Capítulo 7

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•Killyn•

Respirei fundo quando adentramos o local novamente. Dessa vez o Daryl quis ir na frente. Arrastou o moleque catarrento, que estava com a boca e as mãos amarradas, pelo local. Empurrou ele quando o portão abriu, e entramos logo depois, com as armas em punho.

O local é escuro, tem vários homens, todos pareciam vir do mesmo lugar. Paramos em frente ao chefe entre eles...

- Eu tô vendo as minhas armas, mas não tão todas na bolsa.- disse quando passou os olhos por nós.

- É porque não são suas. Já dissemos isso.- Rick avisou apontando a arma de grande calibre.

Um dos caras, com raiva, disse para atirarem em nós, acabar com as nossas raças. Apertei minha MP com força, eu tava doida pra uma briga...

- Eu acho que você não tá entendendo a gravidade da situação.- o chefe falou olhando o Xerife.

- Não, eu fui bem claro...- soltei as mãos do imbecil e empurrei ele pra os amiguinhos.- Você tem o seu garoto e eu quero o meu.- houve segundos de silêncio depois de fala do Grimes.

- Eu vou cortar o seu garoto. Servir de comida pros meus cachorros.- andou pra mais perto enquanto falava. Engatilhei a MP e me aproximei também.

- Ou. Eu tô aqui ainda. Você só machuca o japa por cima do meu cadáver!- sorri pra ele no final da frase. Ele suspirou alto e se afastou de novo.

- Por acaso você é surdo?- voltou a encarar o Rick.

- Não, eu ouvi bem, você disse pra voltarmos armados.- ouve uma onda de engatilhamento de armas. O Rick mirou na cabeça do babaca chefe.- Muito bem, estamos aqui.

Antes de alguém falar qualquer coisa, uma senhora apareceu chamando por um tal de Felipe. O Daryl disse que tá com a velha na sua linha de tiro. Segurei o riso. O chefe e o que tava do lado tentaram fazer com que a senhora voltasse por onde tinha vindo, mas ela disse...

- O senhor Gilbert não consegue respirar direito. Ele precisa do remédio de asma dele, o Carlito não achou!- do que caralhos ela tá falando?

O tal Felipe quase conseguiu levar a vovó de volta, mas ela nos encarou perguntando quem nós somos. Achava que estávamos lá para prender alguém... pobrezinha. Lembrei da minha avó, ela era tão carinhosa.

O Rick explicou que não estava lá pra prender ninguém, e sim que eles tão nos ajudando a achar um amigo chamado Glenn.

- O rapaz asiático? Ele está com o senhor Gilbert. Venha, venha, eu vou te mostrar.

O chefe abriu espaço a contragosto, e passamos por eles junto com a senhora. Ela nos levou a um lugar mais aberto, onde uma parte tinha sol. Lá havia uma espécie de casa onde tinha vários outros idosos, idosos sendo cuidados.

Andamos por um corredor longo até achar um senhor respirando com dificuldade, com o Glenn ao lado dele. Senti um alívio imediato. O senhor realmente tava tendo um ataque de asma. O que é tudo aquilo? O caras maus e durões são... cuidadores?

Procurei o chefe com o olhar e cheguei perto dele.

- Posso conversar com você?- ele concordou e me puxou pra um pouquinho mais longe dos demais.- Cara, você é o chicano mais burro que eu já vi. A gente veio até aqui pronto pra matar todo mundo!- ele suspirou antes de falar.

- Eu tô feliz que não tenha acontecido.

- Se acontecesse, o sangue estaria nas minhas mãos.- falei mais baixo dessa vez.

- Nas minhas também, a gente ia lutar. Não seria a primeira vez que faríamos isso, proteger a comida, os medicamentos, o que sobrou deles. Essas pessoas, os idosos... os funcionários se mandaram, deixaram eles pra morrer aqui.- encarando ele, percebi que falava a verdade. Agora ele não parecia um cara mau.

Ondas - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora