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oi, você me achou.
como o nome diz.
então, dependendo. nem precisa ler.
bjos!

ele recebeu a ligação da madrasta, suelly antonelli. era casada há poucos anos com sr ibrahim, seu pai. nunca foi de conviver muito com a família porque era dono de um dos bancos mais chiques do rio de janeiro, do tipo que só entrava magnata. alexandre não passava muito tempo trabalhando, porque não precisava. mas sim, usufruindo de todos os bens e pertences que ele tinha, já que gostava de sair e conhecer mulheres por aí. sempre muito atento as finanças, no entanto. jamais permitiria que os negócios ruíssem e que não soubesse o dia de amanhã

seu objetivo era ter tanto dinheiro na conta que até seus herdeiros pudessem morrer sem trabalhar sequer um dia. e esse era o foco principal, a ganância dele, por mais que ele não pensasse em construir uma família nem tão cedo.

estava ocupado vivendo a vida.

— o que posso fazer por você nessa manhã de segunda-feira, senhora nero? — ele atendeu já sabendo que lá vinha coisa.

o pai estava doente. com câncer, há algum tempo. alexandre tinha se oferecido para pagar por algumas coisas, mas o pai não aceitava muito bem. queria a presença do filho e isso sim nunca tinha, de fato. na verdade, a única vez que alexandre viu a nova madrasta foi dois anos atrás, quando chegou atrasado para o casamento.

tudo que se lembrava era que mal tinha ficado para a celebração. chegou bebado e saiu ainda pior.

a única coisa que ele se lembrava no entanto..

era a filha de sua mais nova mamãe

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era a filha de sua mais nova mamãe. giovanna antonelli, pelo que ele conseguia se lembrar, tinha 20 anos e estava cursando artes cênicas. era o completo oposto dele que tinha escolhido ir para as exatas justamente por dinheiro. era muito jovem, e muito apaixonada numa carreira promissora que ela sempre dizia que daria certo, porque palavra tem poder e ela devia atrair o que ela quer.

foram poucas as palavras que eles trocaram na festa até descobrir que ela era sua nova irmãzinha. talvez se tivesse se dado ao trabalho de fazer uma visita e conhecer a nova namorada do pai e sua enteada, não fosse pego desprevenido.

mas foram aqueles momentos, quando os dois se esbarraram, onde um não sabia quem o outro era.. que tudo aconteceu. os olhares se trocaram, e ele foi logo sendo um cavalheiro.

— estraguei seu vestido? com certeza estraguei seu drink. vem, eu pego outro pra você. — se dispôs, ainda bêbado. mas era como se a adrenalina de seu corpo trouxesse sobriedade: ele queria aquela mulher.

ele a tomou pela mão e a levou para o bar.
ela ria, alegre com as bebidas que tomava também.

— o vestido está intacto, graças a deus. mas aceito outro drink.

alexandre deu uma boa conferida no vestido todo prata. ela com certeza. não estava usando sutiã e se perguntava se sequer usava calcinha. era absurdo que acabasse de conhecer aquela mulher e já quisesse enfiar a mão no meio de suas pernas para descobrir. um instinto animalesco surgiu dentro dele.

— é uma pena que não vai precisar tirar o vestido agora.. — ele flertou, levando o copo de whisky na boca, sem tirar os olhos dela.

— quem sabe eu derrube a próxima taça de champanhe no meu vestido e precise de socorro, né? — giovanna devolveu o flerte.

sabia que o cara era muito mais velho que ela, mas se sentia atraída como não se sentiu por ninguém a vida inteira.

alexandre deu um passo na direção dela, ficando perto demais.

— me diz isso de novo e eu entorno esse whisky inteiro nesse seu vestido

giovanna deu uma risadinha, distraída pelo garçom que trazia sua taça de champanhe.

alexandre não conseguia evitar olhar para ela. o decote do vestido nas costas. os cabelos lisos e morenos, o vestido, o bico do peito que ele conseguia ver claramente.

— nem sei seu nome. — giovanna comentou, tomando um gole do champanhe.

uma gota da bebida escorreu por seu lábio esquerdo e alexandre fez questão de limpar a gota com o dedo, antes de levar até sua própria boca e chupar.

giovanna sentiu seu corpo entrando em erupção olhando para a boca daquele homem.

— alexandre. e você?

— giovanna.

eles deram as mãos, ainda flertando.

— que bom que se conheceram! finalmente! meus filhotes! — suelly chegou abraçando os dois pelo pescoço.

nero e giovanna ficaram cara a cara e não sabiam como reagir nem o que dizer.
estariam se tornando meio irmãos? irmãos? ou nada?

— vem amor! vem ver, eles já se conheceram. — suelly chamou o novo marido.

o olhar de giovanna e de alexandre não se quebrou.

— giovanna antonelli — ele completou o quebra-cabeça. — claro. como pude não notar?

— alexandre nero. — ela devolveu. deu um suspiro, nero pode perceber que era de frustração.

toda aquela química para nada? realmente, ele sentia vontade de ir embora dali e se embriagar cada vez mais.

— vou ser sincera com você, querido. seu pai está de mal a pior. e precisamos de ajuda.

— manda o cheque, eu pago o que for. — alexandre se apressou.

— não.. não tem nada disso. é psicológico. ele cismou que vai morrer e quer conviver com todos nós nos últimos meses. rejeitou a enfermeira que estava cuidando dele e.. bom.. você sabe.. eu tenho que trabalhar, a giovanna tem que fazer a faculdade que não é barata..

— eu ajudo vocês financeiramente, suelly. não tem problema.

— querido, a questão realmente não é essa. seu pai te quer aqui. convivendo nessa casa conosco, ajudando ao invés da enfermeira.. ele disse que seu tempo livre pode ser passado com ele e não vai aceitar um não como resposta. ele está teimoso, alexandre.

ele bufou passando a mão pela cabeça.

— não tem nem quarto pra mim aí, suelly. e eu vou bancar a babá? sério? eu nem sei fazer isso.

— a gente te ensina. você divide o quarto com a giovanna até a gente construir um pra você aqui e.. a gente dá um jeito. eu só preciso do seu sim. porque esse homem está agoniado e cada vez pior. ele precisa de você, alexandre.

nero suspirou algumas vezes. passou as mãos nos olhos, coçando, reclamando mentalmente.

— eu vou. claro que vou. é meu pai, pode deixar eu.. cuido dele sim.

— não vai ser o tempo todo. só quando eu não estiver por perto. nem giovanna. você sabe.. te passo os detalhes melhor quando estiver aqui. quando você planeja vir pra ca?

— acho que.. o mais rápido possível? — alexandre se apavorou. já tinha perdido sua mãe, e definitivamente não estava pronto para perder o pai.

— ótimo! nos vemos hoje a noite pro jantar então. traga tudo que conseguir no seu carro.

ótimo. dividir um quarto com giovanna antonelli por algumas semanas, talvez meses. era um teste enviado por deus, disso ele tinha certeza.

unfortunatelyOnde histórias criam vida. Descubra agora