"NADA DE IMPORTANTE"

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Bruno

Ele fica me encarando por alguns segundos e então me beija.
Seus lábios são macios e o beijo é repleto de desejo.
Ele parecia desesperado por isso. Ele me segurava pela cintura como se eu fosse fugir a qualquer momento.
Nossas respirações estavam rápidas e ofegantes.
Acho que eu queria isso tanto quanto ele e não sabia ainda.
Depois de quase ficarmos sem ar nós nos separamos e ficamos nos olhando por algum tempo.
Ele então me abraça novamente e eu apenas me entrego.

Gabriel - Eu prometo te fazer muito feliz, Ruivo. - diz baixinho.

Seu perfume entra em meu nariz e eu posso sentir o seu cheiro simplesmente perfeito.
Eu afundo meu rosto em seu pescoço e apenas me entrego ao momento.
Após algum tempo apenas assim, nós nos separamos e ele me levou pro quarto dele.
Ele me deu algumas roupas dele e eu fui tomar um banho. Após eu sair vestindo as roupas gigantes dele e ele rir da minha cara, ele também foi tomar um banho.

Me sento na cama e fico olhando pro nada.
Isso realmente aconteceu? Eu o Hugo... Isso acabou? Tudo?
E o Gabriel agora? Eu tô tão confuso com isso tudo...
Minha cabeça tá doendo e meus olhos estão pesados.
Eu não sei o que tá acontecendo agora. Eu preciso dormir.
O Gabriel sai do banheiro e vem até mim.

Gabriel - Tá tudo bem, Ruivo? - ele pergunta parecendo preocupado.

Eu - Tá sim... Eu só preciso dormir. - digo e ele sorri.

Nós então nos deitamos e eu durmo rapidamente.
Sinto que o Gabriel passa o braço sobre minha cintura e me puxa mais pra perto dele.
Acordo no outro dia com a pior dor de cabeça.
Olho para os lados e não vejo o Gabriel. Deve ter acordado mais cedo
Levanto, vou até o banheiro e faço toda a minha higiene matinal.
Vou pra cama e pego meu celular. Tinha várias mensagens de várias pessoas da minha antiga escola me mandando felicidades e parabéns.
Meu Deus é o meu aniversário e eu nem lembrava. Nunca gostei de aniversários, mas esquecer foi demais.
Do nada a porta do quarto abre e o Gabriel apareceu com uma sacola na mão.
Ele vem até mim com um sorriso no rosto.

Gabriel - Parabéns, Ruivo! - diz me dando um abraço.

Eu - Valeu, Biel. - agradeço e ele me olha sorrindo.

Gabriel - Eu comprei um presente. - ele me entrega a sacola.

Eu - Não precisava disso, Gabriel! - digo envergonhado.

Gabriel - Só abre logo Ruivo. - diz e eu abro.

Eu - NÃO!? GABRIEEEEELLLLLLL!!!!! - grito pulando em cima dele de felicidade.

Era uma entrada pro show da minha cantora favorita que ia acontecer no outro dia.
Eu já comentei com ele o quanto eu sou fissurado na Melanie Martinez, mas não sabia que ele iria guardar essa informação.
Eu tô tão feliz que nem consigo pensar.
É simplesmente o melhor presente que eu já ganhei na vida!

Gabriel - Gostou? - pergunta o óbvio.

Eu - Se eu gostei? Eu amei, Gabriel! É o melhor presente de todos! Obrigado! - digo pulando de felicidade.

Depois disso, nós tomamos café e eu pedi a ele pra me deixar em casa.
Nós fomos e ele parou o carro na frente de casa.

Gabriel - É... Como você acha que vai ser agora? - ele pergunta me olhando.

Eu - Eu não faço a mínima, mas eu não quero mais o Hugo aqui. - digo sendo sincero.

Gabriel - Eu até levaria ele pra morar comigo, mas acho que ele não vai querer... - diz meio pra baixo.

Eu - Fica tranquilo, ele vai se virar. - digo e dou uma abraço nele. Já tava pronto pra sair quando ele me puxa e me dá um beijo.

Gabriel - Eu posso passar aqui mais tarde? - pergunta depois que nós nos separamos.

Eu - Pode. - digo e ele me dá um selinho. - Tchau, Biel. - digo saindo do carro.

Gabriel - Tchau, Ruivo!

Entro em casa e dou de cara com o Hugo. Ele me olha rapidamente e depois continua fazendo o que ele já tava fazendo.
Olho e vejo uma mochila e uma mala. Ele vai realmente embora.
Eu nem sei o que sentir agora. É tudo tão confuso e novo.
Meu pai aparece na sala e me olha preocupado. Vou até ele e lhe dou um abraço.

Pai - Fica bem. - diz baixinho e depois deixa um beijo na minha cabeça.

Subo as escadas e vou pro quarto.
Eu gosto do Gabriel. Eu gosto do Gabriel?
Ele é um cara incrível, mas o Hugo não sai da minha mente.
Pego um travesseiro, coloco no rosto e começo a gritar. Uma boa maneira de deixar a mente vazia.
Depois de me acalmar tiro o rosto do travesseiro e vejo o Hugo me olhando na porta do quarto.

Hugo - Você é estranho sabia? - fala sorrindo.

Eu - Tô estressado... - digo olhando pro chão. - Tô confuso.

Hugo - Eu vi você e o Gabriel no carro. - diz sorrindo. - Eu sabia que tinha algumas coisa.

Eu - O que? Não! Aconteceu ontem, depois que você foi um babaca comigo. - digo tentando me defender. - Eu não trai você em momento algum, Hugo, é uma pena não poder ouvir o mesmo de você.

Hugo - Você é fixado com o passado, né? Esquece essa porra. - diz me olhando. - Até por que a gente nunca teve nada de importante. - fala me deixando surpreso e irritado.

Eu - Você é tão idiota, Hugo. Eu até tentaria te dizer que a gente teve sim algo de importante, mas seria coisa demais pra entrar nesse seu cérebro tão pequeno. - digo e ele sorri.

Hugo - Sabe... Eu realmente gostei de você, mas depois eu fui me cansando. Você é tão... Tão... Difícil. Eu não ia aguentar mais tempo com isso. Eu poderia só ter te batido forte o bastante daquela vez pra você sair da escola e eu nunca mais te ver na vida, mas não! Eu tinha que me aproximar do viadinho novo. - diz me deixando magoado a cada nova palavra.

Eu - Eu achei que a gente tinha realmente de gostado... - digo com lágrimas nos olhos.

Hugo - Tá vendo? Você é muito sensível, "Ruivinho". - diz com uma voz forçada e fazendo aspas com os dedos. - Sinceramente, eu tinha vergonha de andar contigo. Todo mundo sabia que você era uma bichinha do caralho e isso só me deixava mais envergonhado. - diz sorrindo.

Eu - Parabéns pra você então. Se eu sou uma bichinha, você é o que? Hétero? Idiota de merda. - digo me levantando.

Ele me olha parecendo irritado e vem até mim.
Nós estamos muito próximos. Posso sentir sua respiração acelerada e furiosa.
Ele me olha nos olhos e eu não corto o contato visual.
É quando ele segura meu pescoço com certa força me assustando.

Hugo - Você não brinca comigo, Bruno. - diz apertando mais. - Melhor ficar na sua e esquecer que eu existo. - diz e me empurra na cama.

Volto a respirar com dificuldade e até começo a tossir um pouco.
Ele fica me olhando por alguns segundos e depois sai do quarto.
Vou até a porta e tranco. Volto pra cama e sinto meus olhos se encheram com o líquido salgado novamente.
As palavras que ele usou me machucaram... Me machucaram profundamente.
Deixo as lágrimas enfim saírem e me entrego a toda essa dor.

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Oi, espero que gostem da história, deixem a estrelinha e comentem também, obrigado 🤍🤍🤍🙃🙃🙃❤️❤️❤️

O GAROTO PERFEITO (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora