquele ambiente claustrofóbico, estava começando a ficar angustiada.

—Você por aqui? — A garota novamente.

—Saída dos fundos é a melhor opção. — Ela concordou.

—Verdade. — Um sorrisinho de canto estampou seu belo rosto pálido.

A sensação de já tê-la visto antes me deixa em estado eufórico, mas eu não conseguia me lembrar da onde a conhecia, tenho tantas memórias que acabo me perdendo nelas.

—Parece que não estamos sozinhas. — Franzi o cenho e logo senti uma mão em meu ombro.

—Gata, não vai se despedir de mim? — Bryan surgiu. Como eu digo, ele sempre estraga os momentos — Em? Não vai me responder? — Questionou enquanto apertava meu braço.

Desvencilhei-me dele, afastando-me; certeza que estava com a maior cara de nojo.

Me virei na intensão de vê-lo me seguindo, mas para a minha surpresa havia apenas a garota de cabelos negros me observando com um sorriso de canto estampado.

Confesso que ela é um tanto quanto sexy.

☆☆☆
00h42min

Chegando em casa, arrisquei checar meu celular. Além do aviso de pouca carga, surpreendentemente, havia várias notificações um tanto quanto desagradáveis para mim:

"35 chamadas perdidas de Bryan".

Meu celular vibrou novamente.

"Você está recebendo uma ligação de Bryan".

Ao ver isso, coloquei meu celular em modo avião, desliguei e o coloquei para carregar. Preciso de paz, pelo menos à noite.
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EUPHORIA-BILLIE EILISH Onde histórias criam vida. Descubra agora