CAMPO DE DESGRAÇAS

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Bruno

Acordei no outro dia um pouco mais tarde que o normal, mas como hoje é sábado, ninguém se importa.
Fiz tudo o que tinha pra fazer e desci pra tomar café.
Tive uma breve conversa com meus pais sobre filmes enquanto comia e depois subi de novo pro quarto.
Quando entro vejo que meu celular tá tocando, vou até ele e vejo que é o Hugo, então atendo.

Eu - Oi, Príncipe. - falo e ouço ele sorri.

Hugo - Bom dia, Ruivinho. - ele fala e eu retribuo. - Já tá se arrumando? Eu tô passando aí já, já.

Eu - Que?! Hugo eu acabei de acordar! Por que não avisou que a gente ia sair de manhã? - falo correndo pro guarda roupas e escolhendo algumas peças.

Hugo - Foi mal, Ruivinho. - ele fala rindo. - Mas dá tempo, você é rápido. Já, já chego por aí. Tchau. - ele fala.

Eu - Tchau. - falo e desligo.

Corro pro banheiro e tomo outro banho, escovo os dentes e visto a roupa.
Dou um jeito no meu cabelo rapidinho e passo um perfume.
Desço e falo com meus pais, que deixam sem nem perguntar pra onde eu iria, só por que eu falei que iria com o Hugo. (Coitados).
Em poucos minutos o Hugo chegou e buzinou lá de fora.
Eu me despedi dos meus pais e sai.

Ele tava lindo, como sempre, encostado no carro.
Eu vou até ele e ele me dá um abraço. Por mim eu não sairia desse abraço pelo resto da minha vida.

Hugo - Tá cheiroso, em? - ele sussurra no meu ouvido e eu sinto ele sugando o ar perto do meu pescoço.

Eu apenas me arrepiei e sorri.
Depois a gente entrou no carro e ele enfim me deu um beijo.
Após nós nos separarmos ele começa a dirigir.
Eu decidi não perguntar pra onde a gente iria, já que é surpresa, então eu não queria parecer chato.
Após alguns quilômetros nós chegamos em uma casa que mais parecia uma fazendinha.
Nós descemos e ele me venda do nada.

Eu - Que isso?! - eu pergunto sorrindo.

Hugo - Faz parte. - ele sussurra.

Então ele começa a me guiar pra dentro da casinha. (Eu acho).
Em poucos segundos ele retira a venda e eu posso ver aquele campo de flores lindo que tava na minha frente.
Eu fico surpreso e viro pra ele que tava me olhando todo tímido.
Me viro novamente pro campo e fico olhando e admirando cada flor alí.

Hugo - Gostou? - ele diz me abraçando por trás.

Eu - Se eu gostei? - falo me virando pra ele. - Eu amei muito, Hugo! - digo o abraçando forte. - Obrigado!

Após isso ele diz que ainda não tinha acabado e sai me puxando pela mão pra dentro do campo.
Em segundos nós chegamos em um pequeno coreto e com uma mesa cheia de coisas lindas.
Eu fiquei completamente sem reação. Apenas me virei pra ele e o beijei.
Um beijo calmo e cheio de sentimento.
Depois disso nós fomos até o coreto e ficamos lá por horas, comendo, conversando e trocando algumas carícias.

Até o celular do Hugo começar a tocar com o nome do pai dele na tela.
Ele me olha estranho e atende o celular com o auto falante ativado.

Hugo - Oi pai. - ele fala, mas não tem uma resposta imediata.

Pai Dele - É verdade que você é viado, Hugo? - ele pergunta com a voz trêmula fazendo olharmos um pro outro assustados.

Hugo - Pai...

Pai Dele - SÓ RESPONDE PORRA!! - ele grita.

Hugo - Eu... Eu sou bi, pai... - ele fala e a ligação e encerrada.

O Hugo então começa a chorar compulsivamente e eu vou até ele e o abraço tentando acalmar ele.
Ele ficava repetindo que o pai dele odiava ele e que agora ele ia morrer e não iria mais ter onde morar.
Por que as coisas precisam ser assim?
Após alguns minutos dele alí repetindo aquelas frases em meio as lágrimas o seu celular toca novamente.
Ele se apressa em atender quando vê o nome da mãe na tela.

