Capítulo 7

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Lauren Jauregui | Point Of View

O calor do abraço era quase sufocante, mas eu não me importava. Estava envolvida pelos braços de mamãe e papai, um aperto tão intenso que me fazia sentir cada batida do coração deles contra o meu peito. O tempo que passei longe tinha sido uma eternidade para mim, e a julgar pelo aperto, eles pareciam concordar. Eu não via seus rostos, mas podia imaginar as expressões de alívio e felicidade, e isso me aquecia por dentro.

— Mamãe, você está me esmagando. - Eu brinquei, embora não fizesse esforço algum para me libertar do abraço.

— Lauren, você emagreceu! - Clara, minha mãe, reclamou com uma voz que misturava preocupação e alívio, enquanto finalmente me soltava para me inspecionar com as mãos. Eu sorri, balançando a cabeça.

— Tenho ido à academia quase todos os dias com Verônica. Estou mais saudável do que nunca. - Expliquei, tentando tranquilizá-la. Eu sabia que, para ela, qualquer mudança era motivo para preocupação. Mas eu estava bem, de verdade.

— Senti falta da minha garotinha, mas pelo visto, New York está te fazendo bem, hein? - Meu pai riu suavemente antes de falar.

— Está sim, pai. Tem sido uma aventura. - Eu não pude deixar de sorrir com o comentário.

Nossa troca calorosa foi interrompida por uma dupla de vozes animadas que conhecia muito bem.

— Eu também quero um abraço! - Taylor exclamou, seguido por um entusiasmado "Eu também!" de Christopher.

Eu abri os braços o quanto pude, acolhendo meus irmãos mais novos em um abraço apertado. Eles se jogaram contra mim com tanta força que por um momento, fomos um emaranhado de braços e risadas.

— Eu senti tanto a falta de vocês. - Sussurrei, com uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.

Eu era a irmã mais velha, a protetora, a guia, mesmo na escuridão que era minha constante. Mas naquele momento, rodeada pelo amor da minha família, eu me permiti ser apenas a Lauren, a filha, a irmã. E foi perfeito.

Sentada entre Taylor e Christopher, eu sorria com a familiaridade da cena. A mesa estava cheia; Sabá e Anthony também se juntaram a nós, completando o círculo de vozes e risadas que preenchia a sala de jantar. O aroma do almoço caseiro da Sabá enchia o ar, um lembrete acolhedor de casa.

— Então, Lauren, como está sendo a adaptação em New York? - Meu pai perguntou, sempre interessado em minhas aventuras.

— Tem sido incrível, mas também um desafio. - Comecei, ajeitando o garfo na mão. — Dar aulas em Juilliard é uma experiência única. Meus alunos são talentosos e dedicados. Sinto que estou contribuindo de verdade para o futuro da música.

— E a cidade? Como você se sente se movimentando por lá? - Christopher adicionou, sua voz refletindo curiosidade e uma pitada de preocupação.

— New York é um mundo à parte, mas estou me acostumando. Verônica e Lucy tem sido uma grande ajuda. - Respondi com gratidão. — A cada dia, sinto-me mais integrada a essa cidade.

A conversa fluía, mas uma pontada de nostalgia me pegou desprevenida.

— Sabe… - Comecei, baixando um pouco a voz. — O que mais sinto falta é de participar dos concertos e de compor. A docência é gratificante, mas há uma parte de mim que anseia por me expressar através da minha música novamente.

—Você sempre terá a música, Lauren. E seus concertos e composições tocam muitas vidas. Talvez seja apenas uma questão de encontrar um equilíbrio entre ensinar e criar. - Mamãe colocou a mão sobre a minha.

Love BlindOnde histórias criam vida. Descubra agora