Mãe

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Voltei!!!

Boa leitura :)

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POV LUIZA

Fiquei muito abalada com o beijo que a Valentina me deu, eu amava ela e isso era óbvio porém toda essa situação me deixou com um pé atrás, medo instalado e principalmente meu lado materno falou mais alto. Não queria que a Clara passasse pelo que passei e por isso fico tão resistente a voltar com a Valentina.

Levei a Clara até o abrigo e fui pra clínica, queria trabalhar e concentrar minha cabeça em outro lugar.

— Lu? — ouvi minha recepcionista me chamando. — Sua mãe está lá fora, posso mandar ela entrar?

— Claro. Obrigada. — Estava mexendo com uns documentos e guardei na gaveta.

— Oi filha. — Minha mãe entrou e se sentou na cadeira.

— Oi mãe.

— Então... você e a Valentina tomaram vergonha na cara e se resolveram? — Ela disse me encarando.

— Mãe...

— Luiza, achei sua atitude muito exagerada, eu sei que a Valentina errou e merecia uma puxada de orelha mas terminar? Acabar com tudo assim? Não achei certo.

— Sempre briguei com a Valentina por ela ser impulsiva e agi igual. Óbvio que não quis terminar com ela mas eu estava com tanta raiva e acabei descontando na mesma moeda, agi errado nisso, eu sei!

— E não vai concertar?

— Mãe, a Valentina é instável demais. Não voltei atrás do término pois sei que uma hora ela vai se mudar, vai jogar em outro lugar e vai embora. Valentina sempre vai escolher a profissão, esse é o sonho dela e eu não quero ser o motivo da Valentina desistir de tudo, não assim. — respondi triste.

— Luiza, ela é o amor da sua vida desde a adolescência. Não seja imatura e converse com a Valentina, para de supor as coisas e fala! — Levei esporro.

— Queria que a Valentina me provasse que eu e a Clara somos a prioridade dela, dizer coisas todo mundo diz, agora provar é bem diferente. Eu também não vou falar isso a ela pois seria o mesmo que força-lá a tomar uma atitude.

— Entendo filha, você tem um certo receio com tudo que aconteceu em relação a Valentina. Mas ela ama tanto a Clara, você... pelo menos todas as vezes que a vi os olhos dela brilhavam, não acha que sua atitude em relação ao processo foi dura demais? Tirar ela assim?

— Mãe, pra eu e a Valentina conseguirmos a guarda provisória da Clara teríamos que mostrar para a assistente social uma vida estável. Coisa que a Valentina não pode oferecer devido a sua carreira no vôlei, eu jamais quero ser a pessoa que vai destruir os sonhos dela, não quero ser de novo a opção não escolhida por ela. É tão complicado!

— Eu sei, você me contou sobre os termos da adoção. Mas eu acho que a Valentina deveria saber, por mais que fosse doloroso ela escolher a carreira novamente você pelo menos teria a certeza ou a surpresa, pois a Valentina escolheria vocês. Posso estar equivocada mas é o que eu acho. — Fiquei pensativa. Meu celular começa a tocar. Era Carla, diretora do abrigo me disse que precisava falar comigo pessoalmente e que era sério. Ela tinha atualizações sobre a guarda da Clara e marcou comigo uma reunião para o dia seguinte.

***

No dia seguinte acordei apreensiva pensando no que Carla teria para me contar, poderia ser uma notícia boa mas a voz dela na ligação era de preocupação e isso me deixou muito tensa. Tomei meu café, fui pra clínica atender uns pacientes e saí logo após o horário de almoço. Combinei de ir no abrigo na parte da tarde, sai da clínica e fui direto pra lá. Estacionei e fui até a sala da Carla, pensei em dar um oi pra Clarinha porém não queria que ela me visse aflita.

Valu - Reencontro Onde histórias criam vida. Descubra agora