Capítulo 21 - Draco

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Draco fechou a porta do quarto depois que ela adormeceu. Diante de seu melhor amigo, cerveja amanteigada na mão, ele se dirigiu até ele. Theo deslizou outra garrafa na direção dele através do balcão. Observou seu amigo tomar um longo gole, imaginando que ele desejava uma bebida alcoólica de verdade.

"Devíamos sentar?" ele perguntou.

"Está tentando me dispensar delicadamente?" Theo brincou enquanto se sentava no sofá, esticando as pernas.

Draco se sentou na poltrona, segurando a garrafa contra o joelho, olhou para seu amigo expectante. Honestamente, ele nunca esperou por essa conversa. Inferno, havia várias coisas que aconteceram neste ano que ele nunca esperava, não que estivesse reclamando. Seus olhos alternaram entre a porta e Theo, verificando se havia uma sombra embaixo. Ele poderia ter essa conversa, mas não se ela estivesse ouvindo.

"Sou um homem honesto, Malfoy, sabemos disso," Theo começou. "Parece que você não foi completamente honesto comigo."

"Você realmente espera que eu conte tudo para você?" ele disse, dando um pequeno gole.

"Não preciso saber quantas vezes você vai ao banheiro em uma semana, mas as últimas horas precisam de um pouco de explicação."

"Sim," ele suspirou. "Onde você quer que eu comece?"

Theo deu outro gole, erguendo as sobrancelhas enquanto pensava. "Hermione me disse que você sabia sobre o braço dela, que estava lá quando aconteceu, então acho que comece por aí."

Draco pigarreou e deu um gole mais longo, dessa vez desejando sinceramente que fosse álcool de verdade. Passou a mão pelo cabelo, lembrando daquela noite que parecia há muito tempo. Foram sete meses.

"Uns sequestradores pegaram Potter, Weasley e Granger usando o tabu. Eles os trouxeram para a mansão e pediram para eu identificá-los. Potter tinha um feitiço de queimadura no rosto, o que facilitou para eu mentir."

"Mentir?"

"Eu não o entreguei, disse que não sabia se era ele."

"Por quê?"

"Eu nunca quis que ele vencesse, você sabe disso, entregar Potter significava isso."

"Eu sei, mas você o odeia," Theo acrescentou.

"Odiava, mas você está certo. Odiava por muito tempo, mas foi antes dessa maldição me marcar," ele levantou o braço, "e arruinar minha vida. Nada tinha me afetado diretamente até aquele verão e tudo meio que mudou. Eu não queria ser quem eu era, eu não queria me tornar meu pai, mas eu não tinha escolha. Eu ressenti Potter depois disso, mas eu não o odiava."

"Então, quando ele veio para a mansão, você não o entregou," seu amigo concluiu. "E quanto a Hermione e o ruivo?"

"Eles insistiram que eram eles, minha mãe reconheceu a Granger, meu pai sabia que tinha que ser Weasley. Acho que eu disse que poderia ser eles, mas ninguém estava me ouvindo naquele ponto. Então, Bella insistiu em falar com Granger sozinha, os outros foram para a adega com Lovegood e Thomas." Theo assentiu, lembrando-se de Draco mencionando isso anteriormente.

"Por que ela escolheu Hermione? Se ela achava que era Harry, ela não deveria tê-lo... machucado em vez disso?"

Draco ergueu as sobrancelhas. "Você pensaria, mas Bella era uma sádica. Ela me treinou em oclumência, sabia tudo sobre mim. Cada pensamento que eu já tive, memória, tudo."

"Ela viu Granger."

"Ela viu Granger," ele repetiu mais devagar. "Ela pegou meus sentimentos idiotas e os usou contra mim. Granger está certa, se eu nunca tivesse sentido atração por ela e Bella nunca tivesse percebido, ela estaria bem. Ela não teria essa cicatriz e não seria... é minha culpa."

Various Storms and Saints | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora