76- Conflitos internos

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Aether-

Ingrato? Eu pareci ingrato?! Eu não fiz exatamente nada de errado em minha concepção... Talvez eu esteja sendo mesmo, um ingrato de merda, mas porra... Ouvir ele falar de maneira tão foda-se para mim, doeu para caralho.

Então talvez eu tenha que mudar mesmo, Xiao mudou tanto por mim e eu não?! Isso é injusto.

Mas Ayato foi exagerado e intrometido, eu não acho que realmente aquilo tenha sido grande coisa para gerar uma briga como essa, se aquele azulado idiota não tivesse feito essa merda toda, talvez tudo estaria correndo da maneira correta.

Como as coisas deveriam ser.

Porra Xiao... Perdão por ser idiota, mas realmente eu não sinto que seja errado, se ele confia em mim e tem a certeza de que eu não irei traí-lo, qual a preocupação com esse homem?

A relação entre ele e Ayato é totalmente estranha, o jeito que se olham, o tato deles, aquele estilo de conversar, como se Thoma fosse totalmente submisso a qualquer ordem de Ayato, isso caminha no mal caminho.

Não soa normal, mas cada um com suas peculiaridades, mas mesmo assim, com essa intimidade toda, aquele homem sendo o cachorro de Ayato, Xiao tirou ciúmes do cu?!

Literalmente, tirou do rabo, só pode, nós estávamos tendo a visão mais clara da relação mais esquisita e romântica na nossa frente e ele ficou enciumado?!

Porra... Aí cê me fode.

Com certeza pro Xiao eu devo ser uma puta que dá para todo mundo, é isso que todo mundo acha de mim, só por que eu já namorei diversos caras, mas idas e voltas acontecem a todo momento, e eu realmente não compreendo o por que agir assim.

Mesmo se Thoma quisesse algo, precisa dos dois lados para uma traição, e eu nunca concordaria com nada do tipo, Xiao age como se eu fosse uma puta, como se eu fosse dar para qualquer um, para qualquer idiota que passasse, eu odeio quando ele me trata assim.

Eu tô foda-se para o que o Xiao pensa, no fundo eu sei que eu sou empoderado.

Mas por que meus olhos lacrimejam tanto? Eu me encontro devastado andando pelas ruas até a casa da minha irmã.

Talvez eu seja isso tudo, talvez eu seja uma puta né?! Um escroto, talvez ingrato, mas foda-se, então farei o que um garoto mimado faz, chorar nos braços de quem te acolhe sempre, e é exatamente por isso que eu não vou para os seus, por que você não entende então o meu jeito de ser.

Eu mudarei, farei o possível, mas os defeitos você também precisa aceitar Xiao. E depois o narcisista sou eu né?!

Eu penso isso tudo sobre ele, em falar para ele, mas por que pessoalmente não consigo?! Por algum acaso eu tenho medo disso? De falar?! Eu sou um retardado? Não, eu sei que não sou, então por que não falo?!

Porra!

Caminhei e já avistava minha casa com o tempo da caminhada repleta de passos rápidos, raivosos e pesados, as luzes iluminavam a casa como sempre, me lembro como as contas eram caras e nós dois sempre tivemos dinheiro graça ao papai e a mamãe.

Ao ir me aproximando fui indo até a porta com um caminho mais na vertical, quando estava próximo da porta já suspirava tentando me preparar para explicar para ela, e chorar, chorar demais.

Eu ao ficar de frente para a porta não me dei o trabalho nem se limpar as lágrimas, apenas bati na porta e toquei a campainha várias vezes, ela saberia que sou eu.

Ouvi a movimentação dentro de casa que era bem presente pois ela não parava quieta, e finalmente ouvi barulhos da chave, ela iria abrir a porta, Lu sempre mantia a porta aberta, depois do meu sequestro ficou traumatizada.

Entre Beijos E FotografiasOnde histórias criam vida. Descubra agora