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SHINOBU'S HERE

ando pelo quarto, pegando algumas das minhas coisas e pondo dentro da mala, meus passos inquietos enquanto eu não pensava, apenas enchia minha bagagem com roupas e utensílios. Se passaram alguns dias, e eu precisava, ou melhor, preciso, é, eu preciso ir pra longe daqui, por isso, acabei aceitando a proposta para estudar em Kyoto.

Ultimamente, minha vida tem sido um pouco conturbada. Eu sinto... Uma agonia, algo que não sei explicar, apenas sentir. É como se as coisas estivessem... Piorando.

"— você só conseguiu essa bolsa porquê é bonita— Sanemi diz, mexendo a colher dentro da xícara, o barulho reverberando em meus ouvidos, iritante e angustiante."

As palavras de Sanemi ecoavam em minha mente.
Isso foi idiota de se dizer. Por que as pessoas tem que ser tão sem noção? Elas são pagas pra ser tão ignorantes?

Isso foi apenas um gatilho após ter passado uma semana inteira tendo pesadelos com meu pai. Eu amava meu pai, mas havia vezes que ele conseguia me fazer questionar se realmente era meu pai.

Já estava tudo pronto; as passagens, as bagagens, dinheiro pra hospedagem e entre outros.

Seis anos. Irei ficar lá até a faculdade acabar, até que eu esteja pronta para voltar, para ver minha família e amigos.

Suspiro, sentada na beira da cama, encarando para as malas prontas. Isso será uma boa idéia, eu sei que vai. Será bom para o meu amadurecimento, será bom para minha carreira e experiência. Ao mesmo tempo penso que talvez esteja jogando muita expectativa em cima disso. E se não for o que eu espero? Odeio essa sensação. É como se estivesse impossibilitada de falar, de me mover, paralisada na incerteza. Meus olhos esquentam, umidecem. Por mais que eu queira ir, eu também quero ficar. Quero ficar. Quero ficar com todos aqui, não ir a lugar algum.
Eu tento pensar logicamente no momento, afinal, no futuro, isso seria o mais saudável, porém, agora me sinto presa.

Decido por não pensar muito nisso, limpando os olhos com as mãos e fungando baixinho, suspirando e me levantando, andando até o banheiro e lavando o rosto, olhando pro meu próprio reflexo no espelho.

Eu posso fazer isso.
Eu vou fazer isso.
Andei pelo aeroporto, olhando para as pessoas a minha volta, repensando e pensando.

"— você gosta dele?— Mitsuri pergunta, olhando pra mim com um sorriso enquanto se apoiava na mão. Ajeitei minha saia, já que o vento estava a levando da mesma forma que fazia as pétalas de flores de cerejeiras caírem e voarem a nossa volta.

— que? Não!— menti, sentindo minhas bochechas me trairem, e por impulso sorrindo timidamente. Mitsuri abre um sorriso, se inclinando na minha direção.

— não é o que parece, Mini Kocho— ela babulcia, me fazendo corar ainda mais. Nego com a cabeça.

— para com isso! Quem foi que colocou essa bobagem na sua cabeça?!— pergunto, tentando manter-me séria, mas obviamente não funcionando.

— Aw! Você fica tão fofa quando tá nervosa!— ela sorri, apertando as minhas bochechas.

— Mitsuri! Para! Minhas bochechas doem!— ela ri baixinho." 

Eu estava agindo da mesma forma.

Eu estava agindo da mesma forma com Giyuu.

Prefiro continuar acreditando que era biológico.

Algumas horas se passaram, e agora eu já me encontrava dentro do avião, passando pelos céus acima de alguns prédios e condomínios. Pego meus fones, pondo uma música qualquer enquanto lia um livro, já que isso talvez me acalmaria.

TOMIOKA'S HERE

Olhei pro céu, vendo a lua crescente brilhando no meio das constelações. Tudo isso é lindo, o céu, a forma como as estrelas formam imagens como se fossem nuvens.

— ei, Giyuu, está frio, fiz um chá pra você— Yoo-na, ou Yuna, diz, pondo a xícara na mesa enquanto eu mantinha os olhos no céu por meio do telescópio.

