Episódio 5

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"Quando o grave bate forte, a gata quer jogar
E ná-ná-ná, ná-ná, ná-ná-ná-ná-ná-ná-ná
Quando o grave bate forte, a gata quer jogar
E ná-ná-, ná-ná, ná-ná-ná-ná-ná-ná-"

O som estava alto na favela naquela noite; era dia de baile funk. Você saía e via as ruas todas cheias de gente se pegando, dançando, comendo e muito mais.

Any amava participar de bailes funk, mas ela não queria participar desta vez. Miguel tinha saído do hospital três dias atrás.

Ele precisou passar por uma cirurgia bastante delicada.

O quadro dele no hospital variava: um dia era bom, outro era ruim. Os médicos fizeram uma ressonância completa e viram que continha uma parte de caramelo agarrada em seu estômago, por isso ele não melhorava.

Agora ele está em casa, se recuperando. Já era 1h da madrugada e nada de Noah chegar. Os bailes funk duram a noite inteira, mas Noah só precisava ficar lá 3 horas.

Any: Obrigado, Pietro, por ter vindo. Sei que está tarde, mas eu preciso mesmo de você.

Pietro: Que isso, Any, não se preocupe. Eu estava no baile.

Any: Sei. Bom, já vou indo. Eu não demoro.

Pietro acena e Any sai indo em direção ao baile.

Ela continuava a subir o morro em direção ao galpão onde acontecia o baile. Enquanto subia, encontrou Sabina descendo o morro.

Sabina: Amiga, veio agora participar?

Any: Oi, não vim saber do Noah. Já era para ele ter ido embora, mas até agora nada. Você viu ele?

Sabina não estava bêbada. Depois que teve seu filho, ela quase nunca participa dos bailes e, quando participa, bebe no máximo uma cerveja.

Sabina: Vi só na hora que eu cheguei, que foi há muito tempo.

Any fica mais aflita. Bailes funk têm muita chance de ter tiroteios, facadas, ela não gosta nem de pensar.

Sabina, vendo a aflição de sua amiga, oferece para ajudar. Elas sobem até chegar no galpão.

Elas reviram o galpão por inteiro e não acharam Noah. Elas saem de lá e Any já chorava de preocupação.

Sabina: Calma, amiga. Relaxa. Vai dar tudo certo.

Quando de repente Any vê uma figura de longe. Estava sem camisa e esfregando o seu rosto na cara de uma mulher de mega hair. Any reconheceu a tatuagem, era seu marido.

Eles não se beijavam mais, mas foi o suficiente para o sangue de Any ferver. Seu choro de aflição virou raiva.

Ela desceu um pouco o morro até o encontro deles. Ela pegou o ombro de Noah, o empurrando para trás, deixando-a na frente da mulher.

Any: Tinha que ser essa vagabunda.

Any enfurecida dá uma joelhada na barriga da mulher que ela sempre odiou, Ellen.

O corpo de Ellen se curva para frente pelo impulso da dor.

Any: Cachorra.

Any lhe dá um tapa na cara.

Any: Cafetina.

Outro tapa é depositado na cara de Ellen. Any pega seu pescoço e começa a enforcá-la. Ela a solta com tanta força que Ellen cai no chão, e Any fica por cima.

Any: Vagabunda... - um tapa - Cafetina... - outro tapa - Cachorra, vigarista, filha da puta... - e foram mais tapas.

Duas mãos seguram os braços de Any para fazê-la parar, era Noah.

Dois Mundos. Um AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora