81- Não desta vez.

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Xiao

Eu corria, corria realmente rápido, meus passos eram frenéticos e eu sentia meu sangue pulsar, não fazia ideia de onde estava mas estava lá, e algo, algo me perseguia, algo enorme, um ser, com olhos, não um... Vários, asas, como um seraphim, mas era aterrorizante, pois era escuro, e eu mal podia ver a sombra de suas asas, como se fosse uma foto de PNG ambulante, me perseguindo.

Minha respiração era frenética como meus passos, pela corrida desesperada e o instinto que pulsava e me mandava correr até o amanhecer. No fim daquela sala que nunca acabava, tinha uma porta de saída vermelha com uma placa verde escrita (saída), eu sei que é por lá que devo ir, aquelas igual de cinema.

Eu corro, e parece que minha velocidade é baixa e da criatura é maior, mas eu estava na frente e em uma posição vantajosa.

"Caralho!" Berrei enquanto corria e sentia um enorme nervoso, e eu me aproximava da porta.

"Não...Não corra!" Eu ouvia uma voz feminina extremamente familiar ecoar na sala, e eu realmente não fazia ideia de quem era
"Você precisa encarar ele, ele irá embora, se você não encarar... Ele vai se seguir." A voz era realmente falha e eu não sabia dizer de quem era, mas me parecia confortavel.

Eu me viro e encaro a grande criatura e ela realmente parou de me perseguir, piscando seus grandes olhos negros, enquanto me encarava, e eu manti o olhar, mas me agonizava internamente, pois é assustador, e horripilante.

"Não tenha medo bobo." Uma nova voz masculina e grave surgiu, alto, e eu paralisei... Pois aquela voz... É do Zhongli...

"Tio?" Eu perguntei olhando envolta da sala, eu realmente não achava de onde ela estava vindo.

"Sabe, você sempre foi assim... Diferente." Ele comentava, e meu coração batia forte de ouvir aquela voz novamente, tão calma e séria ao mesmo tempo.

"Tio... Não, pai.." Eu disse botando a mão em meu peito e a criatura pareceu arregalar os olhos de maneira raivosa.

"Não tenha medo, ele não vai fazer nada, pois você também não pode mais mudar nada." Ele disse para mim.

"Porra... Eu senti sua falta... Pra caralho, foram noites agarrado com quem amo e tentando dormir sem pensar nisso..." Eu disse e lágrimas começaram a escorrer de meus olhos e meu nariz já ardia.

"Se acalme, isso é uma ordem." Ele disse para mim, e ele sempre dizia isso, e sempre funcionava.

Parei de chorar limpando meus olhos, e encarei o monstro, que deu uma travada, e apareceu lá, Aether no chão, com a faca presa na barriga.

"Não... Por que?!" Eu grito olhando aquilo e chorando mais.

Logo vi meu Tio, meu pai, de cabelo preso para cima, com um rabo de cavalo, ele estava lindo, eu me lembro que ele usava assim quando ia para encontros, ele abriu os braços e eu corri como um moleque, como uma criança.

"Já passou, você precisa seguir em frente." Ele disse para mim enquanto batia de leve em minhas costas e acariciava meus fios de cabelo com a outra mão. "Filho." Ele disse para mim, e senti meu coração pulsar. "Agora está tudo bem, pois você vai ter seu tio, seu pai, para sempre no coração... Lembre-se disso." Ele disse para mim.

"Isso não é justo." Eu me afastei do abraço ainda perto dele via seu pescoço marcado, como se tivesse sido tatuado por uma espécie de corda."Está bem..." Olhei para ele e me levantei.

"Eu sei... Mas é assim filho, é entre beijos e fotógrafias, fotografias suas, beijos teus, momentos seus, que você vai entender o por que de tudo, e é esse por quê que me falta ainda, que sempre faltou, mas você... Você irá construir isso, você querendo ou não." Ele disse para mim me dando um sorriso doce

Entre Beijos E FotografiasOnde histórias criam vida. Descubra agora