11 - Os recortes de cada um.

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Samara e Rosa guardaram o que sobrou do jantar e após lavar a louça, ambas voltaram a sentar-se de frente uma para a outra, recebeu uma notificação de mensagem, ela franziu a testa ao lê-la.

- Algum problema? – Perguntou Rosa preocupada.

- Não exatamente, ficamos de nos encontrar mais tarde, e agora o Eric disse que ficará para depois o pai dele não conseguiu falar com o antigo delegado ainda, e também ainda não conseguiram consertar a Confeitaria.

- Não fique ansiosa. Eles conseguirão encontrar quem está por trás desses 'avisos' e daquele atentado horroroso, - disse passando a mão na toalha da mesa – minha filha nenhuma dessas cartas diz quem de fato são seus pais? - Perguntou intrigada.

- Não. Tem esse recorte de jornal, oferecendo uma recompensa por mim, mas não diz nada de importante, espero que o Isaac consiga descobrir alguma coisa. - Respondeu displicente. - No entanto, se eu soubesse que iria desencadear tudo isso teria deixado quieto.

- Você merece saber a verdade. Está certa em buscar informações. - Disse inquieta.

- E o que a senhora sabe mãe? - Perguntou encarando-a. - Como a Rosalina a convenceu a ajuda-la? - Rosa mexeu-se desconfortável.

Samara engoliu o desejo de protegê-la, sua vontade era dizer para esquecer tudo aquilo e seguir com suas vidas, mas já arriscara demais, todos agora corriam perigo e o melhor seria descobrir logo quem estava por trás do atentado contra ela na Confeitaria, sentindo-se uma ingrata cruzou os braços e aguardou pelo tempo que ela precisasse.

- Na verdade ela não precisou me convencer. Traz-me um pouco d'água, por favor!

- Claro! - Disse pesarosa por trazer sentimentos desagradáveis a ela.

- O William me contou quem era você, por isso eu aceitei que ele trabalhasse no orfanato, temíamos que você fosse descoberta e, ele era a melhor pessoa para te proteger. – Começou bebendo a água de uma vez.

🍎🍎🍎

Eu mandei as crianças para a escola e suspirei aliviada, finalmente teria um pouco de sossego, pensei sorrindo, minhas crianças são a minha vida, mas havia momentos, em que eles me deixavam tão estressada e cansada.

Senti um puxão no meu braço trazendo-me à memória a garotinha que a polícia havia trazido na manhã anterior, aquele não era o único orfanato da cidade, apesar de ser o único exclusivo para meninos, a diretora do outro orfanato não a aceitou dizendo que o local estava lotado, assim, a polícia pediu para deixa-la ali temporariamente.

- Oi meu amor! – Eu disse pegando-a no braço.

Ela deitou a cabecinha no meu ombro e começou a chorar, aparentemente ela não se lembrava de quem era, ou de onde vinha ou menos ainda quem a deixara na floresta. Eu sinto uma raiva irracional por essa pessoa, seja ela quem for.

Olho para aqueles olhos negros e tristes e meu coração mais uma vez se condói por ela, e mais uma vez amaldiçoou a pessoa que a abandonou, só um monstro para deixar uma criança sozinha no meio da floresta, nem os pais desnaturados que abandonaram seus filhos aqui são tão desumano quanto essa criatura.

- Meu pé está doendo. - Chorou ela. Olhei o ferimento onde a cobra a picara.

- Vem meu amor, hora de fazer o curativo.

Fiz o curativo e a pus para dormir, estava terminando de lavar a louça quando me assustei com a campainha tocando insistentemente, corri antes que acordassem a garotinha.

- Aqui é um orfanato e não a casa da sogra e, tenha mais respeito. - Reclamei abrindo a porta, deparando-me com um homem alto, loiro de grandes e expressivos olhos verdes.

Deus, o Policial e a Enfermeira.Onde histórias criam vida. Descubra agora