Duas semanas depois, ela descobriu o momento perfeito para comer durante as refeições. Hermione aparecia cinco minutos antes do café da manhã acabar, o que coincidia com o momento em que Ron terminava e seus amigos o seguia para fora. Como ela começou a fazer, ela fez agora. Entrou no salão esvaziando e pegou um prato, escolhendo entre a comida restante. Uma fatia de torrada, metade com geleia de limão e metade com geleia de morango, algumas amoras e uma banana. Ela transfigurou uma xícara em uma garrafa térmica, escolhendo Earl Grey e um biscoito. Quando tinha tudo, não ficava no Grande Salão para comer. Hermione se aventurava no pátio e encontrava um banco sob a árvore mais distante dos transeuntes.
Estava ficando solitário, toda a sua existência. Não que não fosse algo que ela não pudesse lidar, mas se entranhava em sua mente a sensação de que sempre seria assim. Em vez de se preocupar, ela se concentrava em comer sua torrada, um lado de cada vez. Primeiro a geleia, depois a cuajada.
"Este lugar está ocupado?" Ginny perguntou ao se aproximar.
Ela cobriu a boca enquanto mastigava. "Não, por favor."
Ginny sentou na extremidade mais distante, deixando um espaço entre elas. Hermione olhou para o lado esquerdo, encontrando-a observando o mundo além delas, as colinas rolantes ainda geladas, a neve ainda fofa. Parecia que Hermione tinha vivido outra vida e, no entanto, ainda era janeiro.
"Ouvi dizer que vocês terminaram," Ginny disse finalmente. "E que não foi mútuo."
"Na verdade, acho que foi," ela disse.
Ginny olhou para ela. "Você não queria?"
Hermione colocou sua torrada de lado e deu de ombros. "O que eu quero não importa."
"Importa, Mione."
"Não importa!" ela estalou. Ginny não recuou. "Eu preciso de você, Ron e toda a sua família. Eu preciso de uma família, e se essa família despreza a pessoa com quem eu quero estar, então, eu tenho que fazer uma escolha."
"Você tem uma família. Por mais que a amemos, você ainda pode trazer seus pais de volta." Hermione se aquietou. "O que?"
Ela balançou a cabeça e colocou o prato na grama, deixando as formigas chegarem à sua comida. "Harry não te contou?"
"Contou o quê?" Ginny perguntou.
"Meus pais estão mortos, Gin. Eles morreram na noite em que cheguei à Toca, chorando meus olhos."
A boca de Ginny se abriu um pouco. "Eu... eu... você disse que os apagou a memória. Que eles não se lembrariam de você, não que eles morreram! Hermione, por que você não nos contou?"
"Não queria sobrecarregar nossa missão. Harry já tinha montanhas de culpa nos ombros, e Ron já estava nervoso com a possibilidade de perder a própria família, eu não precisava acrescentar esse estresse."
Ginny pegou suas mãos enquanto se aproximava. "Hermione, você deveria ter contado a alguém. Você não deveria ter carregado tudo sozinha! Isso é a pior coisa que poderia ter acontecido a você, e você manteve isso em segredo. Eu... eu não... você está bem? Quero dizer... Deuses, como você é tão forte?"
Ela balançou a cabeça. "Eu não sou, realmente não sou."
"Posso te abraçar?"
"Por favor," Hermione riu, cobrindo sua crescente tristeza.
Ginny a envolveu apertado, pressionando a mão na parte de trás da cabeça como uma mãe faria. Ela a segurou por um tempo e, embora duas semanas não sejam muito, Hermione esqueceu o quão maravilhoso era ser abraçada. Conforto. Primeiro Neville, agora isso? Poderia realmente ser conforto?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Various Storms and Saints | Dramione
FanfictionSangue-Ruim. Hermione olhou para as letras que manchavam sua pele. Elas não tinham cicatrizado desde o dia em que ela foi mutilada. Queridos leitores, Gostaria de ressaltar que essa fanfic foi traduzida com todo o carinho e dedicação, visando propor...