𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐍𝐨́𝐬

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Receio que não seja possível.

Um balde de água fria cai sobre nós.

— O que? Por quê?! — Os olhos de Jacob se arregalam, posso sentir sua desconfiança aumentar.

— Há cinco pessoas nesta sala agora, e apenas duas delas estão usando seu nome de nascença. Jacob Castle Denner e Benjamin Anastaccio Tyler. — O homem olha para os dois que cita e que logo olham para mim e para Ethan, eu também o olho, surpresa — Ethan Davis parece existir somente no papel.

Percebendo os olhos sobre ele, cruza os braços e responde com um misto de indiferença e seriedade sem olhar em nossos olhos.

— Perigos do comércio, receio. Ninguém, exceto meus pais, sabe meu nome verdadeiro.

— Mas por que você não pode nos dizer seu nome? - Jacob aperta o olhar, mas não para Ethan, por mais surpreso que esteja sobre o fato de seu nome ser falso, mas sim para o homem que se encontra sentado ao meu lado na mesa.

— Meu nome, infelizmente, também é um segredo devido ao meu trabalho. — Ele responde com a mesma indiferença de Ethan — E enquanto à nossa jovem aqui — Ele faz uma pausa para olhar para mim, um pouco distante, a mente em um lugar que não consigo sequer pensar onde poderia estar — Seus pais nunca me disseram seu nome verdadeiro. E ela não conhece o meu.

Mais uma vez, pude sentir a realidade cair sobre mim. Não pode ser possível que eu, justamente eu que pensava que o conhecia, no fim estivesse tão errada. Não faria o menor sentido.

— Você também não sabe quem eu sou? Mas parece que passamos tanto tempo juntos!

— Oh, nós ficamos, sim! — Ele ri da minha indignação e logo toca meus ombros, suas mãos, marcadas pelo tempo e a velhice, me acalentando como se já soubesse que isso já seria o bastante para me acalmar. — Você veio até mim quando tinha dez, há quinze anos atrás.

— Então tenho vinte e cinco anos?

— Sim. Seus pais a mandaram para mim para ser educada. Eles não eram seus pais, claro, eram atores, fingindo ser seus pais. Pois desta forma, poderíamos garantir o anonimato.

— Certo...e por que isso seria necessário?

— Quando você veio até mim, morávamos no Japão. Você pode notar que sou de origem asiática, mas o Japão foi apenas minha casa, nossa casa, por cerca de cinco anos...depois disso, continuamos viajando. Chamamos muitos lugares de lar em nosso tempo juntos, em todo o mundo.

— Mas por que? Isso não é exatamente normal...

Ele vira-se para o balcão atrás de si onde encontra uma pasta de arquivos junto de mais alguns papéis que logo passa para mim. Ele continua, observando minha hesitação em abrir a pasta.

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