Capítulo 1

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•Killyn•

Respirei fundo me sentindo cansada. Não é um lugar novo pra mim, mas não é um lugar 100% confortável. O coral muito bem ensaiado, roupas combinando, o ar gelado... tudo muito organizado.

Igrejas não é para mim. Principalmente essa. Abro meus olhos quando a música acaba, indicando o fim do culto. Eu acredito em Deus, mas isso não quer dizer que eu goste de ir à igrejas.

Sinto uma mão gelada no meu braço direito, e já sabia quem era, minha avó, o único motivo pra eu estar aqui.

- vamos, meu amor? - ela não parecia nada comigo! Sua pele negra e macia, com vários sinais espalhados pelo rosto e pescoço eram totalmente diferentes da minha pele extremamente branca.

É claro que eu não puxei a família da minha mãe, apenas o cabelo, mas a pessoa que eu mais pareço não está mais aqui, e esse é um dos motivos que me fez não querer vir hoje, foi aqui que ele foi velado.

Sorri pra ela enquanto levantava do banco gelado, indo em direção à saída. O céu estava estrelado, muito bonito...

- Você falou com a Vivian?- a voz da senhora Cinthia me assustou, minha vó não costuma ficar muito tempo quieta.

- Não, falou com ela?- Vivian é a filha mais nova da minha avó, ela não mora aqui em King County faz uns anos, minha tia tem um espírito livre, e eu puxei um pouco disso dela.

- Sim, ela me disse que onde ela mora tá tendo um surto de um vírus estranho. Parece que as pessoas estão virando canibais.- arregalei os olhos com aquela frase, logo começando a rir.

- vó...- respirei fundo quando vi ela me encarar séria.- Ela não deve tá falando sério. Isso é impossível! Não tem como um vírus te fazer querer comer carne humana.

- Não sei não, isso é estranho.- Disse voltando a andar. A rua não tava deserta, tinha crianças brincando, apesar de ser um pouco tarde.

Ela não tocou mais no assunto, começou a falar sobre flores, um assunto que ambas gostava. Não demorou pra chegarmos em casa. Passei a morar com minha vó materna depois da morte do meu pai, minha mãe não é uma companhia muito agradável.

Subi as escadas coçando os olhos, mas eu sabia que não ia dormir tão cedo, sempre foi assim, desde bebê. Minha mãe deixava claro a insatisfação que ela sentia quando eu era criança por não dormir direito. Segundo ela, com 3 anos eu dormia, no máximo, 5 horas por dia.

E isso até hoje não mudou, o que me faz passar o dia exausta!

Tomei um banho morno, coloquei uma roupa confortável e caí na cama, disposta a me fazer dormir logo, apesar de ainda ser quase 23:00. E como eu suspeitei, só dormi quando o dia começou a clarear.

...

O despertador quase gritou quando começou a tocar, isso é uma tortura! São 07:00 da manhã, dormi 3 horas essa noite, um pouco mais do que ontem.

Meu dia é meio agitado, começo indo pra academia, depois pra casa ajudar a minha vó com trabalhos domésticos, depois do almoço eu encontro com o Rick, amigo do meu pai. Combinei com ele de ajudar na delegacia depois que meu pai morreu, ele era um tenente do exército, mas também trabalhava com o Rick.

Ele me ensinou muitas coisas. Digamos que eu sobreviveria em um Apocalipse com facilidade...

Desci da minha moto já dando de cara com o Xerife.

- Boa tarde, velhote.- sorri pra ele, vendo o Rick revirar os olhos.

- Você não cansa, pirralha?- Bateu na minha cabeça bagunçado meu cabelo cacheado. Deu um olhar mortal pro Xerife na minha frente, que ergueu as mãos.

Ondas - Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora