Capítulo 11

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Lauren Jauregui | Point Of View

Estamos deitadas na minha cama, os lençóis macios envolvendo nossos corpos como um abraço reconfortante. Camila está ao meu lado, sua respiração suave e regular ao meu ouvido.

— Lo… - Ela começa, sua voz um sussurro suave na escuridão. — Há algo que preciso te dizer.

— O que é, Camz? - Sinto meu coração acelerar, mesmo que não possa ver seu rosto, posso sentir a tensão em suas palavras.

— Eu... eu nunca beijei uma mulher antes. - Ela confessa, sua voz tingida de incerteza.

— Isso não importa, Camz. O importante é que você quer beijar uma mulher agora. - Um sorriso se espalha pelo meu rosto.

— E você, Lern? Quando foi a última vez que beijou alguém? - Sinto sua mão procurar a minha debaixo dos lençóis, nossos dedos se entrelaçando em um gesto de apoio mútuo.

Suspiro, sabendo que é hora de abrir meu coração para ela.

— Desde os meus quinze anos, não beijo ninguém. Tenho medo de deixar as pessoas se aproximarem de mim apenas para me machucar.

— Entendo, Lo. Mas prometo que não vou machucá-la. Você terá que ter um pouco mais de paciência comigo, porque é a primeira vez que me sinto apaixonada por uma mulher e tudo é muito novo para mim. - Camila aperta minha mão com carinho.

— E eu também preciso da sua paciência, Camz. Desde que fiquei cega, nunca mais me envolvi com ninguém. Esta é a primeira vez em muitos aspectos para mim, como estar apaixonada. - Um nó se forma na minha garganta.

O silêncio se estende entre nós, mas é um silêncio reconfortante, cheio de entendimento e aceitação mútuos. Então, lentamente, nossos lábios se encontram em um beijo suave e terno, cheio de promessas e esperança para o futuro.

— Eu estou apaixonada por você, Camila.  - Quando nos separamos, olho para ela com os olhos do coração, minha voz firme quando finalmente expresso o que sinto.

— Eu também, Lauren. Mais do que palavras podem expressar. - Ela diz com seus dedos traçando o contorno do meu rosto com ternura.

E naquela noite, na escuridão reconfortante do meu quarto, nós nos abraçamos mais uma vez, sabendo que estamos juntas, não importa o que o futuro possa trazer.

O despertar desta manhã traz consigo uma sensação completamente nova. Enquanto eu sinto a luz do sol começar a se insinuar através das cortinas, eu me dou conta dos braços de Camila envolvendo minha cintura, sua respiração quente batendo suavemente contra a pele do meu pescoço. Esse é o contato mais íntimo que compartilhei com alguém que não faz parte da minha família, e a emoção disso me preenche de uma alegria indescritível.

Um sorriso involuntário surge em meus lábios enquanto estou ali deitada, absorvendo cada parte desse momento. O calor do corpo de Camila contra o meu, a maneira como nossas pernas estão entrelaçadas, e até mesmo o ritmo tranquilo de sua respiração me trazem um conforto que eu não sabia que era possível sentir.

Mas junto com essa felicidade, sinto uma pontada de medo. Medo desse sentimento avassalador que tenho por Camila. Eu me preocupo se serei capaz de ser tudo o que ela merece, se minha cegueira de alguma forma a impedirá de ter a plenitude que a vida tem a oferecer. No entanto, no fundo, sei que esses pensamentos são os fantasmas dos meus próprios medos, e não a realidade do que Camila vê em mim.

Camila se mexe suavemente ao meu lado, e sinto seu abraço se apertar um pouco mais, como se, mesmo dormindo, ela pudesse sentir meu tumulto interno e estivesse me oferecendo seu apoio silencioso. Isso me faz perceber que, apesar de minhas inseguranças, eu quero viver essa experiência. Quero me entregar a esse sentimento, explorar cada possibilidade que ele oferece.

Love BlindOnde histórias criam vida. Descubra agora