Capítulo 3

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•Killyn•

Respirei fundo sentindo meu pescoço doer. Voltamos um tempinho depois pra delegacia, o Rick decidiu pegar um carro de polícia caso precisarmos dormir em algum lugar mais seguro. Eu sigo com minha moto, meu bebê que ganhei do meu pai no meu aniversário de 20 anos.

Vi o Rick voltar da árvore que ele usou pra fazer xixi, ajustei minha postura colocando a MP pendurada no ombro, pronta pra mais um tempo de moto.

- Vou tentar me comunicar de novo com alguém pelo rádio. Estamos chegando em Atlanta, talvez o sinal fique melhor.- fez a típica pose do Rick Grimes, o que me fez segurar o riso.- Que foi?

- Você realmente não percebe que sempre faz essa pose?- coloquei a mão na cintura, colocando meu peso em uma perna, do mesmo jeito que ele tava.

Rick me encarou dos pés a cabeça, olhou pra ele mesmo e começou a rir.

- E você, nunca reparou que você olha com cara de brava pra todo mundo?- ele bateu na minha cabeça, olhei pra ele com ódio, de novo bagunçou meu cabelo. - Tá vendo! Até pra mim. - revirei os olhos cansada dessa conversa toda.

- Tá, chega de ladainha. Você tá bem mesmo? Se formos cercados por essas coisas, vou precisar da sua ajuda pra não ver o show do Michael Jackson ao vivo.- ele riu alto dessa vez, segurando o chapéu enquanto abaixava a cabeça.

- Tô bem sim, não se preocupa com isso. Agora precisamos ir.

Concordei e cada um foi pro seu veículo. Em menos de 30 minutos estaríamos em Atlanta, onde devemos dobrar os cuidados com o barulho, por ser uma cidade bem maior.

No caminho o carro do Rick morreu, é claro que tava bom demais pra ser verdade.

- Rick, deixa isso, vamos de moto.- Falei quando ele pegou um galão de pôr gasolina e encarar uma casa que estava a uns bons metros de nós.

- Temos que tentar, Kill. Vai que tem gente lá!- bufei sabendo que ele não ia me ouvir. Desci da moto deixando a mochila nela.

- Tá, mas vamos logo, já deve ser mais de 13:00(1h) da trade, e precisamos chegar em Atlanta.

Fomos até a casa e pela janela conseguimos ver duas pessoas mortas, com tiros na cabeça, e uma espingarda perto deles. O Rick suspirou tirando o chapéu, isso ainda é novo pra ele.

Olhei ao redor e parei quando vi algo.

- Rick, olha.- apontei pro animal. - Um cavalo.- ele me olhou e sorriu, colocando o chapéu de novo antes de ir até o pocotó. Agora sim ele vai ser um verdadeiro Xerife.

...

Ri quando o cavalo acelerou os galopes e fez o Rick ficar com medo. Acompanhava eles com a moto, na mesma velocidade do cavalo. Não demorou muito pra chegarmos lá, e aquilo me assustou.

O lugar se transformou em um museu.

- Rick, fica atento.- Vi ele concordar com a cabeça pela minha visão periférica.

A moto era silenciosa, mas é arriscado ir com ela em um lugar com muitos obstáculos. Fiz um barulho com a boca pra chamar a atenção do Rick, que parou o cavalo e me encarou. Desci da moto e encostei ela em um beco. Espero conseguir buscar ela depois...

- Vai mesmo fazer isso?- Diminuiu a voz enquanto eu chegava perto dele.

- É necessário. A moto ia me complicar com esses bagulhos no meio da rua.- ele riu concordando.

Peguei a MP e parei pra pensar, a arma vai fazer muito barulho. Passei a alça dela pelo pescoço e braço, pegando a faca na bota. Arma silenciosa.

Passamos por um ônibus queimado, onde tinha dois zumbis "dormindo", eles acordaram com os barulhos do galope, aceleramos o passo passando por um tanque do exército. Conhecia bem aquele modelo.

Ondas - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora