12 - A caricatura de cada um.

13 3 9
                                    

Rafael saiu de casa antes que a mãe e a cunhada chegassem, não queria falar sobre o encontro com a irmã queria pensar um pouco, havia uma oportunidade de ter a família que sempre sonhou e iria lutar por isso, não mais crianças e podiam juntos encontrar uma maneira de serem felizes, quando Thiago retornasse iria sugerir que todos buscassem ajuda profissional, não queria ser assombrado pela alucinação do pai para sempre.

A irmã havia lhe dado a chance deixar o passado para trás e, ele ficara emocionado e feliz, mas percebera que ela só o procurara por causa do Rui e da Sabrina foram o eles quem a convenceram a falar com ele, agora cabia a ele fazer com que ela se orgulhasse dele, e sentisse o desejo de estar com ele, por ele mesmo, pela família que eles ainda poderiam vir a ser.

Não sabia o que fazer, Eric mandara uma mensagem dizendo que a reunião que fariam naquela noite para falar sobre o caso de Samara não aconteceria, estava todos cansados e ainda estavam mexendo na reforma da Confeitaria, suspirou olhando de um lado para o outro, estava excitado demais para dormir e, cansado demais para ficar andando por aí, sentou no banco da praça e ficou observando o movimento, aparentemente tudo parecia normal, mas de repente alguma coisa estava fora do lugar, seu olhar voltava sempre para um barzinho em frente, inquieto pegou papel e lápis no bolso, hábito adquirido quando criança gostava de ter papel e lápis à mão, nunca sabia quando algo que valia apena desenhar apareceria.

Concentrado desenhava freneticamente, terminou de desenhar e ficou a observar o que fizera. O bar estava praticamente vazio, dois homens jogava sinuca, três homens e uma mulher conversavam muito junto, franziu a testa, todos eles tinham uma coisa em comum, estavam de calça preta e camisa branca, ficou encarando o desenho da mulher, não vira seu rosto direito, ela estava de perfil, finalmente percebeu o que o incomodara naquela cena, eles se vestiam como o homem e a mulher que atentaram contra a confeitaria, encarou seu desenho, aquele perfil poderia ser daquela mulher.

Levantou dirigindo-se à delegacia. Pela janela de vidro vira o delegado conversando com o antigo delegado, estranhou a presença do homem aquele horário na delegacia, o que ele poderia saber sobre a Samara que não poderia ser dito por telefone e para os dois estarem conversando fora do expediente? Frustrado sentou-se junto aos plantonistas, sem, no entanto prestar atenção a ninguém.

- Pensei que Ricardinho tivesse ido embora. - Disse um policial sentando ao seu lado de olho no desenho em sua mão. - Quem desenhou isso cara? – Perguntou pegando o papel de sua mão. – Caramba seja lá quem desenhou, é muito bem! - Concluiu admirado devolvendo-lhe.

- Quem é Ricardinho? - Perguntou e o policial apontou no desenho.

- Ex-prefeito de Granville. – Rafael observou o rosto do homem que sorria à mesa com os outros e a mulher, franziu a testa e sorriu ao se recordar que tirara fotos da dupla.

- Algum motivo para o ex-prefeito ir embora? - Perguntou intrigado, se todo ex-prefeito deixasse a cidade não teria políticos para concorrer à prefeitura, pensou sarcástico.

- Ele fez vista grossa aos assassinatos que eram atribuídos ao Eric, e complicou bastante a vida do rapaz, na verdade eu nunca entendi muito bem a implicância que ele tinha com o médico, infelizmente nós acreditávamos que ele era culpado, mas parecia que o então prefeito queria o Eric morto, - disse pensativo. – se fosse outro delegado, o Eric não teria sobrevivido a perseguição era ferrenha. - Luciano, um policial de índole duvidosa o chamou.

- Você confia no Luciano? – Perguntou como quem não quer nada.

- Não, mas o delegado me colocou para trabalhar com ele. – Respondeu desanimado.

O rapaz saiu deixando Rafael pensativo, olhando para os lados verificou as fotos que tirara e de fato era a mulher que estivera na pizzaria antes do tiroteio, o delegado ainda conversava com o outro e pelas cabeças inclinadas o assunto era sigiloso pegou o casaco e saiu.

Deus, o Policial e a Enfermeira.Onde histórias criam vida. Descubra agora