Caminhei pela rua, observando as pessoas, as decorações de Natal.
Era inverno, e estava particularmente bem frio, mesmo com o sol brilhando no céu.Estava um belo dia, aconchegante e gélido. Sentir o sol, seu calor e sua luz na minha pele era uma das melhores sensações, uma que eu adorava sentir.
O Natal estava chegando e eu nem tinha um par para passar o Natal...
Que desanimador.
Entrou em uma das cafeterias da cidade.
Eu tinha bastante tempo livre, e não sei se isso era bom ou não.— Você gastou quanto?!
Muito tempo livre realmente não era nada bom.
O barulho das louças, o barulho das cerdas ao varrerem o chão, o som que fazia só esfregar o vidro ou tirar a poeira; bom, eu tinha que ajudar de alguma forma.
Eu precisava mesmo era comprar ou alugar uma casinha pra mim.
Essa com certeza não é a melhor época da minha vida. Eu me sinto exausta, mesmo sem ter feito muito. As vezes sinto minha garganta fechar, como se tivesse um nó que impossibilitada a passagem de palavras completas.
Isso tudo era irritante.
Não posso negar sentir um pouco de inveja de Kanae, afinal, ela estava casada, tinha um bom salário, podia trabalhar de home office e ainda tinha filhos.
Eu sempre planejei minha vida em três etapas: estudo, auto-conhecimento e aperfeiçoamento e então casamento ou vida amorosa.
Nunca pensei que chegasse o dia em que eu desejasse me casar. O amor, a atenção e o companheirismo que acompanhavam o casamento. É solitário viver no modo automático.
Meus tênis batiam no chão, andando pela rua enquanto tomava um chocolate quente.
Ouvi falar que Obanai pediu Mitsuri em casamento. Isso é bom para ela, não é?
— Deu quinhentos e seis ienes— disse o homem atrás do balcão, pondo a lata dentro de uma sacola e me entregando. — Tenha uma boa tarde, senhora.
Andei para fora da loja, olhando para a sacola, saindo da loja e pegando a lata.
Estou ficando velha e encalhada, acho que essa é uma boa razão pra começar a escrever meu testamento.
Bocejando, me encosto na cadeira, coçando um pouco os olhos antes de ouvir o toque do celular, me esticando para pegar.
— Como assim?—Kanae me olha, apoiando as mãos na bancada.
— Aparentemente eles querem fazer um teste. Cinco dias para eles me avaliarem e se gostarem do meu serviço eu já vou começar a trabalhar na próxima semana—, menciono enquanto comia uma maçã.
— Então se esforça.
— Eu vou, mana, eu vou.
[...]
Os dias se passaram, logo semanas e então meses, e eu me encontrava em uma nova casa, com um novo salário e uma nova vida.
Eu sempre ia visitar a mana quando podia, levava doces para as crianças e também ajudava Kanae, mas isso só me fez perceber o quão sozinha eu parecia.
Ver Kanae alí, com uma família, um marido que a ama e filhas maravilhosas, me fez me sentir estranha.
Eu quero um amor assim, com certeza.
Visto meu jaleco, saindo para voltar ao trabalho quando vejo vários enfermeiros vindo na minha direção no corredor, levando um corpo de uma mulher na maca. Ela parecia bem machucada, com arranhões pelo corpo e marcas de hematomas. Parecia ter sido um acidente de rodovia. Segui os enfermeiros, os ajudando a levar a paciente.
— Já checaram os sinais vitais?
— Pulso fraco, doutora. Ela está com dificuldades para respirar—, um dos enfermeiros me informa.
— Okay, vamos trocá-la de maca no três!— contei em voz alta até o três, os enfermeiros me ajudando a por a mulher na outra maca.
— Doutora, essas foram as únicas informações que conseguimos sobre a paciente. O nome dela é Tsutako Tomioka, tem trinta e cinco anos e... Doutora?
— Uh, ela tem algum outro registro? Familiar talvez?
— Não conseguimos muita coisa sobre ela ainda, a maior parte foi da indentidade e alguns poucos dados que encontramos.
— Tá, obrigada.— Tsutako Tomioka. Tomioka...
Uma parente próxima?
Se bem que eles se parecem um pouco...
Olho para ela, deitada na maca, adormecida, com longos cabelos pretos e uma franja.
Se for mesmo alguma parente próxima, alguém da família deve vir visitá-la mais tarde.
Saí do quarto, esbarrando em uma pessoa apressada que apenas me segurou pelos ombros.
—Kocho?— Ouvi uma voz familiar, levantando a cabeça e vendo Giyuu alí, me encarando. — Você... Ugh, esquece. Você sabe onde está o quarto duzentos e treze?—ele pergunta, e eu só tive a reação de apontar o polegar para a porta atrás de mim. — Obrigado.
Saio da frente, Tomioka entrando no quarto e me deixando sozinha com meus pensamentos naquele corredor.
Já estava praticamente de noite, meu turno já estava acabando, finalmente.
Decido por ir pegar minha bolsa, comer algo antes de procurar algo para fazer nesse hospital.
Me sentei na cadeira com o celular na mão e um sanduíche na outra, movendo o polegar e mordendo o sanduíche, não demorando muito para o sanduíche sumir da minha mão.
— Hum...— Choramingei, esticando os braços. Talvez Tomioka ainda esteja no hospital.
Levantando, ando pelos corredores até o quarto, batendo na porta e ouvindo um "pode entrar". Era a voz dele.
— Licença—, sussurro, me aproximando da cama e parando a alguns centímetros.
— Como você está?— Bem. Você sabe quando ela vai acordar?— olho para ele por alguns segundos, abaixando um pouco o olhar enquanto tentava me relembrar se havia uma previsão.
— Não sei... Se tudo ocorrer como o desejado ela acordará ainda essa semana. — ele assente, olhando para a cama, para sua irmã enquanto respirava fundo.
— Faz muito tempo que você voltou?
— Alguns meses—, digo, meu tom de voz baixo enquanto olhava em volta, procurando uma cadeira.
— Você quer se sentar?— ele pergunta suavemente. — Pode sentar aqui se quiser.— ele me olha. Shinobu Kocho, você está proibida de pensar.
— Uh, mas... E você?
— Eu não estou cansado, e também posso sentar na beira da cama.— ele levanta, indo para um dos lados do colchão.
Me movo até a poltrona, me sentando. Estava quentinha, provavelmente porquê ele estava aqui a bastante tempo já.
— Obrigada... — ele me olha por alguns segundos, me fazendo encara-lo de volta.
Os olhos dele pareciam mais intensos, mais azuis. Eu gosto desse tom, desse azul marinho incomum.

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MOONLIGHT. (Giyushinho)
Fiksi PenggemarShinobu Kocho, uma jovem de dezenove anos, no qual o único objetivo no momento é se formar na faculdade de medicina e ter um futuro digno. aluna nota dez e uma ótima irmã e filha, seu único defeito é a raiva constante. Giyuu Tomioka, um homem de vin...