17. Clima de Natal

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#VacilouYejiBeijou
—x—
apartamento
HWANG YEJI

Certo, aquela havia sido a melhor passagem de Natal em tempos. Mesmo com o incidente Lee Chaeryeong, o final da noite foi muito... Uau.

Era tudo novo para mim, estar vivenciando sentimentos maiores pela primeira vez, e o alívio maior era de agora poder ser completamente sincera com Ryujin e de tudo estar caminhando com calma e de maneira recíproca.

Pretendíamos conversar sobre nós mais para frente, na noite passada, a garota sugeriu que apenas deixássemos os nossos sentimentos desenvolverem e se tornarem concisos antes de tirarmos conclusões precipitadas sobre o que éramos uma para a outra. Eu prontamente concordei, em sua proposta, deveríamos fazer o que tínhamos vontade sem medo algum do futuro, pois o consenso foi de que ele seria determinado pelo presente.

E no presente só queríamos ficar juntas.

Literalmente, fomos juntas para seu quarto e dormimos abraçadas.

Trancamos com muitas correntes e cadeados o monstro da luxúria que havia dentro de nós para aproveitar o clima romântico, acolhedor e carinhoso que a noite de Natal tinha a nos proporcionar.

Yeji e Ryujin sentindo o calor uma da outra, isso bastava.

A boca de Ryu se manteve levemente pressionada em minha testa aproveitando que minha cabeça descansava em seu peito. Os seus braços passavam por minha cintura, enquanto uma de suas mãos subia e descia suavemente pelas minhas costas. Nossas pernas estavam enlaçadas e minha bochecha pressionada em sua clavícula. Minhas mãos seguravam os seus braços suavemente e após de bons assuntos assim, na manhã seguinte acordar com seu corpo por baixo do meu foi o melhor presente que o Papai Noel poderia me dar.

Sua respiração regulada saia por suas narinas como uma composição musical, uma música que a partir de hoje eu desejo ouvir todos os dias, em pelo menos algum momento dele para recordar a paz daquela memória.

Notei que eu havia acordado antes dela, levantei a cabeça para analisar seu rosto sereno e meu corpo se estremeceu, como era linda.

Nunca neguei isso, sempre achei Ryujin uma mulher linda, mas sua beleza nesse momento fugia somente do âmbito físico, ela exalava algo que apenas ela poderia me oferecer, sua áurea havia mudado para mim de tempos para cá e foi nesse exato momento, deitada em seu peito, que percebi que ela era tudo que eu mais desejava.

Com uma de minhas mãos desenhei seu rosto, passei meus dedos delicadamente por todos os seus traços, os guardando em minha mente para lembrar exatamente de sua beleza quando estivermos longe.

Meu coração palpitava, e eu já havia decidido aceitar a parte boa que essa relação tinha a me oferecer, eu poderia abrir a boca ali mesmo e dizer tudo que eu tinha mais vontade.

Se o medo também não me preenchesse.

Perder uma amizade por algo que não está ao seu controle é péssimo, sempre pensei no que eu poderia ter feito de diferente naquela época para que Felix não se apaixonasse por mim, eu voltaria no tempo e mudaria a maneira como eu agia com ele, eu não me preocuparia tanto a ponto dele pensar ser algo a mais, eu definitivamente não o convidaria para vir em casa passar um tempo comigo e com Hyun resumindo, eu faria tudo diferente. O problema, não posso voltar no tempo.

Superar o passado é tão difícil, mesmo que minha maior vontade seja abandoná-lo para viver intensamente o presente.

Antes de adormecer, conversamos brevemente sobre isso, e Ryujin prometeu que me daria todo o tempo do mundo para começarmos a demonstrar afeto uma pela outra mais seriamente, mas eu não queria esperar, meu corpo clamava por ela e eu não deixaria o medo me consumir mais uma vez.

o mistério da boca perfeita | ryejiOnde histórias criam vida. Descubra agora