Hugo - Mãe!? Mãe, por favor! - ele falava rapidamente sem nem mesmo respirar. - Que? Não! Mãe! - ele fala e depois começa a chorar novamente.

Eu vou até ele e o abraço novamente.
Eu, sinceramente, não sei o que fazer nessa situação. Então eu só conseguia dizer que ia ficar tudo bem, mesmo não tendo certeza sobre isso.
Ele então pediu pra que a gente fosse embora e eu apenas concordei e nós fomos pro carro.
Eu tive que dirigir já que ele não conseguia nem falar direito.

Chegamos em casa e meus pais levaram um susto quando nos viram naquele estado entrando pela porta.
Eu apenas fiz um sinal de que depois falava com eles e subi pro quarto com ele.
Ele se deitou na cama e ficou olhando pra cima enquanto tentava controlar sua respiração.
Eu me sentei ao lado dele e fiquei fazendo carinho nos seus cabelos.

Hugo - A minha vida acabou, Bruno... - ele fala enquanto algumas lágrimas insistem em cair.

Eu - Não acabou, não. Vai ficar tudo bem, tá? A gente dá um jeito. - falei tentando acalmar ele.

Ele me puxa pela cintura e me abraça deixando sua cabeça na minha barriga.
Agora ele parece mais calmo, mas eu ainda consigo sentir as lágrimas molharem o tecido da minha blusa.
Depois de alguns minutos apenas desse jeito, ele acabou dormindo.
Me soltei dele com muito cuidado pra ele não acordar e desci.
Meus pais estavam na sala e quando me viram se viraram pra mim.
Eu me sentei no sofá e expliquei tudo pra eles.

Mãe - Meu Deus... - ela fala com a mão na boca.

Pai - Que dizer então que ele agora tá sem casa? - ele pergunta.

Eu - Basicamente... - falo preocupado.

Pai - Ele fica aqui, ué... - ele fala e eu o olho. - A gente não vai deixar o garoto na rua.

Mãe - Claro! Ele fica aqui mesmo. Mas como que descobriram isso gente? - ela fala me olhando. - Vocês ficavam por aí se pegando? - ela pergunta e eu nego.

Pai - Alguém sabe disso? - ele pergunta.

Eu - Não! Só quem sabe são vocês e o melhor amigo do Hugo, mas o Gabriel não fez isso... - falo.

Pai - Não teria tanta certeza... - ele fala e eu o olho.

Eu - O Gabriel não faria isso com o Hugo, pai. Eles são tipo irmãos. - falo e ele levanta as mãos.

Hugo - Oi... - ele fala e eu me viro pra ele.

Mãe - Vem cá, querido. - minha mãe fala o puxando para um abraço. - Vai ficar tudo bem, tá? - diz o soltando.

Pai - Você pode ficar aqui o quanto quiser, tá? - meu pai fala e ele me olha.

Eu - É sério. - eu falo e ele sorri.

Hugo - Gente, eu não quero incomodar vocês... - ele é interrompido.

Pai - Nem vem com esse papinho, Hugo. Você vai ficar aqui e pronto. E eu quero ter uma conversa com o seus pais. - ele fala me deixando surpreso.

Após isso nós subimos e ele tomou um banho.
Como ele já dormiu aqui acabou ficando uma roupa dele aqui.
Ele se senta na cama e fica olhando pro nada, provavelmente pensando nisso tudo.
Chego perto dele e seguro sua mão.

Eu - Ei... - falei e ele me olha. - Não fica pensando nisso não, tá ?Vai ficar tudo bem, cê vai ver... - falo e ele sorri fraco pra mim.

Naquela noite a gente dormiu rapidamente.
Eu preciso saber como os pais dele descobriram isso...
O que era pra ser um dia super legal se tornou no pior dia dele.
Eu não consigo pensar em outra coisa além de como deve tá sendo difícil pra ele assimilar tudo isso.
Ele nunca tinha pensado passar por isso, já que ele era hétero, até onde ele sabia, então se descobrir bissexual assim é realmente muita coisa pra assimilar...
Tomara que tudo fique bem com o meu Principezinho.

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Oi, espero que gostem da história, deixem a estrelinha e comentem também, obrigado 🤍🤍🤍🙃🙃🙃❤️❤️❤️

O GAROTO PERFEITO (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora