o mistério da boca perfeita | ryeji

9. Tornar notável o que não se sabe expressar

#VacilouYejiBeijou
—x—
apartamento
HWANG YEJI

Tenho que dizer que está cada vez mais difícil resistir as investidas de Ryujin. Lógico que os flertes sempre foram algo presente na nossa amizade por estarem contidos na personalidade da garota.

Ryujin nunca foi alguém de sair de casa, muito menos de ir a festas, nos conhecemos assim e eu sempre fui acostumada com a garota tentadora porém reservada. Foi quando Yuna começou a poder sair de casa que as coisas mudaram.

Ryujin sempre acompanhava o nosso grupo na ida a festas, mesmo que no início fosse esquisito vê-la fora de seu computador gamer, saber que a nossa companhia era o bastante para fazer uma noite de Ryu feliz era bom.

De uns tempos pra cá as coisas parecem estar mudando.

Estamos amadurecendo, estamos nos tornando adultos aos poucos, estamos deixando de ser apenas jovens. Temos que lidar com responsabilidades.

Não sei se é por isso, mas a entonação de Ryujin me parece cada vez mais séria quando se diz respeito aos seus flertes e investidas.

Eu estava deitada em minha cama, do lado esquerdo havia Karina e no meio, Lia.

—Esse filme é muito fofo. —Lia murmurou.

—Eu acho clichê demais. —Karina opinou.

Assistíamos Dez Coisas que Eu Odeio em Você.

—Por que vocês estão aqui, afinal? —Questionei sem retirar meus olhos da tela da televisão.

Consegui ouvir a risada suave de Karina, e Lia se acomodar ainda mais nos travesseiros macios de minha cama.

—Jinnie nos convidou para mostrar um jogo de tabuleiro novo. —Lia disse. —Mas aparentemente ela esqueceu que é a anfitriã.

—Só tem você em casa? —Rina questionou.

Era um domingo.

—Chaery foi fechar contrato com uma empresa e Ryujin não faço ideia. —Realizei uma pausa para prestar atenção no que estava passando na tela. —Achei que ela estivesse no quarto dela.

—Vocês moram na mesma casa e não se trombam?

—Nem sempre? Quer dizer, moramos juntas mas as nossas rotinas são diferentes. A gente tenta pelo menos comer junto as vezes mas não dá certo toda vez.

E voltamos a prestar atenção na tela da televisão.

Estávamos assistindo filme de romance por insistência de Lia. Eu amava também, mas não estava numa fase boa para consumir esse tipo de mídia.

Sempre acreditei no amor, e por isso ultimamente estou questionando muito o fato de não ter encontrado ninguém para mim.

Óbvio, eu nunca deixei que entrassem na minha vida também, era uma ficada e acabou, no máximo o Instagram se eu tivesse achado a pessoa muito interessante.

Estava sendo cansativo ir atrás das pessoas como se eu tivesse interesse, mas a verdade era que os encontros eram somente uma pesquisa sobre alguém que eu não conheço.