Capítulo 21 ✨

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Ficaram sentadas no sofá em frente a
tv sem dizer nada por um tempo, Ludmilla
observou Brunna com o canto do olho, cabelos loiros, aqueles grandes olhos
castanhos, que às vezes a deixava parecendo um personagem saído de um anime ou mangá, o jeito humilde, tudo isso levava a pessoa a querer contar as coisas para ela, fazer confidências.

Ludmilla era uma pessoa muito fechada, não falava de sua vida para ninguém, nem o
pessoal com que ela trabalhava sabia muito
a seu respeito. Quando alguém perguntava
alguma coisa ela sempre dizia brincando: Ao meu respeito eu mostro o quero, e você deduzo que quiser. Geralmnente isso era suficiente para acabar com as perguntas e se não acabassem simplesmente se recusava a responder. Então por que sentia tanta vontade de falar parte de sua vida para Brunna? Por que confiar tanto em alguém que tinha acabado de conhecer? Não tinha respostas para isso, só sabia que queria muito que ela a conhecesse melhor,
pelo menos uma parte de sua vida.

- Bem Brunna, pronta para saber um pouco
mais de sobre mim?

- Só se você jurar , não ser  nenhuma assassina serial que mata pessoas para comer.

-Nossa Brunna!!! Como descobriu o meu
segredo?! - As duas riram e isso quebrou um pouco o clima de tensão que Ludmilla estava sentindo.

- Fui criada pela minha avó, ela é uma
mulher bem rigorosa e sempre se esforçou
para me dar a melhor educação, quando
soube que eu desejava trabalhar com fotos,
surtou,o sonho dela era me ver fazendo uma faculdade de administração ou direito e indo trabalhar nos negócios da família. Foi uma grande decepção para ela. Mas eu não levo jeito para ficar o dia todo num escritório cuidado de planilhas, contratos, reuniões. Deve conhecer o café Alto Grão.

Brunna olha surpresa para Ludmila.

–Você é dona da Alto Grão??

- Não Brunna, minha avó é dona, eu sou só
uma fotografa.

- Você é dona de umas das maiores marcas
de café do Brasile vem me pedir café
emprestado? Sua aproveitadora!

- Haha, nunca gostei da Alto Grão, acho ele
muito forte. - Mais uma vez as duas riram juntas, como era bom conversar com ela.

- Mas Ludmilla...seus pais... eles ...bem ...o
que... - Entendeu o que Brunna estava pensando, por sorte tinha essa sintonia tão raro que só grandes amigos possuem.

- Ah não Brunna, eles estão bem vivos. Minha vida seria muito clichê com um acidente de carro e toda aquela historia de pobre menina rica. Meus pais sempre gostaram de viajar, se conheceram em uma viagem, dois meses depois estavam casados, então num surto fantasioso, resolveram que queriam ter um filho, assim como que decide ter um bicho de estimação. Quando nasci, eles viram que eu gerava um pouco mais de trabalho que um cachorro ou um gatinho, então iam me deixando com a minha avó, até que um dia ela já estava me criando e eles viajando mundo a fora.

Deu de ombros como se não se importasse
muito com essa história toda, como se não
fosse nada demais, mas era, aquilo ainda fazia doer uma parte bem grande do seu coração, durante muito tempo sonhou que
os pais iriam busca-lá na casa da vó e viajar
O mundo com eles, mas esse sonho acabou
quando deixou de ser criança, mas ainda era ruim, teria essa cicatriz na alma para sempre. Mas evitou falar isso para Brunna, era íntimo demais até para ela.

- Sinto muito Ludmilla.

-Eu tô legal, já não me importo. - Brunna segurou as mãos da garota, um fio desencapado não teria gerado um choque
mais forte nela.

- Olha só, que perdeu foram eles, perderam
sua comnpanhia, perderam uma pessoa
maravilhosa e especial. Sua avó tem muita
sorte.

Ficou sem saber o que dizer. Aquelas
palavras aqueciam mais que café recém feito.

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