Capítulo 29 ✨

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O vento frio contra o corpo de Brunna era
como se fossem facas cortantes que faziam
doer até os ossos. Não sabia para onde ir, não tinha nenhum vizinho que pudesse ajudar, teria Ludmilla, mas havia sido tão grossa e idiota com ela que nesse momento ela devia sentir muito ódio de Brunna. Além do mais Caio poderia estar espiando para ter certeza que não pediria ajuda de ninguém. Andou sem rumo por um bom tempo, a noite já havia caído totalmente , uma neblina fina e fria começava a juntar deixando as luzes com um brilho baço.

Chegou até uma pracinha que havia no bairro, então se deu conta que já estava longe de casa o suficiente. Escolheu um banco qualquer e sentou, não faria diferença sentar em outro banco, a praça
era toda aberta, o frio e vento eram o mesmo em qualquer lugar. O corpo tremia descontroladamente, os dentes batiam de forma violenta, mesmo ela tentando controlar.

Começou a chorar, era tudo tão injusto. como seu marido podia fazer aquilo com ela? Nos primeiros minutos andou devagar, porque ainda tinha um pouco de esperança que ele voltasse atrás, que só
fizesse aquilo para assustar, mas depois de
três quarteirões viu que não ia acontecer,
teria mesmo que passar a noite gelada na rua, já não tinha tanta certeza se sobreviveria a aquele frio.

Começou a lembrar de Ludmilla, a forma
como havia segurado sua cintura, feito o
choro parar, como se preocupava com o
que acontecia com  ela, lembrou do beijo que a outra tinha lhe dado, sentiu uma revoada de borboletas no estômago e no entanto havia tratado ela tão mal, dito coisas que não sentia. O que queria mesmo dizer era o quanto tinha gostado daquilo, mas não podia, porque era errado, era um pecado e ela já havia sido curada, foi o que seu pai e Caio diziam.

Como Ludmilla e Caio podiam ser tão
diferentes?  Sabia que tinha magoado a garota  e isso doía nela também, porque quando os olhos triste de Ludmilla encontraram os seus, seu coração se partiu também. Queria tanto poder explicar para ela o motivo daquelas palavras mas não conseguiu e agora era tarde. Nunca esqueceria aquele beijo, seria especial para sempre, mas não tinha como conciliar as coisas em que acreditava com o que estava sentindo, gostava da garota, não só como se gosta de amiga, mas muito além, mas era uma mulher casada, não podia de forma nenhuma deixar esse sentimento transparecer.

Logo Ludmilla  encontraria outra mulher e
nem se lembraria dela. Por alguma motivo,
por mais lógico que fosse isso acontecer,
Brunna sentiu uma dor em imaginar ela com outra pessoa. Estava ficando totalmente
maluca e com sentimentos conflitantes. Tentou desviar o pensamento para outra
coisa, pensou em um cobertor quentinho,
uma blusa bem grossa, um chá fumegante,
mas nada fazia o frio melhorar.

Se encolheu mais ainda no banco, os dedos do pé ja estavam insensíveis, uma moleza começou a tomar conta do seu corpo, ia dormir ali, nada mais importava, talvez no dia seguinte nem estivesse mais viva, já vira na tv pessoas que morreram de frio. Fechou os olhos e estava quase adormecendo sentada, quando uma luz forte atinge em cheio seus olhos a deixando meio cega por alguns segundos, então aquela voz conhecida chamou por ela.

- Brunna, é você?

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