Entre Beijos E Fotografias

69- Carro

Xiao

A semana havia sido cheia, essa e a semana passada, eu fui atrás de tudo para poder fazer com que tudo ficasse perfeito apenas para ele.

Eu fiquei tão ocupado, trabalhei tanto e ralei tão duro para conseguir dinheiro e tudo juntinho, que eu realmente me cansei de ser fotógrafo.
Hahaha... Coringuei

A semana passada e esta foram repletas de atividades frenéticas enquanto eu me empenhava para garantir que tudo estivesse perfeito para ele. Mergulhei de cabeça, trabalhei incansavelmente e esforcei-me ao máximo para juntar os recursos necessários. No entanto, todo o esforço dedicado a ser um fotógrafo começou a pesar sobre mim, resultando em uma exaustão palpável.

O cansaço, misturado com a satisfação de preparar algo especial, criou uma dualidade intrigante. Embora o trabalho árduo tenha sido recompensador, o desejo de desacelerar e reconsiderar o papel como fotógrafo se tornou uma voz interna. Talvez seja hora de repensar, reavaliar e encontrar um equilíbrio para recuperar o prazer na paixão que, em algum momento, se tornou uma jornada intensa.

E ainda sem contar com a dor de não ver meu gatinho.

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Aether-

Eu saí daquele maldito hospital com Xiao, que parecia alegre, e eu sinceramente posso sim dizer que meu coração está calmo, mesmo estando com os batimentos acelerados.

Pois ao sair daquele hospital ele iria embora comigo de avião, desse maldito lugar, e iríamos para nossa cidade natal, onde ele queria me mostrar algo, que ele preparou com todo seu amor.

Antes de ir embora, obviamente ainda iríamos passar em casa, que foi até barrada antes por policiais, para fazer nossas malas, e nos despedir daquela casa, que realmente foi um bom lugar, era aconchegante, mas se eu for honesto, eu nem aproveitei isso, eu passei a viagem inteirinha devorando as unhas dos meus dedos e pelinhas mortas da boca, de ansiedade, e no hospital, pior ainda.

O bom, é que pelo menos agora, irei embora desse lugar, e acho que nunca mais irei querer viajar para cá, não me trás uma coida agradável, por mais que o maldito do Tartaglia esteja preso, sinto que aqui eu só me lembraria dessas coisas, cada momento traumatizante, e isso por que meu cérebro apagou boas partes dessas lembranças dolorosas, e as poucas que tenham me cortam e dilaceram internamente até a morte.

Credo que exagero.

"Vai entrar no carro?" Xiao me perguntou e eu estava lá.

Em pé, literalmente em pé, ele tinha aberto a porta do passageiro da frente para eu entrar, e provavelmente já esperava faziam uns segundos, ele perguntou com um certo riso, mas pelo menos, sua voz me tirou do transe.

"Ah... Sim, desculpa." Sorri para ele, entrei no carro e ele fechou a porta.

Xiao não era um homem rico, o carro dele não era o melhor que tinha, era tá bem simples, ele não tem uma casa mesmo, ele mora com a avó e tem um Studio apenas para trabalhar, e nem sei quantos empregos ele tem, mas me lembro de ver ele se virando nos trinta, se apressando e colocando mais trabalhos em sua rotina apenas para me comprar um presente caro e legal, sem contar com ocupações da faculdade já sendo um homem adulto.

Mas mesmo ele sendo humilde, ele é o msis honesto de todos, eu percebi com o tempo, que eu não precisava do homem mais gostoso do mundo e mais rico do mundo, claro que eu adoro ter um homem gostoso como o meu namorado, mas eu descobri realmente que só é duradouro quando o homem realmente presta, e ele é tão bonzinho, sinto que ele faria tudo por mim.

Aos poucos, percebi a preciosidade da honestidade e da bondade que reside nele, superando qualquer padrão de beleza ou riqueza material. Embora aprecie a sorte de ter um namorado atraente, a verdadeira durabilidade está ancorada na integridade e no coração bondoso dele. A compreensão de que não necessito do homem mais gostoso ou rico do mundo trouxe clareza, destacando a importância de ter alguém que realmente presta. Sinto que, com ele, há uma genuína disposição de fazer tudo por mim, ele me ama, criando uma base sólida para um amor verdadeiramente duradouro.