𝐔𝐦 𝐟𝐢𝐥𝐡𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐮𝐦 𝐟𝐢𝐥𝐡𝐨

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Os dias em Porto Real pareciam ficar sombrios desde a coroação de Aegon. Mesmo com o sol brilhando forte no céu, o clima não acompanhava.

Aemond pousava a pouco e andava em passos rápidos e desajeitados na Fortaleza Vermelha, indo em direção a sala do pequeno conselho.

O príncipe abriu as portas da sala bruscamente, interrompendo a discussão ali e fazendo todos olharem para o Targaryen. Era estranho para Aemond ver seu irmão sentado onde seu pai costumava sentar, e em sua ausência, sua mãe.

- Você demorou para voltar, irmão. - Aegon falou divertido. - Por acaso você estava se escondendo?

- Preciso falar com o rei e minha mãe a sós. - Aemond disse sério, e todos na sala se entreolharam, confusos com o comportamento do príncipe.

Aegon acenou para que os lordes se retirassem. Otto ficou na sala, como Mão do Rei, e Aemond não protestou com a presença do avô.

- O aconteceu, Aemond? - Questionou Alicent. - Parece abalado.

- É sobre os Baratheon? - Foi a vez de Otto questionar.

- Também. - Respondeu Aemond, sua voz oscilou.

- Também? - Aegon ergueu a sobrancelha na direção do irmão.

Aegon podia não querer a coroa e trono no início, mas agora ele parecia ter a postura de um verdadeiro rei. Aemond chegava a ter medo de como o irmão saboreava o gosto do poder.

- A Casa Baratheon escolheu apoiar Rhaenyra. Rhaegel convenceu o lorde Borros com uma proposta de casamento. - O príncipe tentava se manter firme, antes de informar a pior parte.

- Nós também possuíamos uma proposta de casamento. Por que ele escolheu a de Rhaegel? - Aegon questionou, e Aemond suspirou.

- Segundo Borros, ele queria que seu neto tivesse o sangue de Daena nas veias dele, e Rhaegel é filho dela. - Aemond respondeu, nervoso. Alicent tremeu ao escutar do nome da amante.

- Patético. - Aegon revirou os olhos. - A Casa Baratheon será a primeira que eu irei queimar.

- Eu ouvi que Rhaegel e Lucerys estavam em Ponta Tempestade também. Encontrou com eles lá? - A rainha falou, e Aemond tremeu, abrindo e fechando a boca diversas vezes. - O que houve, Aemond? - Dessa vez a voz da rainha saiu mais firme.

- Quando estávamos voltando, Vhagar ficou sem controle. - O príncipe engoliu em seco. - Lucerys está morto.

A notícia chocou a todos ali. Alicent levou as mãos a boca, sentindo o arrepio correr a sua nuca. Otto tampou o rosto, respirando fundo, incrédulo com a fala do neto. Aegon gargalhou, divertido com a informação.

- E quando a Rhaegel? - Questionou a rainha, esperando que a situação não piorasse.

- Eu não sei. Vhagar derrubou o dragão no mar. - O Targaryen sentiu um nó se formar em sua garganta. - Eu não sei se Rhaegel está vivo. - Alicent tremeu.

- Que a mãe tenha misericórdia. - Alicent proferiu, abaixando a cabeça. - Eu não quero nem imaginar o que Rhaenyra e Daena farão quanto a isso. Como pode ser tão estúpido, Aemond?

- Vhagar fugiu do meu controle...

- Você perseguiu eles? - Alicent começava a se alterar.

- Eu queria apenas me divertir, mãe. - O príncipe tentava se defender.

- Se divertir? - Alicent riu sem humor. - Agora vamos pagar pelo preço de sua diversão. Como pôde ficar tão cego se você só perdeu um olho.

- Faremos um banquete em sua homenagem, irmão. - Aegon falou, sorrindo e bebericando um pouco de seu vinho. - Dois a menos. - Alicent revirou os olhos com o comentário do filho.

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