16.

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SHINOBU'S HERE

Ele estava lá. Ele estava me observando, estava irritado. Eu tenho medo dele.

Ele era alto e intimidador.

Era meu pai, mas não era ele ali.

Prendi a respiração, ouvindo os barulhos e estrondos, não queria irritá-lo mais.

"Vai ficar tudo bem, está tudo bem, Shinobu", sussurrava Kanae, me segurando perto como se tentasse me proteger. Estávamos no quarto, encolhidas na cama.

"Era um sonho", eu repetia mentalmente pra mim, mas os barulhos não cessavam, eu estava assustada, e os barulhos não paravam. Se fosse um sonho, eu conseguiria fazer os estrondos pararem?

Meu pai estava bêbado? Ele agia como um, e também eu o tinha visto com um copo grande na mão, tinha um líquido dourado e transparente dentro. Eu não sabia identificar, era apenas uma criança. Não gosto disso, quero pedir para ele parar, odeio gritos.

Ouvi batidas bruscas na porta. Ele estava alí, mas mamãe tentava o acalmar.

Ouço um estrondo alto, e ao abrir os olhos, acordo na minha cama, olhando em volta. Eu estava suando, minhas mãos tremiam um pouco e nem amanheceu ainda.

Soltei um suspiro barulhento, o pouco de sono que eu tinha foi embora.

Joguei os pés para fora da cama, calçando minhas pantufas e acendendo o abajur.

Passei a mão no rosto, jogando o cabelo pra trás.

Eu estava inquieta, minhas mãos tremiam, minha respiração estava desregulada e eu sentia um nó se formando na minha garganta. Era horrível.

Fui até o banheiro, lavei o rosto, olhando para meus olhos através do reflexo.
Eu precisava de algo para me acalmar, qualquer coisa.

Usei a lanterna do meu celular, ligando a luz do corredor e descendo as escadas, e em alguns passos eu já estava na cozinha.

Preparei um chocolate quente com poucos ingredientes que tinham em casa, segurando a xícara nas mãos.

[...]

Peguei a tinta de cabelo, a pondo acima da pia do banheiro enquanto protegia as mãos com luvas. Me preparei para pintar as pontas desbotadas.

—tu tá esquizotona com isso na cabeça— Sameni fala, olhando para mim enquanto almoçamos.

— vai se foder.— Kanae me repreendeu com os olhos.

Entrei no chuveiro após alguns minutos,
Molhando os fios recém coloridos e os lavando.

TOMIOKA'S HERE!

Olhei em volta, vendo os pedestres na calçada, minha atenção se focando para um cachorrinho de madame dentro da bolsa de uma mulher. O cachorro parecia animado enquanto sua dona conversava com o segurança na frente de um restaurante. O sinal abriu, e logo voltei a dirigir, passando por outros carros e virando em uma curva.

Dirigi até em casa, abrindo a porta.

A casa estava bem limpa, e algumas coisas estavam "arrumadas", porém tiradas do lugar onde costumo deixar. Não sou de morar na própria bagunça, mas tem coisas que pra mim não podem ser organizadas.

Adentrei o apartamento, olhando em volta e suspirando.

Yoo-na passou a vir na minha casa quando entediada, e provavelmente foi ela que "organizou" minhas coisas.

[...]

— Touché, Giyuu— Obanai abriu um sorriso convencido, se afastando e tirando a máscara, jogando ela no chão e saindo da pista. — você tá bem lentinho, esqueceu de tomar sua mamadeira?

MOONLIGHT. (Giyushinho)Onde histórias criam vida. Descubra agora