A Mulher Do Pastor

Capítulo 24 ✨

Chegou em casa com a orelha ardendo de
tanta reclamação. Como ela já esperava o pai de Lara teve um ataque histérico assim que a viu chegando. Ele berrava tanto que por um momento Ludmilla até achou que ia rachar as cordas vocais, o que não seria nada mal naquela hora, a mãe da garota esbravejou um pouco, mas nada tão exagerado como o pai, já Lara, parecia totalmente indiferente sea festa acontecesse ou não, na verdade achou até que ela estava torcendo para Ludmilla não chegar a
tempo.

Engoliu tudo com calma, pois tinha um prazo a cumprir e havia atrasado, cobravam meio caro, mas a qualidade do serviço devia ser a altura, inclusive o prazo de entrega. Se
desculpou mais algumas vezes, desejou feliz
aniversário para Lara e voltou para estúdio.
Teve que ouvir mais algumas reclamações de Amanda.

- Se isso acontecer de novo eu te espanco
Ludmilla, você não imaginao inferno que foi aquele homem ligando para cá o tempo todo e gritando.

- Eu sinto muito Amanda, não vai acontecer.

- A propósito Lud, é uma garota bem bonita,
a da foto sabe?!

-É Só uma amiga, não preciso te dizer para
não comentar nada disso com Isabelly né?

- Claro que não. Fica entre a gente.

Não tinha certeza se a coisa ficaria só
entre as duas mesmo, Amanda era uma
ótima pessoa, mas não resistia a uma fofoca,
era mais forte que ela. De qualquer forma,
Brunna era só uma amiga mesmo, não estava mentindo, só não gostava de ter que dar explicações de tudo para os outros.

Pegou as três últimas panquecas que havia
sobrando e comeu, sem esquentar nem nada e então deitou no sofá para relaxar um pouco. Acabou dormindo ali mesmo.
Acordou no dia seguinte quase meio
dia, com uma dor terrível nas costas, cada
movimento fazia um osso diferente estalar.
Tomou um banho bem quente para passar
aquela dor, o que foi um alivio. Como não
estava a fim de de fazer nenhuma comida, se vestiu para ir comer numa cantina italiana que tinha ali perto.

Deu azar de encontrar o pastor Caio
chegando do trabalho. Por mais gentil que ele se mostrasse com Ludmilla, algo não agradava, não era só o fato de como ele tratava Brunna, ele tinha um olhar perverso, nada parecido com o que um lider religioso deveria ter, pelo menos era o que ela pensava.

- Bom dia vizinha. Gostando da nova casa?

- Bom dia, é bem agradável.

- Já decidiu visitar a nossa igreja?

- Expliquei ao senhor da outra vez, não
tenho nenhuma religião.

Queria sair logo dali, não estava com um
pingo de paciência para conversar com ele, e ainda estava com a barriga roncando de fome. Mas ele insistia no assunto.

- Nunca é tarde para se ter uma religião. Eu
nunca desisto de uma ovelha.

Será que toda vez que encontrasse com ele
seria assim? Sempre essa insistência para ela ir na igreja, resolveu ser rude, talvez assim a deixasse em paz.

- Eu não sou uma ovelha, ninguém me pega
ou leva para lugar algum, faço o que quero
sempre, se isso é pecado, paciência né?! Não
acho que preciso de uma igreja ou do senhor para falar com Deus, Odin ou Buda.

Os olhos deles se estreitaram jogando
chispas de raiva na direção de Ludmilla, o rosto estava vermelho, mas ele mantinha aquele sorriso irônico e sinistro na cara.

-É ai que você se engana, precisa de alguém
que te guie pelo caminho certo.

- Eu conheço o meu caminho.

Ás vozes deles tinham se elevado mais
do que deveriam , nessa hora Brunna saiu
para ver o que acontecia, ficou branca como
um fantasma quando viu Ludmilla e Caio
discutindo. Trocaram um olhar rápido, era
hora de sair, e acabar com essa discussão logo.

Brunna andou alguns passos na direção dos
dois, mas Caio a viu.

- Volte para dentro Brunna, não tem nada
aqui para você ver. E quanto a você mocinha, mais respeito, sou um mensageiro de Deus aqui na terra.

- Então trate as pessoas com mais respeito, a
xomeçar pela sua esposa.

Essa última frase foi capaz de derrubar até
aquele sorriso irritante que ele carregava.
Pelo modo como fitou Ludmilla, ele não devia estar muito acostumado e ser confrontado assim. Azar o dele, que aprendesse a lidar com isso. Virou as costas para ele se seguiu para cantina. Ainda ouviu ele dizer.

- Você não vai durar muito tempo nesse
bairro, garota.

- Veremos pastor, veremos.