21 O rato de cada um.

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Sem piscar Samara olhava os amigos. Chocada era pouco para descrever o que sentia com tudo o que ouvira, imaginava que depois de ouvir que seu próprio pai, fora responsável pela morte da mãe e estava à sua procura para mata-la, nada mais a surpreenderia, doce engano.

- Se eu entendi direito eu tenho um irmão, que não somente é filho de uma suposta amante do lunático que nos gerou como ele foi usado como bode expiatório na mesma clínica que o irmão da Mica? - Perguntou engasgada pela emoção, Isaac assentiu. - E como se tudo isso fosse pouco, a amante em questão é a sogra dele? - Mais uma vez Isaac assentiu.

Quando criança e vivia no orfanato fingia que todos os garotos fossem seus irmãos, quando Felipe a apelidou de Branca de neve também os chamava de anões da Branca, e na cabecinha dela eles de fato eram seus anões irmãos, apesar de a maioria ser maior que ela.

Após ir viver com Rosalina sempre vigilante e, aprendendo defesa pessoal, por causa da conduta de Rosalina, passou a desconfiar de tudo e de todos e naquela época agradeceu a Deus pelos amigos amados não serem seus irmãos e todos eles terem uma vida normal, obviamente que não foi assim que as coisas aconteceram, mas ela não sabia, acreditava que todos estavam casados e felizes.

Encarou Eric abraçada a esposa e sorriu, ele estava feliz apesar de todo o sofrimento e cicatrizes, suspirou pensando em como seria esse irmão biológico mais destruído e traumatizado que ela, no final das contas era uma pessoa privilegiada por ter ido parar no orfanato e pelo William e Rosalina terem decido cuidar dela.

- Como vocês descobriram tudo isso? Têm certeza que esse tal Albert é mesmo o meu pai? - Perguntou esperançosa.

- Se ele não é seu pai é gêmeo idêntico dele, por que a semelhança entre vocês é gritante. - Disse Eric.

- Veja. - Pediu Isaac colocando o notebook em seu colo. - Fotos suas, do Albert e do Bernardo.

Uma lágrima solitária escapou dos seus olhos, eles tinham razão, os três tinham os mesmos olhos, nariz e boca, a mesma pele branca e cabelos pretos, e o mesmo olhar triste que a atormentava sempre que tirava uma foto o suposto irmão tinha.

- Eu quero conhece-lo. - Disse decidida.

- Você não pode. - Disse Natalia rapidamente. Confusa Samara a encarou.

- Por que não? Eu não vou dizer que sou sua irmã.

- Isso colocará o Isaac em perigo. - Retrucou a noiva do jornalista exasperada.

- Não exatamente amor. Podemos comentar que eles são parecidos perguntar se ele também é órfão, isso não geraria desconfiança, afinal existem inúmeras pessoas parecidas mundo afora.

- Verdade. Provavelmente gerará mais desconfiança se ele ficar calado, todo mundo sabe que ele é mais curioso que criança arteira. - Disse Isabella.

- Como assim eu posso colocar o Isaac em perigo? - Confusa Samara perguntou encarando a todos. - Eu vou perguntar de novo, como vocês descobriram tudo isso? - Perguntou cruzando os braços determinada, todos se encararam.

- Eu estou frequentando um bar que o dono é o chefe dos homens que invadiram seu apartamento e ao que tudo indica é também o responsável pela explosão da confeitaria.

- Você o quê? - Perguntou se levantando nervosa. - Eu disse que não queria ninguém se arriscando mais que o necessário.

- Você quer ou não saber a verdade? - Perguntou Rebeca segurando delicadamente seu braço. - Querida eu compreendo a sua preocupação, quase enfartei quando aqueles dois ingratos se colocaram em perigo para ajudar um rapaz que não conhecíamos, mas hoje agradeço a Deus por Ele ter dado coragem a eles para juntamente com esse jornalista maluquinho fazerem o que fizeram, pois se não fosse assim eu não teria meu genro que é um filho amado e meus netinhos que são as coisas mais preciosas desse mundo para mim.

Deus, o Policial e a Enfermeira.Onde histórias criam vida. Descubra agora