18- Dívida

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Aether

Andava cambaleando no meio da rua até minha casa, por que Xiao disse que não poderia me levar até minha casa, que aquilo já era demais.
Eu entendo o lado dele, mas acho que ele está sendo impiedoso demais comigo. Posso ter machucado os sentimentos dele, mas isso não significa que ele precisa me odiar.

"Ei, moço!" Ouvi uma voz docinha, eu estava bêbado demais para reconhecer se era infantil ou adulta.

"Hm?" Eu ouvi a voz e respondi

"Olha pra trás docinho." Logo percebi que era uma voz masculina, bem aguda.

Ao olhar pra trás, senti uma pontada enorme nas costas, e na minha nuca, minha visão embaçou e eu não consegui ver mais nada, apenas escutar suas vozes.

"Idiota, ficar na rua essas horas é loucura, mas já que optou por isso, suporte as loucuras de uma madrugada fria numa favela, idiota." Um homem mumurrava sem parar e falava merda o tempo inteiro, a voz era familiar.

"Tadinho, acho que está pegando pesado." Uma voz feminina surgiu de forma irônica

"Cala boca mulher, eu sei o que estou fazendo." Ele disse sendo bruto e eu percebi um som, como se ele tivesse a empurrado, feito algo com a dama.

" Desculpe-me." Ela disse com uma voz baixa e triste.

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Ao acordar, senti a minha visão rodar e girar, depois de uns segundos, percebi que aquela definitivamente não era minha casa. Me assustei e tentei me levar, mas minhas pernas estavam amarradas a uma cadeira, e braços também. A luz era baixa e piscava, ouvia barulho de passos altos. Me lembro de ouvir vozes ao meu desmaio, só não me lembro o que eram.

Vi um homem ruivo descendo as escadas com uma mulher loira, os dois usavam roupas elegantes e quase desfilavam descendo aquelas escadas. Do que dava para entender eu estava em um porão, e vi eles se aproximarem.

"Cadê ele caralho?" Childe perguntou olhando em minha direção.

"ELE QUEM?!" Eu perguntei sem querer de forma bruta.

"Haa, você não tem direito de falar assim comigo, por um acaso sabe com quem está falando parceiro?" Ele disse puxando uma faca pontiaguda de seu bolso e se aproximando.

Fiquei calado, e pensei que essa seria a melhor opção, com certeza não poderia responder esse homem, nem de forma positiva nem negativa, então apenas engoli seco como um animal indefeso.

"Pelo visto ele não sabe." A mulher disse se aproximando de mim com uma cara debochada.

"O que vocês querem?" Eu perguntei de forma desesperada, eu não sabia se poderia morrer naquele momento.

Eu tinha medo, e eu só queria que aquilo acabasse de vez.

"Queremos respostas, claro, seus itens também, mas a gente já deu um jeito, fofo." Ele disse sorrindo para mim de forma sádica e sínica.

Olhei pro meu braço e vi que meu relógio não estava mais em meu braço, nem meus colares de prata, muito menos meu celular, não fazia ideia de onde estava.

"Sobre o que?" Perguntei tentando respirar fundo e não desmaiar.

"Garoto, nós te sequestramos por conta dos seus possíveis itens, mas isso não é tudo." A mulher finalizou chegando próxima ao meu rosto.

Entre Beijos E FotografiasOnde histórias criam vida. Descubra agora