Aether
Com o tempo, eu fui melhorando, tive que internar, pois quebrei 4 costelas, e minha perna. As agressões eram feias e tive que cuidar das feridas, e meu rosto, tive que levar 12 pontos, e ainda estava fechando. Não doía, apenas me sentia mal, um mal estar.
Eu olhei para a porta e lá estava Cyno me encarando, mentira que ele veio? Finalmente! Eu queria receber sua visita faz um tempinho já.
"E aí nego' Tudo bom?" Ele perguntou pra mim sorrindo e eu fechei a cara "Desculpa a pergunta idiota." Ele disse sorrindo.
"Indo mano, só com muita dor." Eu disse sorrindo para ele.
"Vei cê' é doido? Você voltou da festa e foi justo pela favela?" Ele perguntou pra mim sorrindo.
"Era o caminho mais curto e eu estava bêbado e fraco, por que..." Eu disse e quando ia falar o resto me lembrei.
Eu estava voltando a pé por conta de que Xiao não fez questão de me ajudar de forma alguma.
"Hm? Que?" Ele disse tentando entender.
"Ah... Mano, então, eu ontem fiz coisas ruins." Eu disse pra ele me sentindo meio culpado.
"Diga." Ele perguntou
"Eu fodi com o Xiao, depois de dar um fora nele. E aí o filho da puta não quis me dar carona e aconteceu isso aqui." Eu disse falando tudo muito rápido.
"Vei, ele tá certo de não querer, mas vei, o que custava? Idiota, mato esse viado." Ele disse sorrindo.
"Não vei, que isso, eu também moro na favela então assim, acostumei né vei, mas essa vez foi foda." Eu disse sendo realista com um certo peso na fala.
"Sim pô', mas a favela que você mora não é tão perigosa, mas mesmo assim." Ele disse sendo sincero.
"Então, não esperava isso lá. Mas eu fui sequestrado e interrogado e tals." Eu disse revirando os olhos me lembrando daquele trauma que me fez não dormir por uma semana inteira.
"Entendo, pesado." Ele disse sorrindo. "Mas cê' deu um fora no Xiao?" Ele perguntou surpreso.
"Então, a gente só faz sexo, nada a mais, só que ele gosta de mim, mas eu fui grosso sabe." Eu disse sendo honesto.
"Sim, mas vei, vocês mal se conhecem, tem que ter tempo, cê' não tá tão errado não fi" ele disse ironizando aquilo.
"É vei... Mesmo assim, foi demais." Eu disse rindo me lembrando, mas doía de certa forma.
"É, mano vou conversar com ele e falar o que houve." Ele disse fazendo carinho no meu cabelo "Dar uma força que é bom né?" Ele disse sorrindo para mim
"Me conhece tão bem." Eu disse sorrindo, com certeza ele é uns dos amigos que eu mais gosto.
Por mais que esteja envolvido com tretas sérias com a polícia e uns marginais, ele é foda. Ele é um drogado viciado em K9 s essas paradas fortes, sempre fuma, sempre bebe, faz sexo com homens e mulheres e fica devendo dinheiro, e sempre tá em B.O, mas continua sendo um cara legal e suave. Não sei porque as pessoas problematizam que eu não posso ter amigos assim.
Bem eu deveria entregá-lo? Sim, mas não consigo. Mas ele ser meio doidão, mão faz ele ser ruim, eu sou meio doidão também, só que eu tenho distúrbios demais, e é essa a diferença. Mas ele ser maconheiro não faz ele ruim, ele que saiba as consequências.
Não acho que mecher com drogas soa algo bacana, mas ele sabe que é errado e faz, e quem sou eu pra dizer o que ele pode sendo que nem a polícia consegue? Eu não concordo com o que ele faz, mas isso não faz ele ruim, é a vida dele, ele que faça isso aos poucos e aprenda que tudo tem consequências. Mas isso não tem nada haver comigo.
É sobre ele.
"Mano, cê' saí dessa rápido pra gente poder ir pro magrão denovo viu?" Ele disse se referindo a uma loja de hambúrguer muito boa.
"Demorô!" Disse animado e abraçando o mesmo. "Valeu viu?" Eu agradeço com um sorriso meigo.
"Que isso, tô aqui pra você vei." Ele disse sorrindo e me abraçando também.
"Para vou chorar." Eu disse sorrindo
"Chorar é coisa de viado, não chora." Ele disse zoando.
"Mas eu sou ué." Eu disse rindo da situação.
"É verdade. Tenho que ir vei, o hora de visita acabou, melhoras!" Ele disse indo embora correndo igual um moleque
Sorri, eu estava meio mal, mas sempre sei que vou ter apoio dele e do Tighnari, principalmente da minha irmã que é tudo pra mim e está preocupada demais comigo.
Eu não gosto de dar trabalho e etc, mas estava muito bom, nesse hospital de rico maravilhoso, tinham ótimas comidas e eu dei prejuízo e comi de tudo que tinha direito. Mas algo me faltava, não sei o que, eu me senti só, e eu só via a luz do dia frio entrar e eu sentia o vento em meu rosto, mas sem ninguém, não me senti muito bem.
"Tetê cê tem vista!" Ela disse sorrindo para mim
Vi Scaramouche entrar no quarto, ele se sentou em uma poltrona próxima e botou a mão na testa. Como se estivesse decepcionado.
"O que foi?" Eu pergunto
"Você é idiota?" Ele me perguntou com um tom super grosso. "Por que fez isso? Por que não me entregou seu idiota." Ele disse chorando e tampando a cara.
"Perdão, mas eu não vou deixar que isso aconteça assim." Eu disse de forma honesta.
"Eu nem te conheço!" Ele disse chorando. "Você quase morreu por minha causa..." Ele disse chorando muito. " E mal sabe quem sou, podia ter me entregado." Ele disse chorando muito e um rapaz entrou na sala.
"Vamos amor, você está péssimo, não é sua culpa." O garoto branco pegou na mão do moreno.
"Porra! Isso não é justo!" Ele disse chorando "Por que você foi tão bonzinho e se feriu assim?" Ele disse chorando insistindo.
"Não deixaria ninguém morrer por minha causa." Eu disse vendo o mesmo que chorava.
"Não posso nem agradecer direito, e eu não tô errado, eu nem te conheço! Porra... Me sinto ruim e nem te conheço!" Ele disse chorando.
"Amor, apenas se sinta grato por estar vivo, você fez o que podia." O garoto insistia.
"Exatamente." Eu concordei.
"Porra, não concorde com ele..." Ele disse chorando.
"Eu entendo sua dor..." Eu disse para ele que chorava.
"Não entende, você não entende." Ele disse chorando muito. "Devia ter se salvado primeiro idiota."
"Estou vivo, vê?" Eu aponto para meu corpo
"Eu sei! Mas... Aff, essas coisas dessa minha família, só me trás estresse, oor favor não se meta mais nisso." Ele disse chorando. "Você foi gentil, mas eu não quero sua ajuda mais, isso não é assunto teu." Ele disse tentando manter a calma
"Amor, fala direito." O homem.ao.seu lado fazia questão de fazer o mesmo se acalmar.
" Me explique tudo, tudo e eu não me meterei mais." Eu pergunto ao mesmo
"Não! Você não merece saber... Isso não é sobre você, não corra esse risco novamente." Ele disse limpando as lágrimas.
"Ele só quer ajudar, amor." O homem ao seu lado respondeu
"Vamos embora, estou fardo dessa loucura, preciso descansar." Ele disse chorando, abraçando o garoto ao seu lado.
Eles saíram, e eu fiquei confuso, eu mal conhecia ele, mas ele não queria ser salvo por algum motivo. Foi o que pareceu, ele era o cara que ameaçaram de matar junto, infelizmente essa loucura chegou nos ouvidos de todo mundo. Eu tive que responder a um bom policial tudo, e saí no jornal, foi horrível.
"Lu, cansei disso, quero minha casa." Eu disse alto mesmo sem a mesma estar lá.
Pelo menos minha irmã poderia me proteger de tudo, pelo menos é o wue eu imagino, mas agora estou em uma terrível dívida, e eu não consigo trabalhar pra ter dinheiro.
Estou fodido.
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Entre Beijos E Fotografias
Hombres LoboUm garoto conturbado e favelado passa por situações apavorantes todos os dias e surpreendentemente se relaciona com um garoto incrível doce e inocente.