- 23. 𝐎 𝐅im 𝐃a 𝐇istória

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As horas haviam se passado e Jeremy não estava mais tão preocupado em ouvir a história de Elizabeth, para ele tudo que importava agora era quando Sam iria trazer mais uma rodada. Os três se juntaram no balcão e começaram a virar copos um atrás do outro e a cada gole Jeremy se soltava ainda mais.

— Espera quer dizer que a história do casamento é real?! — Ele perguntou entre risadas.

— Claro! Essa daí sempre foi uma destruidora de lares — Sam riu junto e terminou sua bebida.

— Se continuar me difamando Sam ele vai achar que eu não presto — Elizabeth sorria enquanto olhava para ambos.

— Não se preocupa Eliza, todos já acham isso — Sam tocou o ombro da amiga e em seguida se afastou dando as últimas risadas — Melhor eu voltar pro trabalho antes que me despeçam — Ele serviu mais dois copos para ambos e saiu dali.

Um silêncio tomou conta do lugar e as risadas foram sumindo, Elizabeth pegou seu copo e deu um gole em seguida olhou para o jovem Gilbert.

— Quer ouvir o resto da história? Prometo que não é longa — Aquelas palavras fizeram Jeremy voltar ao seu objetivo central, ele se sentiu um idiota por ter fugido dele mas agora que voltou não ia deixar passar.

— Claro, com toda certeza — Ele largou seu corpo e prestou bastante atenção na loba.

— Pois bem — Elizabeth também largou seu copo e respirou fundo — Depois que meus pais foram mortos Katherine me encontrou e me acolheu, ela salvou minha vida. Continuamos vivendo aqui e mesmo sabendo dos perigos que essa cidade trazia Katherine não queria ir embora, sempre que eu dava a idéia ela dizia que não era a hora — Houve um breve silêncio — Levou alguns anos mas então finalmente deixamos esse lugar.

— Mas e quanto ao seus pais? E seus amigos?

— Eu visitava os túmulos deles com frequência e no fundo sabia que estavam ao meu lado, quanto aos meus amigos bom.. não tinha muitos então deixar os poucos para trás foi bem fácil — Ela olhou para Sam brevemente e Jeremy pôde ver um leve arrependimento no olhar da loba — Os anos foram se passando, Katherine e eu não parávamos mais em nenhuma cidade, ficávamos somente algumas semanas e depois ela me arrastava para outro canto, eu só fui entender mais tarde o motivo de tudo aquilo, estava fugindo.

— Fugindo? De quem?

— Isso não é importante agora — Jeremy sabia que não ia adiantar insistir, se ela não queria contar então ficaria por isso mesmo — Um dia enquanto estávamos em Chicago eu resolvi sair do lugar onde morávamos pra pegar um ar. Quando voltei Katherine não estava lá e meu primeiro pensamento foi de que ela havia sido capturada então não hesitei em vasculhar suas coisas em busca de alguma pista, mas o que encontrei foi muito pior. Achei alguns papéis, fotos e documentos, tudo dos meus pais, a primeira coisa que pensei foi que ela esvaziou nossa casa e levou tudo embora para me dar algum dia mas algo dentro de mim dizia que tinha outro motivo, por isso não hesitei em pegar alguns desses papéis.

— E ela tinha sido pega? — Jeremy apoiou os braços no balcão.

— Na verdade não, ela só estava decidindo qual seria nosso próximo destino. Eu saí de lá e andei pela cidade a procura de qualquer pessoa que pudesse me ajudar com as coisas que tinha em mãos, então encontrei uma bruxa que aceitou me ajudar, mas quando entreguei os papéis ela não quis segurar e me disse que as respostas para as minhas perguntas estavam dentro de mim, naquele momento descobri que fui vítima de um feitiço de bloqueamento.

— O que isso significa?

— Alguém tinha bloqueado algumas lembranças minhas e aquela bruxa reverteu o feitiço, então a verdadeira dor de cabeça começou. Eu me lembrei que na noite da morte dos meus pais eu estava lá, minha mãe tinha me escondido no piso falso da casa e me disse para ficar quieta, mesmo estando assustada eu obedeci, então ela entrou — Houve um breve silêncio — Com aqueles saltos ecoando pela casa, ela parou bem na frente deles e só fez uma pergunta, onde eu estava. Quando viu que não teria nenhuma resposta ela arrancou o coração da minha mãe bem ali e eu tive que ver meu pai em desespero sem poder fazer nada — A voz de Elizabeth ficou um pouco trêmula mas ela logo se recompôs e continuou — Quando meu pai também se recusou a colaborar ela fez o mesmo com ele, eu estava apavorada mas não podia mexer um músculo, porém não consegui resistir e tive que me mover um pouco mais para ver quem havia feito tamanha crueldade, foi então que eu a vi parada olhando os corpos dos meus pais com um sorriso no rosto, meus pais não foram mortos por caçadores, Katherine os matou a sangue frio e nem se importou como isso me afetaria.

𝐓he 𝐂ure - 𝐓 𝐕 𝐃Onde histórias criam vida. Descubra agora