Capítulo 27

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Tick.

Tick.

Tick.

Era implacável, o tique. Constante, consistente, cáustico. Era o único som no quarto, além de sua respiração laboriosa. Apertando ao redor de seus pulmões; ela sentia como se estivesse sufocando. Talvez fosse pânico. Tudo o que podia fazer era deitar ali, olhando para o dossel, sentindo a dor em cada centímetro do seu corpo. Ela cometeu um erro tentando remover o fluido do braço. Estava piorando. Estaria a matando mais rápido? Quanto tempo restava? Por que ela não se movia?

Ela sentia que merecia, a dor. Era arrependimento por falhar com seus pais. Cada pessoa que ela deixou morrer ao longo dos anos porque não era rápida o suficiente, inteligente o suficiente, boa o suficiente. Quantas vidas ela poderia ter salvo se soubesse mais? A cada respiração árdua, ela recontava aqueles que ela falhou.

Mãe.

Pai.

Cedric.

Remus.

Tonks.

Fred.

Colin.

Sirius.

Lavender.

Dobby.

Dumbledore.

Muitos e muitos mais se perderam. Ela se sentia responsável. Pânico autoinfligido, estava de volta e com uma vingança desta vez. Doía. Era tão simples assim, doía. Ela merecia. Ela era fraca, não tinha feito o suficiente.

Hermione apertou os lençóis ao lado dela enquanto tentava acalmar sua respiração. Ela precisava retomar o controle dessa situação. Um, dois, respirações. Três, quatro, expirações. Não estava funcionando, ela queria gritar. Por quê? Por que ela? Por que isso?

"Desculpe," sussurrou. "Por favor, desculpe. Eu não sei o que fiz de errado."

Ninguém respondeu, nem mesmo a voz em sua cabeça.

"Por favor, eu não sei o que fazer." Uma lágrima escorreu pela sua têmpora, se instalando no travesseiro. Quantas lágrimas seriam necessárias antes do fim?

Uma batida. Em seguida, uma pausa. Mais duas.

Ela fechou os olhos, lembrando-se daquela batida. Era mais simples naquela época, mesmo apenas quatro meses atrás. À beira de dezembro, tudo havia mudado.

"Entre," disse Hermione calmamente, forçando-se a se sentar.

A porta se abriu, permitindo que uma breve luz branca penetrasse no quarto escuro enquanto ele entrava. Ela juntou seu cabelo, amarrando-o na nuca. Ele ficou ao lado de sua cama e na escuridão, seus olhos eram estrelas no quarto escuro. Através de seus pulmões lutadores, eles pareciam um sopro de ar fresco, esses olhos. Hermione indicou o lugar à sua frente enquanto ele tirava os sapatos, sentando-se de pernas cruzadas diante dela. Era estranho, ela pensou, vê-lo sem pose.

Ela se aproximou dele, suas pernas sobre as dele. Ela precisava dele ali, saber que ele era tangível, que ela não estava sozinha. Draco colocou as mãos em suas coxas nuas, deixando-as descansar ali enquanto ela o olhava. Estendendo a mão, ela empurrou o cabelo sedoso dele para trás quando uma lágrima a escapou tarde demais.

"Tudo bem?" ele sussurrou.

"Deveria estar te perguntando isso," disse ela, deixando a mão cair em seu colo novamente. "O que aconteceu?"

"Já falei com Theo."

"Ah." Ela esfregou os olhos, suspirando rapidamente antes de olhar para ele novamente. "Você pode falar comigo também, se quiser."

Various Storms and Saints | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora