20 - A insônia de cada um.

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Evil fora extremamente simpático e gentil com o policial e o jornalista, Romano desconfiado vez ou outra fazia uma pergunta áspera, definitivamente ele não confiava nos dois, tudo bem, eles também não confiavam nele. Rafael levou Isaac até seu carro e o esperou sair e só então seguiu para casa. Já era tarde e a mãe dormia no sofá.

- Mãe, acorde! Vá deitar na cama. – Assustada ela sentou encarando-o.

- Meu filho! Graças a Deus que você chegou, eu estava tão apreensiva! - Disse sonolenta.

- Graças a Deus estou bem, desculpe-me pelo atraso. E a Bia?

- Dormindo. Ela não parou de falar da maravilha que é ficar na casa da tia Mica, estou tão feliz que vocês estejam se dando bem. – Disse sorrindo tocando o rosto do filho.

- Eu também mãe, fico feliz por esse contato dela com Bia, nós também precisamos conviver mais com a Sabrina.

- Verdade, mas pela manhã ela vai para a escola e depois vai para aquela confeitaria que só tem horário para entrar, é complicado! – Censurou.

- Mãe a Mica e o Rui fazem bem em por a filha para trabalhar, além do mais ela ama a confeitaria, e ela tem sim horário para sair, apenas o Rodrigo e a Bela ficam após as vinte e duas horas.

- Você é muito condescendente com essas pessoas.

- Não sou não. A senhora se esqueceu de tudo o que eles fizeram por nós?

- É melhor mudarmos de assunto não quero discutir contigo uma hora dessas.

- Tudo mãe, eu também não quero discutir com a senhora. Agora vá descansar, eu vou vê e a Bia e também já vou dormir.

- Você já jantou? – Perguntou preocupada.

- Eu comi no bar do Evil.

A mãe beijou seu rosto saindo para seu quarto, ele foi ao quarto da sobrinha que dormia adoravelmente.

- Dorme com Deus minha princesinha. - Beijou-lhe a testa e foi ao próprio quarto, sentindo-se extremamente cansado tomou um banho rápido e jogou-se na cama.

No meio da madrugada acordou assustado, como se alguém o estivesse acordado, sobressaltado pulou da cama acendendo a lâmpada, não havia ninguém no quarto nem mesmo a alucinação de seu pai, apertou a têmpora sentindo uma leve dor na cabeça e o calafrio por toda a sua espinha dorsal espalhando-se por seu corpo.

Sentindo-se estranho passou as mãos na cabeça e foi à cozinha, encheu um copo com água e sentou tentando descobrir o que o acordara, por que estava com essa sensação de perigo atormentando-o, suspirando revistou toda a casa, a mãe e a sobrinha dormiam e o apartamento estava em absoluto silêncio.

Angustiado vestiu um moletom velho do irmão e saiu na noite fria, puxou o capuz e colocou as mãos nos bolsos e sem direção andou por vários minutos, encontrou uma barraquinha de cachorro-quente extremamente movimentada franziu o cenho olhando para os lados.

- "Afinal onde eu estou?" - Pensou distraído.

Todos esses meses morando em Granville, não havia avistado um lugar tão sujo e esquisito, sabia que em toda cidade havia um local assim, mas tinha esperança de que as coisas por aqui fossem diferentes. Sentindo a sensação de perigo aumentar observou atentamente o local, era empático o suficiente para sentir dor ao observar aquelas pessoas naqueles estados lastimáveis, suspirando profundamente concentrou em ver além da miséria humana.

E assim como naquela manhã em que vira o ex-prefeito Ricardinho pela primeira vez algo chamou sua atenção naquela movimentação, havia algo ali que não estava se encaixando, inclinando a cabeça sorriu ao vê a pessoa estranhamente bem vestida em meio a tantos maltrapilhos conversando com um homem que ele não conhecia.

Deus, o Policial e a Enfermeira.Onde histórias criam vida. Descubra agora