— Obrigado, Yuna.

Minha visão, por um momento, foi impossibilitada por um avião passando no céu, tão perto. Havia um aeroporto perto do condomínio então não me surpreende. Porém algo me chamava a atenção. Uma energia que fazia meus olhos seguirem o avião enquanto ele desaparece no céu escuro.
— o que foi?

— nada. — volto a atenção pro céu.

Me sento na cadeira, ouvindo as conversações a minha volta. Coloco a pizza na mesa, abrindo a caixa e pegando um pedaço.

— na verdade, não a vejo já faz um tempo— Iguro afirma, também pegando um pedaço de pizza.

— o que, Iguro?— pergunto, confuso.

— Kocho. Não a vejo a um bom tempo.

— mas você tem alguma notícia dela?

— na verdade não. Dá última vez que a vi ela parecia um pouco confusa.— Iguro dá uma mordida no pedaço de pizza.

Os dias se passaram, e tudo parecia diferente. Iguro não via mais Kocho na faculdade.

— ei, Kanroji.— ela para, olhando pra mim. Me surpreende que uma mulher com a face tão delicada consiga carregar três caixas de adubo de uma única vez. Me aproximo dela.

— você quer ajuda pra carregar as caixas?— pergunto, e ela abre um sorriso gentil.

— não precisa, mas obrigada.— a observo enquanto ela anda até os fundos com as caixas, e resolvo a seguir, afinal, ela é melhor amiga de Kocho, deve saber algo.

Ela abre a porta com o pé, a empurrando e entrando com as caixas, se agachando para por no chão, se levantando e esfregando as mãos, suspirando. Ela é muito boa no que faz. É uma funcionária bem eficiente. No último tempo que trabalhei com ela, percebi que Mitsuri é bem flexível e forte, além de ter bastante energia e um apetite voraz.

— então, Mitsuri, você tem alguma notícia da Kocho? Não a vejo a um tempo, e Iguro diz também não ter a visto na faculdade essa semana.— me apoio no batente da porta, cruzando os braços e gesticulando com uma das mãos, a observando enquanto ela se levanta, me olhando, porém chacoalhando a cabeça, como se estivesse espantando pensamentos.

— ah, Shinobu havia recebido uma bolsa pra estudar na Faculdade de Medicina em Kyoto.

— então... Ela foi pra Kyoto?

— sim, já faz três dias que ela está lá— ela diz, olhando novamente para as caixas. — você acha que seria melhor se eu não deixasse as caixas empilhadas?

— apenas não ponha tanto peso em cima das caixas.— saio dos fundos, andando de volta á recepção, coçando a nuca.

Espero que Kocho esteja bem.

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Me desculpem pelo capítulo curto! Prometo que a fanfic vai melhorar daqui em diante, afinal, esse é apenas o começo do segundo ato. Já planejei o que vai acontecer, quase tudo, pelo menos. Realmente espero que não me matem por ter jogado a Shinobu praticamente pro outro lado do Japão.

Provavelmente eu vou desaparecer por um tempo (como sempre), e caso queiram me cobrar ou simplesmente puxar a minha orelha, vocês podem ir no negócio aqui mesmo do Wattpad (que eu esqueci o nome), ou senão, eu pensei em criar um twitter para papear e atualizar vocês sobre as coisas que vão acontecer, além de responder dúvidas e outras coisas. Eu até faria do Instagram, mas estou com preguiça de criar outra conta, e também boa parte de quem me conhece sabe o meu Instagram, apenas uma ou duas pessoas sabem que eu escrevo pra cá. Sim, ser escritora do Wattpad é meu segredo particular, ninguém nem suspeita sobre isso.

E, ultimamente, tenho lido "A última noite", e recomendo pra pessoas que gostam de um dark romance. Caso queira ler mas não ache pelo nome, pesquise julhakjkk (perfil da autora).

Eu juro que a Shinobu vai voltar pra Shinjuku, mds não cagem na minha porta.

Amo vocês!

MOONLIGHT. (Giyushinho)Onde histórias criam vida. Descubra agora