𝐂𝐨𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐄𝐬𝐩𝐢𝐧𝐡𝐨𝐬

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Daena acordou com um barulho nas grades de sua cela. Ela pôde ver uma figura encapuzada deixar uma caixa no chão.

- Uma entrega do Príncipe Cruel. - Sussurrou a pessoa e logo se retirou dali.

Daena se arrastou em direção a caixa, a segurando em suas mãos. A platinada abriu ela vendo um papel e a lata de tinta para escrever. Daena sorriu, agradecendo mentalmente a Aemond por conseguir manda-la.

A mulher escrevia a carta de forma rápida, temendo que algum dos guardas a pegasse, e parece que seus pensamentos atraíram. Passos foram escutados pelo corredor das masmorras, fazendo Daena esconder o papel e a tinta atrás de si, de forma afoita, quase derrubando o líquido.

- Daena... - A voz de Alicent do outro lado das grades tranquilizou a Targaryen, que se levantou assim que escutou sua voz.

- Alicent. - Daena parou diante dela, sorrindo largo. Fazia um tempo que a Hightower não vinha visitar ela.

- Aegon mudou de ideia, ele vai entregar o trono para Rhaenyra. - Alicent disse de uma vez, e notou que Daena não esboçou nenhuma reação, nem mesmo de surpresa. Ela estranhou. - Você já sabia? - Daena suspirou. - Você falou com ele. - Sua voz saiu como confirmação. - E não me contou.

- Aemond me disse que você não estava bem, que estava enlouquecendo. - A platinada disse, pouco desesperada. - Eu não queria envolver você em algo que podia fazer-la piorar. - Pontuou. - Quando Aegon entregar a coroa, finalmente poderemos ficar juntas em paz.

- Você acha que Rhaenyra não vai buscar sua vingança?  - Alicent arqueou as sobrancelhas. - Aegon usurpou seu trono, Aemond matou um de seus filhos e eu sou a mãe deles. O que você acha que Rhaenyra fará?

- Rhaenyra não é cruel, ela é piedosa. - Daena rebateu.

- E quanto a Daemon, hum? Se ele foi capaz de encomendar a morte de uma criança, ele é capaz de tudo. - A Hightower disse preocupada.

- Ele não fará nada que Rhaenyra não permitir. - A Targaryen tranquilizou. - E eu juro que protegeria você e 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘰𝘴 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘰𝘴.

Alicent sentiu seu corpo arrepiar e esquentar com a fala da mais velha.

Nossos filhos.

Aquela frase fazia o coração de Alicent esquentar e ela sorrir boba.

- Alicent... - Daena chamou, fazendo a Hightower voltar a prestar atenção em si. - Você sabe que seu pai vai tentar nos impedir, certo? - Disse, e a ruiva suspirou, olhando para o chão.

- Durante minha vida toda meu pai era quem tomava as rédeas dela. Ele tomava as decisões dela por mim. - Revelou. - Eu não quero mais isso. - Pontuou, com o tom de voz cansado.

Daena segurou as mãos da mais nova, acariciando-as. Ela sabia como aquela decisão seria para Alicent. Otto podia ser a pior pessoa em sua vida, a que a causava mais dor, mas ele era seu pai, seu família. A Targaryen sabia como era difícil decidir quando família e sentimentos se envolviam.

Alicent olhou para a mais velha, encontrando seu olhar preocupado sobre si. Os olhos claros da Targaryen conseguiam transmitir mais sentimentos que palavras muitas vezes, e Alicent amava isso. Ela sabia o que Daena sentia só pelo seu olhar.

- Eu estou com você. - Daena disse em um sussurro. - Sempre.









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Alicent caminhava pelos corredores da Fortaleza indo em direção aos aposentos de sua filha, que ainda não havia se recuperado da morte de seu filho primogênito.

 S I N N E R S - Alicent Hightower Onde histórias criam vida. Descubra agora