77- Bon'appétit

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Xiao

Me encontrava puto, com uma garrafa de vinho francês ao meu lado, sentado no chão encostando perto da porta, já estava sem meus sapatos, estava de meia e apenas usando a calça que eu havia saído de casa e uma blusa simples, eu havia trocado por uma regata qualquer por conta do calor.

Ouvi meu celular vibrar, me sentia mal, meu coração, já havia engolido a raiva e agora sofria, chorava, mas sem nenhuma expressão em meu rosto, apenas estou vazio, como minhas lágrimas.

Olhei para o lado sem muita conta de mecher meu corpo, e vi que era Aether, logo me senti surpreso e me arrumei na parede, e agarrei o telefone clicando no botão de atender e arrastando para o lado.

-Xiao.- mal atendi e ouvi o meu nome.

"Oi amor." Eu disse para ele, atendendo o mesmo, vendo seu tom diferente.

-Estou a caminho, deixe a porta aberta.- ele disse para mim e seu tom, era de certeza, era confiante.

"Ah..." Eu disse tentando processar tudo. "Sim... Okay, irei sim." Ele disse para ele, entendo bem o que ele pediu.

-Ótimo amor.- ele disse, usando aquele bom apelido carinhoso, amor...

Eu continuei esparramado perto da porta, ele demoraria, conhecendo meu namorado, eu realmente... Não quero mais sofrer... Não... Cara, estou contaminando meus pensamentos.

Pelo menos, Aether veio atrás, isso é um bom sinal, considerando que ele realmente não vem atrás de mim, talvez eu esteja exagerando, ele faz por mim.... é só que eu me sinto tão mal... E eu quero botar a culpa total nos outros, talvez o narcisita dessa porra seja eu.

É mesmo....talvez seja eu.

Ouvi a campainha alta, e eu nem havia aberto a porta, me assustado me remexo e me levanto para pegar as chaves, chaves que eu teria tirado cópia para ele, mas ele mal pegou nas chaves e já brigamos novamente... Porra.

Peguei a chave e destranquei a porta lentamente limpando minha cara e deixando a garrafa de vinho no chão, eu abri a porta vendo Aether.

"Xiao..." Ele disse para mim, se jogando em meus braços, me abraçando com força. "Amor... Me perdoa." Ele pediu desculpas para mim, me pediu para o perdoar, e eu ouvia sua voz se choro. "Vou mudar, pretendo mudar tudo se precisar, pra você, por você, eu sinto muito por ser um cara tóxico com você sempre, talvez eu não seja o cara perfeito para você, mas por favor, me perdoe, eu preciso pelo menos disso." Ele me abraçou e chorava muito desesperadamente, como se tivesse meod de eu terminar com ele.

"Ei ei..." Eu disse afastando o abraço e pegando em seu rosto que estava cheio de lágrimas, completamente molhado. "Amor, se acalma... Tá tudo bem.." eu abracei ele, me sentindo triste novamente, e era bom, pois não era o vazio.

"Provavelmente você deve pensar que eu sou um rodado, uma puta ingrata... E sabe... Talvez eu seja, mas amor... Por favor..." Ele me abraçou, e parecia não ter engolido o que eu falei. "Eu vim o caminho inteiro morrendo de chorar, eu não medi minhas palavras, eu não sei o que deu em mim." Ele disse voltando a me abraçar forte.

"Amor, por favor, se acalme....vamos pro sofá." Eu disse afastando novamente o mesmo e limpando as lágrimas dele. "Eu te amo, não penso isso de você... Eu só estava com raiva." Eu disse para ele. "Eu também não pensei." Eu acariciei seu rosto.

"Eu te amo..." Ele disse baixo ainda chorando. "Eu só não queria ser tão falho sempre, durante o caminho, eu pensei, que só te faço sofrer, e mesmo nos amando, não é o único quesito para manter a nossa relação, e se eu te faço sofrer dessa forma.... é melhor você desistir de mim, pelo seu bem." Ele disse para mim, e doía ouvir aquilo, não... Não, eu não penso isso, ele não é tão horrível quanto pensa que é.

Entre Beijos E FotografiasOnde histórias criam vida. Descubra agora