Capítulo sete.

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Acordei com meu celular tocando igual doido em algum lugar daquele quarto todo escuro, arregalei os olhos ao me lembrar que não estava em casa.

Arregalei mais ainda, quando lembrei onde estava e o porquê de estar ali. Sentei na cama, tirando umas ramelinhas dos olhos, enquanto um sorriso maroto brincava em meus lábios.

O telefone voltou a tocar e então me levantei às pressas, me fodi né, enrosquei o pé em algumas peças de roupas espalhadas pelo chão e... Blow!

Puta que pariu!

Caí!

Caí bonito.

Amassei meu narizinho lindo no piso de madeira do quarto da Mani.

Porra, que dor!

— Caçamba! Quero minha mamãe. – choraminguei ao sentir o líquido grosso escorrer. – Quem deixou essa porra aqui?! – levantei resmungando, as chutando para longe, mas eu sabia bem quem havia deixado aquelas roupas ali. Sorri novamente e, o telefone tocando.

O som da inconfundível abertura de: Os Cavaleiros do Zodíaco, me guiou até minha calça. Após me esticar e driblar um amontoado de sutiã e pacotes vazios de bolacha, consegui alcançar o aparelho
embaixo da cama. Como é que ele foi parar ali, eu não faço ideia. Aliás, será que Normani sabe que tá um campo de batalha embaixo de sua cama?

— Camila! Meu Deus, glória à Deus!

— Que isso, DJ? – resmunguei novamente, minha voz saiu ainda grossa por ter acabado de acordar. – Virou acessora do Daciolo? – ela riu e eu acabei rindo também. Mas não foi uma boa ideia, pois o líquido escorreu mais e junto com ele uma dor insuportável no nariz, mal conseguia falar. – Ai,
porra! – gritei. De repente...

— Mila, o que aconteceu?! – a porta do quarto abriu com tudo e uma Dinah toda doida apareceu acendendo a luz. Eu, desastrada que sou, me assustei como estrondo e dei com a cabeça na grade da cama.

— Que porra você está fazendo debaixo dessa cama, Camila? E com essa bunda de fora, o que é isso? Treinando posição nova? – perguntou ainda via
telefone. Rolei os olhos e encerrei a ligação, foi aí que me dei conta de que estava nua, e... embaixo da cama.

Meu Deus! A Lauren!

— Cala a boca, Dinah! Vai achordarf a Lauren... - respondi quase chorando.

— Não entendi nada, amiga. Fala com a boca. – se sentou na beira da cama.

— Eu falei que tu vai acordar a...

— A única que ainda deve estar dormindo aqui, é você! – me arrastei, apontando a cabeça pra cima da cama. – Aliás, vira essa bunda branca pra lá que eu não sou obrigada. Aliás, não vire não! – reformulou a frase ao se tocar o que veria se eu me virasse, já que estava sem roupas.

Realmente, a Lo não estava ali. Suspirei, sentei no chão com as pernas enfiadas debaixo da cama e abaixei o olhar.

— Não fica assim, o pai dela apareceu aqui mais cedo e a levou para a casa. A cara dele não era das melhores. – ela dizia, enquanto digitava no telefone.

— Tufhu beisnm. – resmunguei embolado, por causa da dor.

— Não fica triste, bebê e... Camila! Teu nariz tá sangrando, Camila!

***

— E aí? O que o doutor disse? – Dinah e Normani me acompanharam até um pronto socorro perto da casa da Mani. O hospital era bem chique, bairro de rico é assim, até o coco dos pombos nas estátuas é chique.

— Receitou analgésicos e antibióticos depois de quase arrancar minha alma pelo nariz.

— Quebrou, então?

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