Capítulo 28 ✨

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Quando acordou pela manhã, Brunna já estava com tudo preparado, café da manhã na mesa e a marmita que ele levava para o trabalho ajeitada. Nada que um bom corretivo como o de ontem não fizesse efeito. As marcas vermelhas nos braços dela
agora estavam arroxeadas, sentiu uma
enorme satisfação, dessa forma ela se
lembraria da lição por um bom tempo.
A noite como sempre não tinha sido das
melhores, Brunna era como uma estátua
na cama, mas ninguém podia dizer que ele
não cumpria suas obrigações como marido,
a única coisa que estava faltando era um
filho, mas até para isso sua esposa era uma
imprestável.

Tomou o café em silencio, não sentia
nenhuma vontade de ouvir a voz irritante
dela. Uma impaciência tomou conta dele
por lembrar que ainda estavam na segunda
feira, ansiava pelos domingos o único dia
que realmente se sentia bem, suspirou forte
antegozando o prazer que sentia nesses dias. Acabou de tomar o café, pegou suas coisas e saiu para o trabalho. Não gostava do trabalho de despachante aduaneiro, mas o salário era ótimo e permitia que estivesse sempre no porto. Adorava aquele lugar, o cheiro de maresia, a correria, os prazeres ocultos que quase ninguém notava ou aproveitava. Foi dirigindo com esses pensamentos.

O dia tinha sido muito mais corrido que o
normal, tudo que queria quando saiu do
escritório era chegar em casa e descansar.
Chegou no horário de sempre, mas
encontrou a casa as escuras, foi até a cozinha  e não achou Brunna e muito menos o jantar feito, as louças do café da manhã se achavam amontoadas ainda na pia. O que aquela imprestável havia aprontado dessa vez? Será que não tinha aprendido nada com ontem? Foi encontrar Brunna deitada no quarto dormindo. Acordou ela com um safanão.

– Acorda logo sua idiota!! O que pensa que
esta fazendo?

Ela acorda assustada, os olhos vermelhos de
chorar, provavelmente pelo que aconteceu
ontem.

- Eu estava com dor de calbeça, acabei
pegando no sono. Me desculpa, marido.

- Desde quando dor de cabeça é motivo
para você dormir o dia todo? Quanto mais
eu te ensino, menos você aprende, ou faz
de propósito para me irritar, porque é
impossível alguém ser tão burra assim.

- Eu vou levantar e preparar o jantar.

- Esse jantar era para estar pronto assim que chego, se ao menos você cozinhasse bem, mas faz sempre aquelas porcarias de comida.

O que era aquilo que ele via nos olhos dela?
Raiva? Não era possível, ali tinha que haver
medo e não raiva.

- Por que você mesmo não prepara o seu
jantar então? Já que cozinho tão mal assim.

Ele não era o tipo de homem que se
controlava perante a falta de respeito. Deu um tapa com toda força no rosto de Camila, que acabou caindo deitada na cama. Quando ela levantou a vista para ele, ainda podia a ver a raiva ali. Brunna precisava de uma lição bem mais firme e ele já sabia o que fazer.

- Parece que o modo brando como te trato
não tem feito muito bem, então foi você que
pediu por isso.

Pegou ela pelos braços e arrastou até a
sala. Arrancou o casaco de lã que ela vestia
e depois tentou arrancar a blusa de mangas
longas, como não conseguiu, simplesmente
rasgou, deixando ela somente com uma
camiseta de mangas curtas e saia, nem ao
menos um sapato. Abriu a porta da sala e fez ela sair para a varanda. O frio era intenso e um vento cortante soprava de forma incessante.

- Agora Brunna, preste bem atenção, você
vai passar a noite na rua, para aprender a me respeitar. Não quero você aqui na varanda, é na rua mesmo, e ai de você se pedir ajuda a algum vizinho, às 05:30hrs eu vou abrir a porta e quero que você esteja aqui para preparar o meu café.

- Por favor Caio, está muito frio. Não faça isso.

- Devia ter pensado nisso antes de me
desafiar. Agora vai, não quero olhar para sua cara até de manhã.

Assim que ela saiu, ele trancou o portão e
a porta, foi até a cozinha e fez um lanche e
então deitou na cama quente para dormir.
Como era bom dormir sem ela ali para
incomodar.

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