Capítulo 20

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Boa leitura!

Daemon tinha estado atolado de problemas desde que o dia começou. Seu dia estava lotado de reuniões com o pequeno conselho, e Daemon não era a pessoa mais paciente, principalmente quando tudo o que aqueles lordes faziam era reclamar de coisas banais, menos Lorde Corlys que incessantemente trazia o assunto sobre a Triarquia a tona.

Ele trocou um olhar exasperado com Rhaenys que apenas fez questão de ignorá-lo, voltando a anotar algo em uma folha.

Ficou aliviado quando ouviu a porta ser aberta bruscamente. Uma boa briga era tudo o que queria. Ele desviou seu olhar para uma das damas de companhia de Rhaenyra que estava ofegante, como se tivesse corrido até ali.

Daemon se levantou, já sentindo que algo de errado tinha acontecido com sua esposa.

- Vossa...

- Não enrole, garota. Diga logo o que aconteceu.

- A Rainha Rhaenyra entrou em trabalho de parto.

Daemon empalideceu, o medo pesando em seu coração. As piores situações possíveis passando por sua cabeça. Daemon tinha perdido sua mãe na cama de parto, e agora, sua esposa também enfrentava essa batalha.

- Lady Mão terminará essa reunião. - Daemon não hesitou levantar e sair. Seus passos apressados e nada dignos de um rei.

Entrou nos corredores em que ficavam seus aposentos. Ele fez um gesto com a mão para que o guarda se afastasse, e ignorou Harwin parado na entrada.

Seus olhos focaram em sua esposa se contorcendo na cama. Ele se aproximou, e pegou sua mão, a beijando.

- Rhaenyra. - Os olhos dela se abriram, a dor em seus olhos, fez o coração de Daemon se encolher. - Meu amor...

Daemon ignorou a sensação de realização de finalmente estar dando voz aos sentimentos que só crescia conforme o tempo. Afinal, não era o momento.

Meistre Gerardys se aproximou, e a examinou, seus ombros tensos. Daemon percebeu o brilho de preocupação passar pelo olhar do Meistre.

- Além das contrações, está sentindo algo a mais? - O meistre perguntou.

- Não. - Rhaenyra grunhiu.

Daemon beijou sua cabeça com delicadeza. Odiava ver Rhaenyra assim, com dor, e saber que não havia nada que pudesse fazer.

Ele viu Aemma entrar no quarto, e se aproximar da cama do outro lado.

- Ah, Rhaenyra, vim o mais rápido possível. Como você está?

- Com dor.

Daemon observou com os olhos atentos os movimentos de Meistre Gerardys. Ele o olhou.

- Não será necessário todos aqui.

Rhaenyra apertou sua mão fazendo com que desviasse o olhar do Meistre, súplica brilhou em seu olhar.

- Fique, por favor.

- Claro.

Daemon não hesitou em falar. E mesmo que Rhaenyra não tivesse lhe pedido para ficar, ele não sairia do lado dela por nada.

Tudo se passou como um borrão pela mente de Daemon, os gritos de Rhaenyra ecoando em seus ouvidos, ela apertando sua mão tão fortemente que depois de um tempo, ele não a sentia mais.

Rhaenyra apoiou a cabeça nos travesseiros, sua respiração ofegante e uma careta em seu rosto. Daemon beijou sua mão, e passou a mão carinhosamente em seus cabelos suados. Rhaenyra o olhou com dor.

- Não sei se consigo, Daemon. Estou tão... cansada.

- Você consegue, Rhaenyra. E vou estar aqui ao seu lado a todo momento. Mas precisamos que você continue, está bom? - Ele se aproximou e deixou um beijo em sua cabeça. Ela assentiu, e olhou para a parteira que esperava pacientemente.

- Quando a contração vier, empurre, Vossa Graça.

Os gritos de Rhaenyra duraram por mais trinta minutos, antes dela deixar a cabeça cair nos travesseiros, e Daemon ouvir um choro alto de um bebê. Sua atenção fora atraída até a parteira que passava o bebê enrolado em um pano para Meistre Gerardys.

Daemon se levantou, caminhando até o meistre. Gerardys sorriu para ele, e entregou o bebê em seus braços. Daemon pegou com extremo cuidado, não tinha pegado muitos bebês no colo. Ele olhou para os cabelos prateados ralos, e a pele tão pálida como a lua.

- Parabéns, Vossa Majestade. É um menino forte e saudável.

Daemon abriu um sorriso largo enquanto olhava para seu filho, seu primogênito e herdeiro. Seu coração se enchendo de amor quando o menino abriu os olhos lilases como os da mãe.

- Daemon. - A voz de Rhaenyra era um sussurro cansado. Ele se virou para ela, ainda sorrindo enquanto se aproximava.

Aemma tinha ajudado Rhaenyra se ajeitar na cama, e fora até as parteiras e as serviçais para pegar lençóis e preparar um banho para Rhaenyra.

Ele se sentou na cama, ao lado de Rhaenyra e passou o bebê para seus braços. Ela deu um sorriso cansado, mas Daemon conseguiu ver o amor brilhando em seus olhos enquanto olhava para o filho deles.

- Ele é lindo.

- Como a mãe. - Daemon disse, e Rhaenyra o olhou com seus olhos brilhando.

- Ele tem o seu nariz. - Constatou quando voltou a olhar para o filho.

Era uma verdade, apesar de o menino ter os olhos de Rhaenyra, suas feições eram todas dele.

- Aegon, é realmente um belo nome para um rei. - Rhaenyra disse quanto acariciava os cabelos ralos do filho.

Depois de mais alguns momentos em que Rhaenyra alimentou o bebê, não querendo que a ama de leite fizesse, Daemon o balançou suavemente enquanto Aemma ajudava Rhaenyra no banho.

Essa era uma realidade que Daemon nunca pensou que aconteceria. Ter um filho com a esposa que amava.

A Rainha Consorte| DaemyraOnde histórias criam vida. Descubra agora