14 - A desconfiança de cada um.

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Micaela fez o possível para o irmão ir com ela para casa, veementemente ele recusou, disse que precisa ficar um pouco sozinho que ela não se preocupasse, pois ele logo iria para casa. Ele observou a irmã se afastar e entrou no próprio carro sabendo exatamente aonde iria.

Entrou no bar estranhamente vazio, exatamente como estava no início da noite, a diferença mais visível era de que o ex-prefeito e a mulher que estivera na pizzaria na noite anterior não estavam mais por lá. Observou as pessoas em volta, sorriu por dentro ao reconhecer dois dos homens que vira mais cedo, dirigiu-se ao balcão sentindo o olhar dos homens em suas costas.

- Uma água com gás, por favor! – Pediu e ouviu a gargalhada dos homens aproximando-se dele, ficando um de cada lado.

- Tem certeza que está no lugar certo escoteiro? – Perguntou o da direita, ele o ignorou pegando a garrafa d'água, o da esquerda bateu a mão na garrafa derrubando-a. Rafael agarrou o braço do homem torcendo-o para trás, o barman correu para trás de uma cortina.

- Essa aqui você vai pagar. – Rosnou agressivamente, chutando as partes intimas do outro que tentou agarra-lo pelas costas.

- Que diabo está acontecendo aqui? – Perguntou um homem mal-encarado ao lado do barman.

- "De onde essas criaturas saíram?" – Perguntou-se os encarando, olhando atrás dos dois para a cortina. – "Ali há uma porta" – Pensou tranquilamente. - Eu pedi uma água e esses dois aqui estavam me importunando, sem falar que este aqui, - disse batendo na cabeça do homem – derramou a minha água.

- Aqui é um bar policial, o que você está fazendo aqui? Na sua delegacia não tem água? – Perguntou sério o homem mal-encarado, Rafael nem piscou o encarando, se ele pretendia desestrutura-lo por saber quem era ele, se enganara.

- Sim, lá tem água. Mais eu quero um pouco de sossego, não posso? Ou vocês fazem distinção de pessoas aqui? – Perguntou olhando para o rosto de cada um.

- Na verdade fazemos sim distinção de pessoas aqui, mas não como você está pensando. – Disse o homem fazendo um sinal discreto para os três homens, os dois ao seu lado afastaram-se e o barman pegou outra água. – Se importa de eu te fazer companhia? – Perguntou pulando o balcão.

- Não senhor. – Disse bebendo a água controlando seu coração acelerado.

- Eu sou Evil. – Disse o homem recebendo o uísque do barman que encarava Rafael com cara de poucos amigos.

- Evil! – Rafael comentou arqueando a sobrancelha o barman deu um meio sorriso virando as costas. – Combina com o senhor. – Disse bebendo outro gole de água, imaginando que ele soubesse seu nome.

- O que exatamente te traz aqui Rafael? – Perguntou fazendo Rafael sorrir, no entanto estava serio quando se voltou para ele.

- Eu só queria um lugar tranquilo para pensar, esta cidade é muito agitada para o meu gosto; quando decidi não voltar para o Rio de Janeiro e ficar por aqui, pensei ter mais sossego e ganhar mais, ledo engano, as coisas por aqui não param de acontecer e sim o salário é melhor do que eu ganhava no Rio de Janeiro, mas os problemas, fala sério todo dia tem um atentado nessa cidade, povo mais louco!

- O que aconteceu hoje de especial? – Perguntou como quem não quer nada olhando sua roupa suja de sangue. – Esse sangue todo é seu?

- Não! – Respondeu como se isso não fosse importante. – Levei um tiro mais foi de raspão. – Disse o encarando inocentemente. - Você não soube? Ontem explodiram a confeitaria do médico e hoje a porta da enfermeira, meu Deus será que é algum problema com a equipe medica? – Perguntou espantado encarando o homem. – Eu preciso voltar e falar com o delegado sobre isso... – Evil segurou seu braço.

Deus, o Policial e a Enfermeira.Onde histórias criam vida. Descubra agora