Cap 5 - S1

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Ao acordar com um raio de luz filtrando pela janela, sou imediatamente transportado de volta aos acontecimentos tumultuados do dia anterior. A lembrança da queda de Aelia e das revelações surpreendentes sobre minha linhagem Elemental ecoam em minha mente enquanto me levanto da cama e sigo para o banheiro.

Enquanto escovo os dentes, relembro com detalhes vívidos cada momento daquele dia. A tensão palpável enquanto Aelia compartilhava sua verdadeira natureza como Elemental.

E também o que aconteceu depois de eu aceitar ir para a Nova Atlântida.

Flashback do dia anterior:

Aelia se levanta graciosamente, sua postura radiante e determinada.

— Meu trabalho aqui está feito — ela diz, dirigindo-se a todos na sala com um sorriso enigmático — Agora, devo retornar ao meu domínio, o Domínio do Raio.

Não entendendo o que ela dizia, franzo o cenho, perplexo com as palavras dela — O Domínio do Raio? O que é isso?

Aelia explica com calma — É como a Nova Atlântida é para o seu pai, Adrien. É um reino ancestral que é o lar e a fonte de poder para o Elemental do raio, assim como Nova Atlântida é para o Elemental da água.

— Entendo. Então você deve retornar ao seu domínio, assim como eu devo partir para Nova Atlântida — assimilo as palavras dela e o meu rosto mostra compreensão e respeito.

— Preciso me despedir, então. Até a próxima, Nereu. Que a força maior te guie sempre em seus passos — Aelia assente, seu olhar se tornando distante enquanto ela se prepara para partir.

Observo ela despedindo-se de me pai e de seguida ela prossegue para o jardim, onde é acompanhada por dois seguranças.

Em silêncio enquanto Aelia se afasta juntamente com os seguranças, vou atrás deles de modo a não chamar muita atenção.

Ao chegar no jardim, vejo ela envolta por uma aura de raios, seus olhos brilhavam como joias e ela começava a flutuar. Enquanto isto, os seguranças a assistiam, tendo uma certa distância dela.

A luz dos raios que ela emitia era tão poderoso que reluzia por todo o jardim na noite escura, que tive de cobrir os olhos.

Assisto horrorizado enquanto um raio atinge Aelia no jardim, envolvendo-a em uma cortina de luz elétrica. Meu coração dispara com a sensação de impotência diante do poder dos elementos, e por um momento, acredito que ela desapareceu diante de meus olhos.

No entanto, à medida que a luz se dissipa, percebo alívio ao constatar que Aelia ainda está ali, ilesa. Ela começa a se flutuar para mais alto, seus olhos reluzindo com uma determinação renovada.

Corro até ela, passando pelos seguranças, onde um deles, corre atrás de mim, me segurando pelos dois braços, imobilizando-me imediatamente.

— Desculpe, Senhor — fala um dos seguranças — Mas não posso lhe deixar passar, um raio pode lhe atingir dessa maneira.

Concordo com a cabeça e direciono minha atenção e preocupação evidente em minha voz, novamente a Aelia.

— Aelia, você está bem? O que aconteceu? — perguntava preocupado.

Ela me lança um sorriso trêmulo, seus olhos transmitindo uma mistura de surpresa e entendimento.

— Eu só estou partindo daqui, Nereu. Os Elementais são feitos dos elementos que controlamos. Um raio não pode me ferir — ela afirma.

Respiro aliviado, absorvendo suas palavras com gratidão. No entanto, a experiência me deixa com uma sensação de humildade diante da imensa força dos Elementais e a necessidade de respeitar o equilíbrio delicado entre os elementos que governam nosso mundo.

The Elementals: EncarnaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora