𝐀 𝐑𝐚𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐏𝐫𝐞𝐭𝐚

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O funeral da criança falecida de Rhaenyra foi feito pela tarde. O clima era melancólico e não se ouviam ruídos de pessoas conversando, apenas o som das ondas se quebrando no litoral e as chamas queimando o corpo do bebê.

Rhaenyra estava com os olhos inchados, ela não tinha forças. Daemon não havia pronunciado uma palavra desde a descoberta da morte de seu filho. O príncipe havia esvaído toda sua raiva e luto na praia, enquanto gritava e socava a areia. Daena havia chorado, e rezado para os deuses antigos por seu sobrinho natimorto.

Daemon e Rhaenyra ficavam perto da bancada onde a criança estava, olhando fixamente para as chamas queimando.

Um guarda subiu a pequena montanha que ocorria o funeral, indo em direção a Rhaenyra. Os dois guardas ali perto se puseram no caminho do Sor, e sacaram suas espadas, apontando para ele, para que não se aproximasse. Daemon desviou o olhar das chamas, vendo a movimentação, e se aproximou.

Daena desceu de cima da pedra que estava, indo em direção aos homens, e fitou o recém chegado, vendo que se tratava e Sor Erryk.

- É o Sor Erryk. Está tudo bem, senhores. - Daena tranquilizou os outros dois guardas. - Ele nos ajudou a sair de Porto Real.

- Venho em paz, irmãos. - Disse Erryk, e tirou seu elmo. Os guardas abaixaram as espadas.

Erryk deu alguns passos a frente, e se ajoelhou, chamando a atenção de Rhaenyra. O homem carregava uma bolsa, e se movimentou para pegar algo dentro.

Era a coroa do rei Viserys.

- Eu juro proteger a rainha com todas as minhas forças. - Disse o guarda ajoelhado, erguendo a coroa dourada com as duas mãos. - E dar meu sangue pelo dela.

Daena pegou a coroa da mão do cavaleiro delicadamente, e a observou. Ela lembrava Viserys. E Viserys havia partido. E sua irmã sentia sua falta.

- Não tomarei nenhuma esposa. Não possuirei terras. Não serei pai de nenhum filho. - Erryk pronunciava seu juramento a rainha. - Guardarei seus segredos, obedecerei seus comandos, andarei ao seu lado e defenderei seu nome e sua honra.

Daena olhou para Daemon, que lhe retribuía um olhar de dor, de perda. A Targaryen andou em direção ao irmão, e lhe entregou a coroa. Daemon observou o objeto, o sigilo da casa Targaryen, o dragão de três cabeças.

Daemon observou a esposa, antes de andar em sua direção de forma lenta. Quando parou diante dela, ele ergueu a coroa, colocando-a sobre sua cabeça, e se ajoelhou diante dela.

- Minha rainha. - Daemon disse, levantando sua cabeça para olha-la, mas logo abaixou novamente.

Daena deu alguns passos a frente, para ficar diante da mulher.

- Minha rainha. - Daena também se ajoelhou, com a cabeça baixa.

Todos ali presentes fizeram o mesmo. Se ajoelharam diante da nova rainha. A legitima herdeira do Trono de Ferro.

Rhaenyra observava eles se curvarem com maestria. Ela percebeu ali que ela tinha forças para reivindicar o que era seu por direito.

Daena se levantou, se erguendo diante a todos.

- Saúdem a rainha Rhaenyra Targaryen, a herdeira legítima do Trono de Ferro. Primeira de Seu Nome, Rainha dos Ândalos e dos Roinares e dos Primeiros Homens. Senhora dos Sete Reinos e Protetora do Reino. - Daena exclamou, olhando para a sobrinha, que a olhava emocionada. - Vida longa a Rainha Rhaenyra!

- Vida longa a Rainha Rhaenyra! - Todos repetiram, se levantando diante a rainha.








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